Depois de destratar Haddad, Lula faz a exaltação dele na reunião ministerial

Presidente Lula participa da quarta reunião ministerial de 2010, no Palácio do Planalto

Lula continua em sua velha estratégia do “morde e assopra”

Gustavo Maia
Veja

No começo da fala de abertura da quarta e última reunião ministerial do ano, iniciada com quase uma hora de atraso na manhã desta quarta-feira, dia 20, o presidente Lula exaltou a atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para aprovar a PEC da Transição, no final do ano passado, ainda no governo de Jair Bolsonaro, e a reforma tributária, que será promulgada pelo Congresso ainda nesta quarta-feira.

“Em dezembro de 2022, poucas pessoas no mundo acharam que a gente pudesse chegar no final de 2023 do jeito que nós estamos chegando. Nós estamos chegando numa situação, eu diria, muito boa. Não é uma situação excepcional porque nós sempre queremos mais, mas acho que nós chegamos numa situação excepcional se a gente levar em conta a realidade que nós pegamos esse país”, declarou Lula, no Palácio do Planalto.

AGRADECIMENTO – “A gente nunca pode esquecer que a gente teve que começar a governar praticamente um mês e meio antes de tomarmos posse, com a PEC da Transição. Eu quero começar agradecendo aos líderes no Congresso, na Câmara, no Senado, ao trabalho que fizeram os ministros, sobretudo o Haddad, tentando negociar a PEC da Transição”, complementou.

O presidente lembrou do encontro que teve com a economista diretora-geral do FMI em Hiroshima, no Japão, na Cúpula do G7, em maio, e comentou que ela lhe disse que a economia brasileira iria crescer apenas 0,8%.

“E eu dizia pra ela (Kristalina Georgieva): ‘A senhora está errada, eu espero que a senhora vá ao Brasil no final do ano, que a senhora vai ver que as coisas são diferentes, e o Brasil vai crescer um pouco mais’. E o que nós estamos colhendo hoje é um pouco daquilo que foi plantado, aquilo que a gente dizia desde o começo. Pra você ter uma boa governança, você precisa ter credibilidade, você precisa ter estabilidade política, jurídica, social, e você precisa ter uma coisa chamada previsibilidade. Ninguém quer enganar ninguém. A gente quer um país em que tudo dê certo pra todos”, relatou o petista.

REFORMA TRIBUTÁRIA – Na sequência, Lula disse que é preciso enaltecer o “trabalho extraordinário da aprovação das coisas que nós conseguimos aprovar no Congresso Nacional”.

“É importante a gente comemorar o feito extraordinário da aprovação da primeira política de reforma tributária aprovada num regime democrático, num Congresso Nacional onde partidariamente todos os partidos são de médios para baixo, não tem nenhum partido com 200 deputados, com 150 deputados. E nós conseguimos isso apenas colocando em prática a arte da negociação. Negociação muitas vezes mal interpretada, negociação muitas vezes, eu diria, acusada de coisa de menor nível, dizendo que o governo estava conversando com fulano, com beltrano, que o governo estava conversando com o Centrão, que estava conversando não sei com quem. E eu sempre fazia questão de dizer que no nosso governo a gente não conversa com o Centrão, a gente conversa com partidos, a gente conversa com todos os partidos que têm deputados na Câmara dos Deputados, todos partidos que têm senador. A gente não pergunta de que partido é a pessoa, a gente leva a proposta, e em cima daquela proposta a gente estabelece as conversações necessárias”, afirmou.

Lula então disse que queria começar a reunião dando os parabéns à capacidade de negociação dos líderes do governo na Câmara, no Senado e no Congresso e à “capacidade de articulação do companheiro Haddad, que conseguiu o feito inusitado de aprovar uma reforma tributária”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Lula comporta-se como um personagem bipolar. Num dia, esculhamba Haddad e sua política econômica, manda Gleisi Hoffmann e sua tropa desancarem o ministro, mas no outro dia pede aplausos entusiasticamente ao mesmo Haddad, conforme a situação e a conveniência. E ainda há quem acredite num político dessa espécie… (C.N.)

12 thoughts on “Depois de destratar Haddad, Lula faz a exaltação dele na reunião ministerial

  1. O Stalinácio anda abusando dos remédios, a sua cuidadora não está respeitando as ordens médicas quanto as doses que o idoso deve tomar, daí estas crises de bipolaridade. Ou serão crises de popularidade?

  2. O fato é que Lula não distrata os ministro, apenas discute que é próprio de um presidente com experiência política, diferentemente de Bolsonaro totalmente despreparado para o cargo que ocupou.
    O fato é que o governo Lula em onze meses fez mais pelo Brasil que Bolsonaro em 4 anos. Alias Bolsonaro destruiu muito mais do que construiu.

  3. O que leva um bolsonarista defender um ex-presidente que destruiu o país e para se reeleger deu auxílio a caminhoneiros, taxistas em dinheiro vivo e deu auxílio da Bolsa Família à milhões de pessoas que não tinham direito a essas ajudas com dinheiro dos nosso impostos.

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