“Com lágrimas, lubrifico as dobradiças enferrujadas e disfarço o ranger da própria dor…”

TRIBUNA DA INTERNET | Os criativos diálogos de poesias que se transformaram numa série de livros de sucesso

Já foram lançados vários livros desta série “Entre-Textos”

Paulo Peres
Poemas & Canções

O Bacharel em Letras e Direito e poeta carioca Luiz Otávio Oliani teve a ideia de reunir diálogos com poetas brasileiros contemporâneos, divulgando-os nas redes sociais. Esses poemas foram inicialmente publicados no seu mural do Facebook e depois migraram para o livro impresso “Entre-textos”, lançado pela Editora Vidráguas, de Porto Alegre, em 2013, uma publicação de 41 diálogos, ou seja, para cada poema Luiz Otávio responde com outro poema, um desafio chamado: o avesso do verso (reverso).

Neste sentido, Luiz Otávio Oliani, através o poema “Busca” responde ao poema “Desarticulação”, da ativista cultural e poeta carioca Neudemar Sant’Anna.

DESARTICULAÇÃO
Neudemar Sant’Anna

Deixei a porta aberta
Aberta demais
Apenas vi passar
a convivência

Nem percebi
o rancor
a maldade
o falso rastro

Ao tentar fechá-la
com lágrimas lubrifico
as dobradiças
enferrujadas

Disfarço o ranger
da própria dor

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BUSCA
Luiz Otávio Oliani

Nas frestas do mundo
fogos de artifício,
serpentinas,
palmas…

O que houve?
Felicidade à porta
e minha porta,
trancada.                                      

1 thoughts on ““Com lágrimas, lubrifico as dobradiças enferrujadas e disfarço o ranger da própria dor…”

  1. 1) Boas poesias…

    2) Licença… no artigo do nosso editor falei em Memorialística…

    3) Estrofes Memoriais
    Antonio Carlos Rocha

    Mãe Rôxa
    Avó paterna
    Tinha esse nome
    Pela cor de sua
    Pele, epiderme
    tez aveludada
    Ó iluminada !

    Cada vez que vejo
    Bandeira lilás
    Lembro dela, Mãe
    Rôxa, Rocha, avó
    Mulher demais.

    Viúva os criou
    Seis filhos:
    Três belos meninos
    Três guapas meninas
    Netos e bisnetos
    Netas e bisnetas
    Estamos no mundo
    Somos profundos.

    Meu avô paterno
    Manuel cigano
    Não podia ver um
    Só acampamento
    Saía da roça
    Ia ter com eles
    Belo dia se foi
    Não voltou mais.

    Minha avó esperou
    Foi atrás dele
    Manuelzinho,
    Tadinho, morreu
    Duro, fulminante
    De triste ataque.

    Lá em Pernambuco
    Longínqua cidade
    Bezerros querida
    Meu avô perdeu a
    Vida, foi pro céu
    Ciganos, eu amo !

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