Nelson de Sá
Folha
Dias após o americano Joe Biden recusar o convite do indiano Narendra Modi para ser o “convidado de honra” do Dia da República, em 26 de janeiro, jornais da Índia noticiam que o chanceler S Jaishankar vai embarcar para uma visita de cinco dias à Rússia.
No destaque do Deccan Herald, será “em meio a tensões entre Índia e EUA”. Segundo o Indian Express, Modi e o russo Vladimir Putin conversam antes por telefone, visando “preparar o terreno para um grande número de pactos financeiros, estratégicos e de infraestrutura”.
LISTA DE COMPRAS – Fontes do jornal dizem que “um acordo foi fechado” e Jaishankar leva uma lista de indústrias indianas, de defesa e energia a farmacêutica, para a Rússia aplicar o que acumulou em hindi, a moeda indiana, com a venda de armamentos e petróleo.
O vice-chanceler russo Andrei Rudenko falou à agência Interfax que os países seguirão ampliando negócios em moedas locais, que impulsionaram o comércio bilateral. “Já podemos dizer que o volume [no ano] atingirá nova marca recorde.”
O Hindustan Times acrescentou que a visita abordará a cooperação em defesa e em plataformas multilaterais como a Organização para a Cooperação de Xangai e o grupo Brics.
ELOGIO AO BRICS – Jaishankar retomou elogios públicos ao bloco, segundo a agência russa Tass, dizendo no domingo que o Brics “vai crescer, aumentar sua influência, porque concordamos em aceitar novos associados em nossa próxima cúpula”, em Kazan, na Rússia.
“Brics é uma mensagem de independência, de que as manifestações da diversidade na cultura, na economia e na política devem vir à tona”, falou, citando o que o grupo “tenta dizer: Olha, estamos aqui, o mundo não pode ser governado pelas mãos de sete países”.
A Índia vinha se aproximando dos EUA e do G7 até as denúncias de atentados contra dissidentes, no Canadá e nos próprios EUA. O convite de Modi a Biden havia sido feito em setembro, no auge da aproximação, e foi recusado agora por “agenda”, segundo o Washington Post.
ARÁBIA SAUDITA, NÃO – O saudita Arab News noticia que os houthis, do Iêmen, retomaram os ataques no mar Vermelho — e, segundo seu porta-voz, continuam “proibindo quaisquer navios que viajem para os portos israelenses até que tragam os alimentos e medicamentos de que os nossos leais irmãos na Faixa de Gaza precisam”.
O jornal registrou que Omã está mediando conversas, visando “salvar os esforços para acabar com o conflito no Iêmen” que vinham sendo feitos por Arábia Saudita e Emirados.
Como se sabe, Arábia Saudita e Emirados que se recusaram a participar da esquadra formada pelos EUA contra os houthis.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Importantíssima a informação de Nelson de Sá. A Índia já é o país mais habitado do mundo e está crescendo velozmente, para se tornar uma nova China. A infantilidade de Joe Biden agora joga os indianos nos braços de Putin, que está precisando de apoio internacional e sonha em transformar os Brics num bloco comercial, para depois criar uma espécie de OTAN terceiro-mundista. (C.N.)
Irrecorrível! Cada qual exercerá seu determinado papel na hecatombe mundial que já horizonta!