Bruno Boghossian
Folha
Jair Bolsonaro tinha um dedo de ouro para escolher auxiliares. Seu principal assessor no Planalto era um militar que, segundo sua defesa, era tão disciplinado que cumpria até ordens ilegais. Já o advogado particular do ex-presidente era capaz de atravessar o continente para ocultar suspeitas sobre o chefe e ainda jurar que agia sem ninguém pedir.
As explicações oferecidas por aliados de Bolsonaro sobre o escândalo das joias mostram que a tropa da muamba opera num modo desesperado.
O ROLO SE AMPLIA – Uns fazem de tudo para proteger a si mesmos, e outros ensaiam piruetas para blindar o chefe. Todos acabam deixando o ex-presidente um pouco mais enrolado.
O avanço das investigações da PF testa a fidelidade de Mauro Cid, ajudante número um de Bolsonaro. O novo advogado contratado pela família do coronel apareceu na GloboNews para afirmar que o militar é inocente. “Ele é só o assessor. Assessor cumpre ordens”, declarou. Depois, deu entrevista à Veja anunciando que Cid dirá que Bolsonaro mandou vender as joias, em dinheiro vivo.
Já o notório Frederick Wassef se expôs ao ridículo para tentar desviar as atenções de Bolsonaro. Na segunda-feira (14), o advogado disse que nunca tinha visto o Rolex que, segundo a PF, ele havia recuperado nos EUA para ajudar o ex-presidente.
TUDO ERRADO – A estratégia de Wassef foi tão ousada quanto obtusa. Os investigadores tinham seu bilhete aéreo para os EUA na época das transações, os diálogos sobre sua participação na história e um recibo da compra do relógio em seu nome, por US$ 49 mil.
O advogado teve que mudar a versão. Convocou uma entrevista e admitiu que havia resgatado o relógio, mas protegeu o ex-presidente: “Meu cliente Jair Bolsonaro não tem nada a ver com essa conduta, que é minha, e eu assumo a responsabilidade”.
Wassef reedita a desculpa esfarrapada que deu em 2020, quando a polícia entrou numa casa do advogado e encontrou Fabrício Queiroz escondido. Na ocasião, ele tentou fazer jus ao apelido de Anjo que recebeu da família de Bolsonaro e disse que o ex-presidente não sabia de nada.
Escritório do Crime do Rio de Janeiro para Brasília
…. de Brasília prus isteitis
… dos isteitis pro Brazil
… e agora:
pro complexo de Bangu
ou pra Papuda…?!
No país que detém mais da metade dos cursos de direito no planeta, a bandidagem se esconde sob a impunidade das interpretações das leis.