Deu em O Globo
Não tem cabimento a movimentação de parlamentares para aumentar o Fundo Eleitoral, que financia as campanhas políticas. O Congresso articula mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com o objetivo de elevar os recursos, contrariando a expectativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de manter em 2024 os mesmos R$ 4,9 bilhões de 2022.
Defensores do aumento falam em subir o valor para R$ 5,7 bilhões, mesma quantia aprovada pelo Congresso em 2021 e vetada pelo então presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião, a manutenção dos gastos em R$ 2,1 bilhões (valor de 2018 corrigido pela inflação) teria sido mais que suficiente.
PARA MORALIZAR??? – O Fundo Eleitoral surgiu em 2015, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucionais as doações feitas por empresas para campanhas políticas.
A decisão ocorreu em meio à sucessão de escândalos de corrupção revelados pela Operação Lava-Jato envolvendo contribuições por caixa dois. A intenção do Judiciário era moralizar as campanhas eleitorais, mas os políticos descobriram outras formas de desvirtuá-las.
Os argumentos para defender a gastança eleitoral são os mais estapafúrdios. Sustenta-se que o fundo atual é insuficiente para os partidos divulgarem todos os seus candidatos num país de dimensões continentais.
ALEGA O RELATOR – “É preciso chegar a um valor que seja compatível com o tamanho do Brasil e das eleições”, diz o relator da LDO, deputado Danilo Forte (União-CE).
Se o Fundo Eleitoral fosse realmente insuficiente para realizar as campanhas políticas, não sobraria dinheiro para fazer churrascadas, construir piscinas, comprar talheres e taças de vinho, alugar frotas de carros milionárias e outros descalabros perpetrados com recursos públicos destinados às eleições.
Evidentemente, nem todos os candidatos ou partidos fazem mau uso dos recursos. Em tese, o fundo é importante para proporcionar equilíbrio na disputa. As prestações de contas claudicantes ao TSE mostram, porém, que na prática não funciona assim.
NÃO HÁ CONTROLE – A fiscalização sobre os recursos é cada vez mais frágil. Não por culpa da Justiça Eleitoral. Mas porque as maracutaias detectadas nas análises das contas partidárias tendem a ficar impunes. Há sempre uma movimentação do Congresso para perdoá-las. Agora mesmo, quando parlamentares pressionam pelo aumento do Fundo Eleitoral, tramita no Congresso uma PEC que concede a maior anistia da História recente aos partidos.
Há também quem defenda, como o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira, que o fundo seja corrigido ao menos pela inflação. Seria uma medida razoável, desde que a base adotada fosse o ano de 2020, quando a despesa somou R$ 2 bilhões, mas não os R$ 4,9 bilhões de 2022.
No Brasil de “dimensões continentais”, falta dinheiro para atender às necessidades mais básicas. O governo anunciou bloqueio de R$ 1,5 bilhão no Orçamento deste ano (metade em saúde e educação), porque a estimativa de gasto superou o teto. Diante disso, deveria causar constrangimento aos parlamentares reivindicar o aumento do Fundo Eleitoral.
Um presidente que tem um Congresso como este não precisa ter inimigos.
Esses parlamentares, não pensão no desenvolvimento e o futuro do Brasil, pensam no desenvolvimento de seus bolsos e em seu futuro.
Quem assistiu a CPI e a CPMI viu o nível de parlamentares que foram eleitos, principalmente os que foram eleitos na onda bolsonarista
Um exercício de benéfica futurologia, exposta desde 2.012, conforme:
https://benjaminfulford.net/2012/01/31/out-of-the-box-negotiations-are-proceeding-at-the-highest-level/
Do mesmo endereço:
“As pessoas que trabalham para a LIFE receberão salários generosos e estarão sujeitas a penalidades draconianas por corrupção.”
PS. Aplique-se, ao conjunto das más obras brasileiras!
A pergunta é: o que prejudica mais o povo? esses fundos eleitorais e congêneres (que legalizaram as propinas) ou as “doações” empresariais (que foram proibidas)?
Na minha opinião, analisando o que aconteceu, o melhor seria aperfeiçoar as doações empresariais, de modo a que as falcatruas fossem minimizadas.
Caro Rafael Vidal, na minha opinião, as doações empresariais deveriam ser democráticas, ir para um fundo, o qual iria distribuir inversamente proporcionalmente aos partidos de modo que os partidos menores tivessem um peso maior do que os partidos maiores, diminuindo a discrepância econômica.
TODOS os grandes é médios partidos políticos brasileiros – como têm donos, e donos gananciosos! -, fazem lambança com dinheiro público.