William Waack
Estadão
Sim, a América do Sul está passando por “confusões e dificuldades políticas”, reconhece Lula. De fato, em 17 eleições na América Latina realizadas desde 2021 só não houve alternância de poder naqueles países com regimes ditatoriais como Venezuela e Nicarágua. Nesses não teve “confusão”.
As “dificuldades políticas” às quais o presidente brasileiro se refere são provavelmente encontrar algum tipo de “eixo” de alinhamento especialmente dos países sul-americanos. Era, de fato, mais fácil nos idos do primeiro mandato de Lula, quando o grito popularizado por Chávez – “Alca al carajo” – simbolizava um desses “eixos de alinhamento”: opor-se aos Estados Unidos.
O EIXO FALIU – Em parte devido às rápidas mudanças geopolíticas, o eixo pela afinidade ideológica faliu. Lula assumiu insistindo em “liderar” o subcontinente a partir desse tipo de alinhamento, o mesmo erro cometido pelo antecessor Jair Bolsonaro.
Para o País, a sucessão de erros básicos de política externa significa perda do que seria sua “liderança natural”. É o maior território, a maior população, a maior economia, é vizinho de quase todos na América do Sul. Virou superpotência exportadora de commodities agrícolas e minerais, e tem setores industriais de ponta. Mas o que registra ao seu redor é um raro descompasso.
A vitória de Javier Milei na Argentina foi um choque além da “confusão” de alternância de poder. Ela tirou imediatamente do Brasil o protagonismo nas negociações com a União Europeia sobre livre comércio, um acordo sobre o qual há dúvidas concretas se Lula realmente o deseja. Nesse contexto, projeta uma sombra espessa no Mercosul.
SITUAÇÃO DELICADA – Mas o que ela sugere também, caso Milei leve adiante o discurso eleitoral, é uma delicada situação para o Brasil no grande jogo internacional. Pois ele pretende “realinhar” a Argentina em relação à China – que ocupou o lugar antes do Brasil nas relações comerciais e grandes projetos com o vizinho.
E já obteve do presidente Joe Biden uma promessa de estreitamento das relações, incluindo apoio à aliança ocidental no caso da Guerra da Ucrânia.
É evidente a fratura nos Brics e no chamado Global South, duas plataformas através das quais Lula vem tentando se projetar nos grandes assuntos mundiais. O outro lado da moeda é o fato de que Milei depende tanto do Brasil quanto o Brasil da Argentina que, no fundo, Milei está “reabrindo” ao Brasil. Ou seja, há um enorme espaço para convergência de interesses. Se Lula esquecer seus conselheiros internacionais do PT, é claro.
Chega a ser hilário o funcionamento da máquina de sujar reputações da esquerda que funciona H/24, as fotos que os devotos divulgam do Milei são sempre no pior ângulo.
Quando os leitores desavisados se informam através de Globo, Folha e Estadão fixam no sub consciente que Milei é o cogumelo alucinógeno que nasceu de um esterco, que é a Geni do zepelin, que é o judas de quaresma.
Milei vai ser tratado pela mídia amestrada e panfletária como foi Bolsonaro, Trump e Netanyahu.
Outro papo engraçado dos sub peronistas é que qualquer pessoa que seja conservador é logo logotipado de ” fascista da extrema direita”
Menosprezar o intelecto alheio é como dizia outro desafeto da esquerda panfletária, é de uma burrice sesquipedal.
Há uma grande diferença entre Lula e Bolsonaro; Lula quer aliança com todos os países da América do Sul independentemente de sua linha política. Bolsonaro só quer alinhamento com países da linha da direta.
Milei já está caindo na realidade e mudando o discurso, contradizendo o que disse em seu programa de governo. Ou Milei muda radicalmente abdicando-se de seu discurso de campanha ou não fica um ano no governo.
O continente é quintal de uma família , fato ainda não aquilado, pois cheio de cercas e arames farpados!
Quem isolará a ação dos “malévolos”?
O pragmatismo do Milei contrasta com a demagogia do Stalinácio, um cara que não viu o tempo passar, e acredita ainda que é o cara, mas que não é . os chineses são profundamente pragmáticos, não fazem as exigências malucas e descabidas dos ecologistas, melhor dizendo, agricultores europeus, já dizem o que querem e o que não querem, e duvido muito que o Milei vá lhes dizer não, apesar de que na campanha disse que lhes oporia “alguma” resistência, mas era só discurso. Ou o Mercosul se mexe ou o Brasil vai ficar falando sozinho, porque o Uurguai e o Paraguai irão para onde o Milei for.