Phillippe Watanabe
Folha
A mais abrangente avaliação já feita sobre o andamento do combate à crise climática aponta que, apesar de avanços ao redor do mundo desde a assinatura do Acordo de Paris, em 2015, muito mais é necessário. O planeta não caminha para limitar o aquecimento ao preferível 1,5°C ou a 2°C.
Levando em conta os anúncios na última conferência climática, a indicação é que a humanidade está rumo a um aumento de 2,4°C a 2,6°C na temperatura média global em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial.
INVENTÁRIO – A UNFCCC (sigla em inglês para Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) publicou, nesta sexta-feira (8), véspera da cúpula do G20, reunião dos líderes das 20 maiores economias do mundo, o primeiro Global Stocktake, um inventário global das ações contra a crise climática.
Segundo a análise, se os compromissos de longo prazo de neutralidade climática apresentados na COP27, a conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre mudanças climáticas que ocorreu ano passado, no Egito, forem totalmente implementados, o mundo tem a possibilidade de limitar o aquecimento entre 1,7°C e 2,1°C.
O documento aponta que a janela para aumentar as metas dos países e implementar os compromissos atuais para limitar o aquecimento global a 1,5°C está se estreitando rapidamente.
METAS INSUFICIENTES – “A ambição de mitigação das NDCs não é coletivamente suficiente para alcançar a meta de temperatura do Acordo de Paris”, diz o relatório. NDC é a abreviação para “nationally determined contribution”, ou contribuição nacionalmente determinada. Em resumo, são as metas de redução de emissões que os próprios países determinaram para si.
A avaliação destaca que, para alcançar uma redução de emissões de gases-estufa de 43% até 2030, 60% até 2035 (em comparação a 2019) para finalmente chegar ao chamado “net zero” global em 2050, “muito mais ambição em ação e suporte para implementação de medidas domésticas [internas, dos países] é necessária”.
“Eu insto os governos a estudarem cuidadosamente as descobertas do relatório e, em última instância, entenderem o que isso significa para eles e a ação ambiciosa que devem tomar em seguida. O mesmo vale para as empresas, comunidades e outros atores-chave”, disse, nesta sexta, Simon Stiell, secretário-executivo da UNFCCC.
EFEITO ESTUFA – A partir da análise dos atuais compromissos climáticos dos países —as NDCs—, o documento aponta que, para o planeta ficar alinhado com a meta de limitar o aquecimento a até 1,5°C, existe uma lacuna de emissões. Ainda precisam ser cortadas de 20,3 gigatoneladas a 23,9 gigatoneladas de CO2 equivalente (unidade usada para somar os diferentes gases que causam o efeito estufa).
Quando falamos de aquecimento de 1,5°C até 2°C, a base de comparação é a temperatura do período pré-industrial, de 1850 a 1900. O documento aponta que o planeta já aqueceu 1,1°C, com inquestionável participação humana nesse processo que leva a eventos climáticos cada vez mais extremos e frequentes.
ENERGIA RENOVÁVEL – A avaliação aponta a necessidade de escalar o uso de energia renovável e eliminar todos os combustíveis fósseis. O texto trata esses pontos como indispensáveis.
Também é citada a necessidade de parar o desmatamento e a degradação de florestas, locais que são, potencialmente, sumidouros de carbono.
“A polida prosa das Nações Unidas encobre o que é um verdadeiro relatório condenatório para os esforços globais em relação ao clima. Emissões de carbono? Ainda em ascensão. Compromissos financeiros dos países ricos? Inadimplentes. Apoio à adaptação? Muito atrasado”, diz Ani Dasgupta, presidente da organização WRI (World Resources Institute), em nota. “Este relatório é um alerta para a injustiça da crise climática e uma oportunidade crucial para corrigir o rumo.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em tradução simultânea, o aquecimento climático já é uma realidade e a culpa não é do Brasil, apenas. É preciso um esforço mundial, mas não há vontade política. No Brasil, se for cumprido o Código Florestal, o país se tornará o maior paraíso ambiental do mundo. Mas o governo não consegue sequer fazer o Cadastro Ambiental Rural, para listar as propriedades rurais, o que é a base de tudo. É desanimador. (C.N.)
Tenho um sugestão para essa crise embora não acredite nela, antes, creio em nova era glacial.
Refloreste-se toda Europa, Estados Unidos e Canadá e proíba-se que países exportem suas madeiras.
Não esquecendo do Macron, que sua Guiana Francesa pare de desmatar sua parte da selva amazônica.
Sou um reflorestador nato, refloreste-se também toda Escandinávia.
O Páis do Xing Pinga é o maior poluidor do Planeta.
Os jornazistas nem tocam nesse assunto.
Qual será o motivo.?
China polui mais que países desenvolvidos juntos, diz pesquisa.
O Brasil, nesse assunto é o menos culpado. Os países que mais contribuem com o aquecimento global são os chamados desenvolvidos, como os EUA e um nem tanto, a China.
Se quiserem mais esforço do Brasil nesse sentido, que aqueles que verdadeiramente poluem, paguem e que concomitantemente, realizem seus próprios esforços para a efetiva diminuição do aquecimento global. Vai ser muito difícil, pois nenhum país quer abrir mão do seu conforto. mas cobram dos outros o sacrifício.
Esse Cadastro Rural era extensiva pesquisa e recolha de dados afetos ao IBGE, desde seu princípio em 1870.
Bateu a “preguiça” e o desinteresse nesses esclarecimentos, que possivelmente choquem assertivas!
A “evolução” material da humanidade está prejudicando e levando o planeta a sua destruição.
Gastam fortunas para saberem se existe vida em outros planetas, para explora-lo, se não têm capacidade de resolverem os problemas existente na Terra, que é suficiente ter boa vontade.
É preciso ter muito carinho com a Lua que é um dos atores mais importante de toda a vida na Terra. Qualquer dano causado à Lua, vai influir na vida na Terra. Vamos torcer para que não apareça um presidente maluco e queira fazer experiência atômicas na Lua. Em se tratando do ser humano, toda maluquice é possível.