Marcelo Godo
Estadão
A graça irresistível revela antes o ceticismo de quem não se deixa conduzir por grupos ou arautos da salvação. Despir o rei e exibi-lo é uma das mais velhas funções da crônica política. Gregório de Matos escolheu a poesia, Millôr Fernandes, a frase lapidar. Nesta quarta-feira, o escritor que golpeou como poucos o mundo político brasileiro completaria cem anos.
É impossível não lembrar de Millôr diante do escândalo da venda de joias da Presidência. É já sabido o impacto do caso na caserna. E ele continuará tendo a partir dos desdobramentos do que foi apreendido com o general Mauro Cesar Lourena Cid.
DIZ O BRIGADEIRO – Diante da barafunda do bolsonarismo, o brigadeiro Sérgio Xavier Ferolla, ex-presidente do Superior Tribunal Militar (STM), lembra ter alertado no passado para “a violação dos pilares ‘hierarquia e disciplina’, base de sustentação da instituição militar e dogma sagrado do enaltecido mito de Caxias”.
E prossegue: “O presidente (Bolsonaro), um capitão que não teve condição de prosseguir na carreira militar, exatamente por ter, rotineiramente, violado esses dogmas, se valeu das motivações originadas pela execrável política partidária brasileira para mobilizar radicais e chegar à Presidência”.
Segundo ele, “enaltecendo interesses patrióticos, Bolsonaro mobilizou seguidores que execravam verdadeiro mar de lama dentre os quais, infelizmente, militares da ativa e da reserva que, se esquecendo dos compromissos assumidos em juramento solene ao ingressarem na carreira das armas, se associaram e apoiaram inimagináveis ações de afronta e desrespeito às instituições, solapando, inclusive e, principalmente, a nobreza presidencial”.
FARDAS CONTAMINADAS – Ferolla é duro: “Com as fardas contaminadas pela hipocrisia e dejetos da baixa política, tentaram envolver as Forças Armadas, que imaginavam liderar”.
Mas, segundo ele, predominou “a inabalável estrutura das Instituições democráticas e, no momento, a caserna luta para recuperar o tradicional e histórico respeito do povo brasileiro, origem dos abnegados servidores e combatentes profissionais”.
Agora é a vez de o Judiciário se manifestar. O brigadeiro concluiu: “Quanto aos militares envolvidos nos delitos, se condenados e, sem qualquer alusão às origens profissionais, caberá à Justiça Militar julgar e aplicar o estabelecido no Código Penal Militar, estando sujeitos, inclusive, a severas penas que incluem a perda de posto e da patente.”
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P.S. – Após o relato de Ferolla, impossível não lembrar a reação de Millôr diante da conta bilionária pendurada no erário para pagar indenizações às vítimas da ditadura, em pensões vultosas recebidas até por seus amigos do Pasquim. Tal como então, pode-se aplicar agora a mesma pilhéria de Millôr à turma que pregava o golpe. “Quer dizer que aquilo não era ideologia, era investimento?”. (M.G.)
Dias atrás , disse que Bolsonaro até final do ano deve ser preso; retifico: deve ser preso este mês ou na pior das hipóteses no mês de setembro.
Posso estar errado, mas é o que tudo indica, o cerco está preste a se fechar e a fila dessa gente da extrema direita obscura vai andar mais rápido rumo prisão.
Millor (Transcrito d’O Estadão):
“Democracia é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim.”
“O Brasil tem um enorme passado pela frente”
“Quando a burrice manda, a suprema burrice é ser sábio.”
“A sociedade brasileira é das mais curiosas do mundo. Mal tem condição de te dar um emprego de salário mínimo. Mas, se um pobre transgride suas regras, bota-o numa prisão que custa seis salários mínimos.”
“Brasil, a prova de que geografia não é destino”
“Cada vez mais cético, não acredito nem no refluxo da maré. Acho que nessa volta tem mutreta.”
“O comunismo é uma espécie de alfaiate que quando a roupa não fica boa faz alterações no cliente.”
“Vamos lá, decide qual você prefere: o capitalismo selvagem ou o socialismo hipócrita?
“Sempre tive o senso de não me aliar nem a grupos de escoteiros nem a grupos políticos, ou mesmo intelectuais e artísticos.”
“Políticos do PSDB têm curioso senso de oportunidade; ficam em cima do muro até a última hora e, quando não têm mais jeito, saltam pro lado errado.”
“Lula – um líder aspirando cada vez mais pompa e tropeçando cada vez mais nas circunstâncias.”
Ferolla? Um sobrenome meio alemoado para “Ferro-lá”!
Sim, Carlos Newton, investimentos “H”, em satisfeitos e sempre prontos e reconhecidamente inimputáveis e assim LOCUPLETOS mercenários!
Tudo, pela uníssona causa, agendada mundialmente, segundo:
http://www.espada.eti.br/n1015.asp
Artigo contundente.
Quando alguém ver o boi voador me avise!
Mais um melancia aliado dos narcotraficantes petistas. O ideal seria extinguir a Justiça Militar e deixar tudo nas mãos dos narco-sinistros do $TF.