Pedro do Coutto
Há mais de seis meses no Palácio do Planalto, o presidente Lula da Silva, cuja popularidade segue em boa escala, não tem ainda um projeto integrado de governo e muito menos um plano de metas através do qual possa cobrar os desempenhos de sua equipe, incluindo além dos ministérios, as principais empresas estatais.
Ontem mesmo, quarta-feira, em artigo no O Globo, Vera Magalhães destacou a pressão de Lula sobre a administração da Petrobras para que funcione alinhada com os interesses do país. Portanto, na visão da jornalista, Lula ainda não considera a Petrobras integrada com os seus objetivos econômicos e sociais.
REFLEXOS – Mais uma vez, entra em foco, a questão dos preços tanto do petróleo quanto de seus derivados como a gasolina, o óleo diesel e o gás de modo geral. Com a política de preços que vinha sendo adotada no governo Bolsonaro, a estatal alcançou grandes lucros e distribuiu muitos dividendos. Mas seus resultados não refletiram numa melhoria das condições de vida da população. Pode-se dizer que a Petrobras atuou como uma empresa privada voltada para o lucro e para a sua acumulação.
Na realidade ela é uma empresa estatal e, por isso, tem que se encontrar vinculada a uma política de governo. Caso contrário, não faria sentido ela ter a União como a sua principal acionista. A questão do petróleo sempre foi motivo de amplo debate e de pressões externas e internas. A criação da Petrobras em 1953 é um exemplo. Mas isso pertence ao passado.
No presente é indispensável que o presidente Lula da Silva consiga traçar uma política definida claramente para a Petrobras e para o país. O presidente da República toca em pontos isolados da administração e não consegue fechar uma rede de iniciativas decorrentes de seus próprios conceitos.
ATAQUES – Há meses, por exemplo, ele atacou fortemente a privatização da Eletrobras, dizendo, inclusive, que o processo foi marcado por uma “bandidagem”. Afirmação gravíssima, atingindo a segunda maior estatal do país. Mas não houve sequência para o combate à bandidagem que o próprio presidente identificou.
O programa Bolsa-Família permanece, mas não vem à tona os seus principais resultados, talvez por consequência da falta de divulgação profissional e gratuita sobre o trabalho do governo. Na edição de ontem de O Globo, Sérgio Roxo destaca um aspecto importante que acentua uma falta de articulação.
São anúncios do presidente Lula que surpreendem ministros do seu próprio governo. Isso aconteceu em vários casos, incluindo o programa de incentivos para a aquisição de eletrodomésticos. Há também o caso de passagens aéreas a preços reduzidos, além do financiamento de automóveis populares, que de populares só têm o nome.
ANTECEDÊNCIA – Trata-se não apenas que ministros contestem as iniciativas, mas que sejam avisados com antecedência. Agora mesmo, ocorreu o caso da nomeação de Marcio Pochmann para o IBGE, episódio que o presidente da República diz ter avisado à ministra Simone Tebet. É possível que em alguns casos, consequência do acúmulo de trabalho e responsabilidade, Lula possa fazer alguma confusão sobre os assuntos, mas isso não elimina a existência de uma descoordenação bastante visível.
Jeniffer Gularte, O Globo, destaca que a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, reuniu-se com o ministro Alexandre Padilha e com Marcio Macedo, secretário-geral da Presidência, num esforço para se manter no posto para o qual foi nomeada no início do atual governo. A permanência de titulares de cargos importantes, entre eles o da Petrobras, não deve continuar sendo uma consequência de pressões políticas que surgem repentinamente de vários ângulos. Tem que ser resultado de uma política integral do próprio Poder Executivo.
PGR – O presidente Lula da Silva, pelas suas próprias declarações e o seu ângulo de visão, está procurando um novo procurador-geral da República. O tema é objeto de excelente reportagem de Jeniffer Gularte, Marianna Muniz, Alice Cravo e Paola Serra, O Globo. Lula deixou claro que substituirá Augusto Aras no momento em que disse que fará um pente-fino nos nomes cotados.
Pretende ouvir, sustenta a reportagem, os ministros Flávio Dino, Jorge Messias, Alexandre Padilha e o líder no Senado, Jaques Wagner. Ele já conversou sobre o assunto com os ministros do Supremo Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. De fato, a substituição de Augusto Aras sempre pareceu inevitável, sobretudo em função dos atritos que manteve com o STF.
A lista tríplice parece estar ultrapassada no pensamento do presidente da República. Mas isso não impede que algum procurador bem aceito por seus pares não termine sendo indicado para o posto. Como se observa, há vacilações demais e decisões de menos no Palácio do Planalto.
COPA FEMININA – Foi uma partida difícil a que a seleção brasileira enfrentou diante da Jamaica que conseguiu neutralizar os ataques da seleção dourada que precisava da vitória. O empate classificou a Jamaica. Mais uma Copa se foi, mas outras Copas virão.
É do futebol, é do esporte em geral. Na minha opinião faltou comando à treinadora da equipe, Pia Sundhage.
A Petrobras já está vendendo derivados com uma defasagem considerável em relação aos preços praticados no exterior. A grita dos acionistas e jornalistas será implacável, espero que o Lula não se dobre a esses abutres, financiar bolsa acionista com grana dos mais humildes é dose.
Sobre a Eletrobras, não tem muito o que se fazer em relação a reverter essa privataria, infelizmente qualquer medida reestatizante teria que obrigatoriamente ser votada nesse congresso repleto de liberais da linha “menos Estado pro povo e mais Estado pros meus negócios”. É injusto jogar essa culpa no colo do Lula.
Permita assinar em baixo, Rafael Santos.
É impressionante como a mídia se faz de cega, Lula tem sim um projeto de governo é uma meta clara, tomar o Estado para si.
Mas como a mídia se recusa a ver isso, não vê nada.
A Petrobrás permanece com “urticária” e Lula é a causa e não a solução!
Sobre Petrobras
A União, maior detentora das ações da Petrobras é o maior beneficiário com a excelência da performance da petroleira. Assim sendo o governo pode usar esse lucro e utilizar nos programas sociais, sem precisar de fazer manobras no orçamento, com gritarias. Esse seria um fim social para o bom desempenho da petroleira.
Mas o governo não toca no assunto pois usa o lucro da Petrobras sem clareza.
Excelente visão. Como acionista majoritário recebe também os dividendos que ajudam na elevação do superavit primário, mas na visão miope é controlar o lucro em prol do social. Que aumentem a produção de diesel em detrimento a gasolina, isso sim seria politica de estado.
Vender gasolina a 8 reais o litro quando o custo de produção é cerca de um terço desse valor impacta na inflação do país, e o governo tem que gastar vários múltiplos do que ele arrecada com os dividendos que lhe cabe só pra bancar o aumento dos juros da SELIC para manter a meta do IPCA. É um contrassenso, no fim gasta-se mais do que se arrecada.
E o maior acionista da BR não é o governo, mas sim investidores privados, que nem brasileiros são.
https://www.investidorpetrobras.com.br/visao-geral/composicao-acionaria/
Será que o Pedro do Coutto vai nos postos para encher o tanque de combustível do seu carro?
Se vai, ele sente no bolso o resultado da “política” dos petralhas, ou seja, a Petrossauro abandonou o alinhamento de preços do barril e o resultado é uma gasolina MAIS cara, apesar da carestia o militante fica passando pano para o ladrão Lula da Silva, seu santo de devoção, cujo único “projeto de governo” é escorchar os produtores e transformar o Brasil num NARCO-estado.
É uma vergonha!
Pedro do Couto é um analista magistral e você, Longo não é nada. Comenta com sangue nos olhos. Mira só para um lado, o lado da direita.
A gasolina baixou em relação aos preços do governo Bolsonaro. Está em torno de cinco reais o litro.
Nem se chegar a um real, Longo ficará satisfeito. É uma piada de mau gosto. Parece que elegeu o mestre Pedro do Couto para destilar seu ódio a Lula.
Eu, sinceramente, desejo felicidades, riquezas mil, saúde e paz, para Bolsonaro e seu clã.
O Poder para qualquer pessoa, apesar de ser afrodisíaco, é uma máquina de moer reputações e destruir a saúde do governante.
Acho que não vale a pena, por uma série de razões. Uma delas é a série de traições de amigos, correligionários e parentes. Até César, foi apunhalado nas costas por Brutus.
Sim, é um analista magistral, mas desconhece o plano de metas do narcotraficante Lula da Silva, que é “dobrar a meta”: em vez dos $150 milhões de dólares “doados” pela JBS, ele vai querer receber $300 milhões.
Essa gente faz jornalismo ou militância?
Sem o devido impedimento, que exemplos Lula & Má Companhia tem para dar ou deixar?