Lula, Biden e Zelenski assumem seus papéis na ONU apenas para sustentar as aparências

A melhor prévia do discurso de Lula na ONU - Crusoé

Lula brilhou na ONU, mas o meio do campo está embolado

Eliane Cantanhêde
Estadão

Jogo de cena é parte da política, da diplomacia e das próprias relações humanas. Também vai ser o forte dos encontros do presidente Lula com Joe Biden, dos Estados Unidos, e Volodmir Zelenski, da Ucrânia, nesta quarta-feira, 20, em Nova York. Cada um assume um personagem no palco, mas a realidade pode ser outra.

Lula e Biden lançam a Iniciativa Global para os Direitos Trabalhistas e vão comemorar a aliança de Brasil, EUA e Índia pelas energias renováveis, fingindo que Lula não tem ranço antiamericanista e não está se aproximando da China.

MUITA ENCENAÇÃO – No fim, Lula defenderá de novo uma nova “governança global” e os dois dirão que os EUA veem com bons olhos o Brasil num assento permanente do Conselho de Segurança da ONU. É para valer? Ou Biden fala por falar, porque pega bem e porque… não vai dar em nada. China e Rússia aceitam a ampliação com Brasil, Japão, Índia?

No encontro olho no olho com Zelenski (finalmente…) Lula vai tentar demonstrar que não é tão pró Rússia assim, Zelenski finge que acredita e ambos saem de lá com boas fotos e declarações simpáticas à Ucrânia para a mídia nacional e internacional. Daqui para frente, tudo será diferente? Ou é só jogo de cena?

Apesar disso, é um alívio que, depois de Jair Bolsonaro, Lula use a abertura da Assembleia da ONU para trazer de volta um Brasil generoso e das grandes causas: combate à fome, justiça social, paz, democracia e, claro, preservação do planeta e um equilíbrio global mais decente entre países ricos e pobres.

ALÍVIO IMEDIATO – Para o Itamaraty, o alívio é direto, objetivo. Após a loucura no início e a política de contenção de danos no fim do governo Bolsonaro, Lula, bem ou mal, conhece o jogo, tem abertura com todos os lados e é considerado um “excepcional produto de política externa”. Comparando: ele recebeu uns 60 pedidos de reuniões bilaterais, enquanto a principal imagem de Bolsonaro nessa área é isolado com os garçons, num almoço com os maiores líderes mundiais. Conversar com garçons é bom, mas só com eles?

Apesar das diferenças cruciais, Lula também dá trabalho para o Itamaraty, principalmente quando improvisa sobre EUA, China, Ucrânia, Putin no Brasil, Tribunal Penal Internacional… E aquela da “democracia relativa” e a Venezuela é democrática?

Esses erros preocupam porque parecem, mas não são só retóricos. Estão na alma de Lula. Queira ou não ele e PT, o Brasil é ocidental, compartilha de valores como democracia e direitos humanos – que não são o forte de China e Rússia. E está cada vez mais próximo, e dependente, de países antiocidentais, suas indústrias e produtos. De suas ideias também?

7 thoughts on “Lula, Biden e Zelenski assumem seus papéis na ONU apenas para sustentar as aparências

  1. Menos, menos, mas menos mesmo. Dona Eliane Cantanhêde, no Estadão, representando um tentáculo do consórcio midiático, fazendo seu papel. Tudo bem, isso a gente entende. O problema é que nem mesmo a parte grandiosa da imprensa internacional viu interesse no pronunciamento de Lula. Basta averiguar as “agências de notícias”. Ele foi apenas o político de sempre, olhando pelo retrovisor, com seu discurso mofo, dúbio, vesgo, apoiado numa imprensa “australopithecus” e um judiciário ativista político, tentando achar um espaço no mundo onde alguém lhe reconheça algum mérito e o convide para outra viagem.

    O Presidente da Ucrânia não aplaudiu Lula durante discurso na ONU, por motivos óbvios. Falou, falou e nem uma linha sobre opressão e falta de liberdade em Cuba, Venezuela e Nicarágua, para ficar nesses três. Num mundo altamente competitivo e com inúmeras alavancas a serem acionadas, o político Lula retorna a ONU com o velho discurso de 2003.

  2. Hahahaha… Lula traz de volta a hipocrisia e o fingimento.

    É muito engraçado ver idiotas úteis como a Catanhede tentando nos convencer que o projeto de ditador e condenado por corrupção Lula é um estadista preocupado com grandes causas sociais.

    É muito cinismo, ou será idiotice mesmo?

  3. Não há parâmetro para comparar Lula com Bolsonaro, em matéria de conhecimento político, experiência, humanidade, empatia e defesa dos interesse nacionais.

    Não existe isso de que o Brasil, é um país ocidental, tem de ser obrigado a ser subserviente aos EUA, assim coma a maior parte da mídia é.

    Lula, corretamente está sendo neutro na guerra na Ucrânia, que é uma guerra geológica dos EUA contra Rússia. Potin não é louco, não resolveu atacar a Ucrânia sem motivos, sabia do preço de uma guerra.
    Antes de defender a Rússia ou os EUA na guerra da Ucrânia, é necessário que se saiba os motivos, sem essa de guerra do ocidente contra o oriente. O mundo hoje é globalizado , países democratas como os EUA mantém boas relações com várias ditaduras de esquerda e direita.

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