Oposição quer restringir os empréstimos do BNDES para países “amigos” de Lula

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Charge do Humberto (Folha de Pernambuco)

Tatiana Azevedo
Gazeta do Povo

Parlamentares de oposição na Câmara dos Deputados querem que o Congresso Nacional tenha a última palavra sobre autorização de empréstimos e financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a países “amigos” do presidente Lula da Silva (PT).

Desde que voltou ao poder, em janeiro de 2023, Lula tem afirmado que o BNDES deve retomar operações de empréstimo para financiar obras e serviços em países vizinhos, e tidos como aliados do governo petista. Na semana passada, quando estava em Angola, Lula voltou a tocar no assunto e mencionou sua intenção de retomar financiamentos para países africanos.

BOM PAGADOR – “Vamos voltar a fazer investimento para Angola, que é um bom pagador das coisas que o Brasil investiu aqui. Angola sempre foi um país que nos deu certeza que cada dólar investido aqui seria ressarcido e assim o fez”, afirmou Lula, em discurso no Foro Empresarial Brasil-Angola. Financiamentos de obras na Argentina também estão nos planos do petista.

Diante dos calotes dados por Cuba e Venezuela aos cofres do Tesouro brasileiro,A com obras autorizadas nos governos petistas anteriores, a oposição pretende barrar ou colocar freios para que a história não se repita.

A Emenda Constitucional 3/2023 é uma das tentativas de regular esses empréstimos. Proposta pelo deputado Mendonça Filho (União-PE), altera o artigo 49 da Constituição Federal, para que o Congresso autorize a realização de operações de crédito por instituições financeiras controladas pela União sempre que o objeto da operação vier a ser executado fora do país.

EVITAR ABUSOS – Um dos objetivos da autorização do Congresso, segundo o deputado, seria evitar abusos como os registrados no passado em operações financeiras feitas pelo BNDES a países como Venezuela e Cuba, entre outros, que pegaram dinheiro emprestado do Brasil e não honraram o compromisso.

“Queremos impedir que o BNDES volte com seus empréstimos para obras no exterior sem aprovação do Congresso Nacional. Não é justo com o povo brasileiro ver tantas operações paradas por aqui enquanto financiamos empreendimentos em outros países, ainda mais para nações regidas por ditaduras ou autocracias”, afirmou a deputada Rosângela Moro (União-SP).

A base governista na Comissão de Constituição e Justiça fez o possível para “empurrar” a discussão mais para a frente, mas a oposição conseguiu derrubar o pedido dos partidos que apoiam o governo, e o debate sobre a constitucionalidade da proposta terá que continuar.

PT NÃO ACEITA – Em defesa do governo, o deputado Patrus Ananias (PT-MG) alega que o projeto vai além do razoável. Segundo ele, a autorização de operações de crédito pelo Congresso, significa uma interferência no espaço do Executivo, o que vai contra a regra da independência e autonomia entre os poderes da República.

O líder da oposição, deputado Carlos Jordy (PL-RJ) discorda e critica o argumento do governo de que o BNDES teria feito grandes negócios em empréstimos que terminaram em “calote”.

“Venezuela e Cuba somam R$ 6 bilhões de calote para o Brasil”, afirma Jordy. Para ele, é papel do Congresso fiscalizar esse tipo de atividade de um banco que gera recursos públicos; como inclusive é o Congresso que deve autorizar o Executivo a fazer qualquer tipo de atividade, como a abertura de créditos orçamentários.

TEMA CONTROVERSO – Na avaliação do diretor do Ranking dos Políticos, Juan Carlos Gonçalves, a ajuda financeira concedida pelo BNDES a países amigos durante os governos petistas tem sido um tema controverso e objeto de críticas por várias razões.

“Embora a intenção de solidariedade e cooperação com nações em desenvolvimento seja louvável, a maneira como esses empréstimos e investimentos foram realizados gerou debates consideráveis e questionamentos sobre a transparência e a eficácia dos programas”, afirma.

Ainda de acordo com Gonçalves, “outra crítica foi a percepção de que esses empréstimos eram usados como instrumentos de política externa para promover alianças políticas e interesses específicos do governo”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Enviada por Mário Assis Causanilhas, é uma equação fácil de resolver. O BNDES e qualquer banco estatal não podem fazer empréstimos a quem não paga, como Cuba e Venezuela. Cuba mandava médicos trabalhar aqui para pagar a conta e ainda confiscava a maior parte do salário deles, uma desumanidade. A Venezuela podia pagar nos exportando petróleo a baixo preço, porém jamais se interessou em fazê-lo. São países trapaceiros, apenas isso. (C.N.)  

28 thoughts on “Oposição quer restringir os empréstimos do BNDES para países “amigos” de Lula

  1. Patriótas, estão indo, na preparada e induzida onda da maquiavélica “maré vermelha!
    A brasilidade então forçada e “esmorecendo”, está em baixa e quase abolindo o 7 de setembro, como quer o despatriado meliante do dedo decepado!

  2. O financiamento para exportação de bens e serviços de engenharia em outros países é muito importante às empresas aqui do Brasil e ainda geram empregos e induzem ao aumento de tecnologia.

    Lembrando que empréstimos diretos a países só são realizados por aprovação do Congresso.

    Esses financiamentos eram apenas uma pequena parte do total emprestado pelo banco e no final, mesmo com os calotes de Cuba, Venezuela e Moçambique essas operações deram lucro ao país.

    Já há restrições nesses financiamentos, quando operações com países inadimplentes não são permitidas e nem devem ser.

    Com garantias sólidas, tal qual Angola deu, essas operações do BNDES são muito importantes, pois ao fim e ao cabo, exportamos em Reais e recebemos em moedas fortes, aumentando nossas divisas.

    • Cidadão, cerca de 50% da população do Brasil não tem nem sequer rede de esgoto, muito menos estações de tratamentos do dito-cujo poluente humano, no Rio, o cartão postal do Brasil, em Ipanema p. ex. não se dá mais mergulhos mas isto sim merdulhos, como dizia o saudoso “Fróes” veio de guerra, que brigava até com o próprio espelho. Trocando em miúdos, ainda está tudo, ou quase tudo, por fazer no Brasil, paupérrimo com complexo de rico, endividado até o pescoço, sem conseguir resolver sequer a sua velha herança maldita, a velha massa falida e nem o seu velho FEBEAPÁ, vide o tamanho dívida geral do país, sem falar da carga tributária pra lá de já insuportável, escorchante e extorsiva, com a comilança insaciável dos partidos, seus pupilos, apaniguados e seus fundõe$ bilionários, que já obrigam o contribuinte a trabalhar cerca de 5 meses por ano apenas para pagar tributos à república dos me$mo$, ou seja, do militarismo e do partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$. Vc acha que um país nessas circunstâncias tem condições de sair por aí distribuindo dinheiro a esmo mundo afora, financiando obras, empreiteiras e enchendo as burras de empreiteiros para fazerem obras no exterior em detrimento do esforço concentrado a ser feito no Brasil, carente de quase tudo ? Fala sério, Bussunda. Que país é este Renato Russo, é bonito isso Lilico ? É ou não é mais um gigantesco caso de polícia ?

      • Ué, basta alguma empreiteira se interessar em fazer tais obras de infra estrutura e apresentar o projeto para obter o financiamento do BNDES!
        Não é culpa do BNDES se nenhuma empreiteira demonstra interesse em realizar obras por aqui, ainda mais quando a taxa de retorno do negócio é menos atrativa que os juros da SELIC sem fazer nada. Quem vai querer?

        • Quem tem que regular isso é o poder público, que no caso está tornando mais atrativa a operação no exterior do que no Brasil. Afinal de contas o governo é do Brasil ou do exterior ?

          • Então, o ponto é que o financiamento de exportações não é mais atrativo que o financiamento de obras aqui no brasil, tanto que representa menos de 5% de tudo que o banco desembolsa. Mas concordo que poderíamos ter mais obras por aqui, cadê a tal iniciativa privada? Esqueci, está mais interessada em comprar ativos já prontos de estatais a preço de banana. Obrigado Mito/Guedes.

        • E não é só isso caro Rafael, quem pagará o valor investido em infraestrutura aqui no Brasil? Há dinheiro para isso? O orçamento já é apertado e o valor destinado à infraestrutura é pouco (Lula até colocou um valor bastante grande para obras aqui no Brasil, mas a sua concretude dependerá de vários fatores).

          Políticos devem ter uma visão sistêmica a respeito. Por exemplo, a exportação de bens com financiamento do BNDES gera empregos e renda aqui no Brasil. Da mesma forma que a importação de bens e serviços do exterior gera renda e empregos nos países exportadores. Qual é melhor?

  3. O BNDES não financia nenhuma obra no exterior, olha a fake news aí.
    Ele financia a exportação de obras e serviços de empresas brasileiras no exterior, e lembrando que o país onde isso mais ocorreu foi nos EUA. Na história da economia, o Estado sempre participou dos projetos de exportação de bens e serviços das empresas nacionais.

    Esse mecanismo permite que possamos ser referência de excelência em outras áreas que não apenas produção de alimentos e matéria bruta, como é desde a colonização. O dinheiro vai totalmente para a empresa, e não para o país destino – esse só entra com a obrigação de contratar prestadoras do Brasil.

    P.S.: Eu ri com a conje do Moro falando “Não é justo com o povo brasileiro ver tantas operações paradas por aqui”.

  4. Em Cuba todo o ensino é gratuito, o estudante se forma sem gastar um tostão. Nada mais justo quanto estiver trabalhando colaborar com parte do seu salário para ajudar o governo a manter o ensino totalmente gratuito.
    No Brasil, o bolsista depois de formado tem de pagar o que foi pago à faculdade.

    • Garotada brasuca está atolada em dívidas com faculdades meia-boca, pra lá de caras, manipuladas por oportunistas e achacadores do dinheiro público e dos pobres coitados estudantes sequiosos de um diploma que não têm a quem recorrer, temerosos de ao reclamarem das injustiças que sofrem se depararem com cúmplices de achacadores e daí não conseguirem nunca mais o diploma. A impressão é que a bagaça não tem nem fiscais. Curioso, contra as rádios comunitárias revolucionárias, idealistas, umas formiguinhas eletrônicas prestadores de servidos ás comunidades carentes de quase tudo, recebiam a visita de fiscais dia sim e outro tb, até da polícia federal, em detrimento até do combate à criminalidade pesada das comunidade, denunciada pelas rádios comunitárias, fato que demonstra a terrível inversão de valores reinante na prática brasileira.

  5. Exatamente caro Nélio, Cuba banca toda a formação dos médicos (professores, infraestrutura, laboratórios, livros, etc) pq diabos parte das divisas geradas pelo conhecimento adquirido do médico não deve ser revertida para Cuba? O governo Cubano então deve mandar seus médicos de graça pro Brasil? Não existe almoço grátis.

  6. A Venezuela não pagou durante o governo Bolsonaro, e as causas são claras.
    Cuba deve voltar a pagar com parte dos salários do médicos cubanos que vão para as regiões do interior do Brasil, em que a maioria dos médicos brasileiros não quer ir.

    Quando um empresa brasileira faz uma obra em outro país. é dinheiro novo que entra no Brasil. É assim que a China e outros países funcionam..
    Um ou outro calote, nunca foi motivo para fechar uma empresa.
    O mundo é globalizado e dinheiro que entra no Brasil vindo de outros países , é bem vindo.

  7. Mr. Newton,

    Pra felicidade geral das besta quadradas, que votaram no narcotraficante Lula da Silva, o governo petralha vai “emprestar” R$ 3 BILHÕES pros hermanos. Lembro que a Argentina está falida. Enquanto emprestamos dinheiro pros amigos do narcotraficante, a Petrobrás vai se endividando ao mendigar empréstimo do PCC (comunas chineses), tudo 10% transparente.

  8. Muitas vezes as discussões são embasadas por impressões, não por fatos. Por exemplo, o financiamento pelo BNDES das exportações de bens e serviços de engenharia. O bom é pesquisar sobre o assunto. caso contrário, acreditará no que alguns políticos espertos (ou nem tanto) dizem. Lembram da tal caixa preta?

    https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/transparencia/consulta-operacoes-bndes/contratos-exportacao-bens-servicos-engenharia

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