Paulo Peres
Poemas & Canções
O político, médico, pintor, tradutor, biógrafo, ensaísta, romancista e poeta alagoano Jorge Mateus de Lima (1893-1953), no soneto “Dor do Mundo”, demonstra que embora não goste, aceita a provação de suas dores.
DOR DO MUNDO
Jorge de Lima
Apenas eu te aceito, não te quero
nem te amo, dor do mundo. Há honraria
que nos abate como um punho fero,
mas aceitamos com sobrançaria.
A um vate grego certo rei severo
vazou-lhe os olhos para não fugir.
Ó dor do mundo, eu vivo como Homero,
aceito a provação que me surgir.
Homero, a tua história sinto-a; e urdo
o teu destino, o meu e o de teu rei.
Mas só teus olhos nossos passos guiam,
e inda tens vozes para o mundo surdo,
e luz para os outros cegos, luz que herdei
com a aceitação dos olhos que não viam.
1) Grande Poeta Brasileiro, o Jorge de Lima…
2) Por falar nas dores do mundo, lembro de um clássico da Literatura Brasileira: “Memórias de um Sargento de Milícias”, de Manuel Antonio Gonzaga…
3) Profeticamente, pela primeira vez, no século 19, o autor focalizou a figura do malandro… quer se dar bem na vida, trabalhando muito pouco…
4) Bem atual… a arte imita a vida ou a vida imita a arte?