Desenvolvimento social só é possível através da redistribuição de renda

Charge do Beck (Arquivo do Google)

Pedro do Coutto

O problema do desenvolvimento social brasileiro está na redistribuição de renda, como demonstra a reportagem de Adriana Fernandes, na edição de ontem da Folha de S. Paulo. Os dados são da Fundação Getúlio Vargas e revelam que a renda nos últimos cinco anos avançou muito mais para uma ínfima pequena parcela do que para mais cerca de 99% dos brasileiros.

Segundo a matéria, cerca de 15 mil pessoas pertencentes ao topo da pirâmide social brasileira cresceu nos últimos anos até o triplo do ritmo observado entre o restante da população, elevando a concentração da riqueza ao fim do governo Jair Bolsonaro. Entre essa elite, que concentra apenas cerca de 0,01% da população, o crescimento médio da renda praticamente dobrou entre 2017 e 2022.

DISPARIDADE – Já os ganhos da imensa maioria da população adulta (os 95% mais pobres) não avançaram mais do que 33%, lembrando que a inflação do período foi de 31%. Mais uma vez o problema se coloca na base da redistribuição de renda e não apenas na renda per capita. O crescimento das aplicações da elite citada garante uma remuneração bem acima das taxas inflacionárias. Enquanto isso, para o chamado andar debaixo, a progressão é infinitamente menor.

Nesse cenário, é preciso destacar que a desigualdade social dificilmente será eliminada no país enquanto todos os vencimentos não atenderem minimamente todas as necessidades básicas dos seres humanos, afastando-os da pobreza e da miséria absoluta.

POLÍTICA SALARIAL  – O desafio de iniciar um processo efetivo de redistribuição de renda só pode ser viabilizado de alguma forma através da política salarial. Não existe outro caminho efetivo e sólido. A questão da corrida entre os salários e a inflação possivelmente não tem solução, mas isso não quer dizer que o problema não resida nesse contexto e nesse confronto.

É muito baixa a renda do trabalho no Brasil e devemos considerar também que existem problemas sociais de extraordinária importância que não se encontram atacados como deveriam. Um deles, por exemplo, é o fato de metade da população brasileira não ser atendida pelo sistema de saneamento básico. Conforme sempre digo, para realmente aumentar o consumo e a economia crescer sustentavelmente, promovendo o desenvolvimento efetivo, é preciso elevar os salários. O resto é paisagem.

11 thoughts on “Desenvolvimento social só é possível através da redistribuição de renda

  1. Não existe essa besteira de distribuição de renda, muito menos politica de valorização de salário.

    Rendas e salários dependem de relações de troca, de livre oferta e demanda. As tais políticas defendidas pelo autor do texto tentam criar condições artificiais impostas pelo Estafo que deformam completamente a economia e em 99,9% dos casos tem efeitos contrários ao pretendido.

    É justamente essa insistência na interferência estatal na economia para resolver “problemas do capitalismo” que causam a pobreza, baixa produtividade e burocracia.

    Como bem disse o Milei, o Estado não é a solução é o problema.

      • Desmente o que? Na realidade provam que as inúmeras políticas de “distribuição de renda” são um fracasso!

        Renda não se distribui! Por que a renda é gerada todos os dias, ela não pode ser simplesmente levada de um lado pro outro.

        Acho engraçado como os defensores do estatismo intervencionista usam exemplos de fracasso de suas políticas como provas de que elas funcionam!

        Quanto mais as tais políticas sociais falham, mas vcs dizem que elas são necessárias, em uma eterna corrida atrás do próprio rabo.

        • “… Os dados são da Fundação Getúlio Vargas e revelam que a renda NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS avançou muito mais para uma ínfima pequena parcela…”. Os últimos 5 anos vivemos um governo liberal seguindo a lógica Paulo Guediana de suprimir direitos e programas de distribuição de renda, e não o contrário, afinal tava uma farra danada, era empregada indo passar férias na Disney, filho do porteiro fazendo universidade pública, onde já se viu, né?

          E só pra concluir, onde se vê menos desigualdade, no liberal EUA ou na Suécia e o seu gigantesco Estado de bem estar social?

  2. Concordo 100% com a análise de Pedro do Coutto, um craque na arte de interpretar pesquisas e dados do IBGE.

    Salários e benefícios sociais, desde 2018, estão sendo ou aviltados ou eliminados, caso dos Benefícios Sociais.
    Essa onda ultra liberal, iniciada por Trump na América, Bolsonaro no Brasil e o maluco que fala com cachorro morto, o picareta do Milei argentino, são movimentos para acabar com a pobreza, eliminando os pobres da pirâmide social.
    Querem escravizar, os trabalhadores, pagando salários miseráveis e quase nada de benefícios.
    E ainda usam e abusam,caro discurso Libertário na Argentina e Liberdade no Brasil.
    Mas, essa tal Liberdade, é
    simplesmente o Direito do Rico massacrar o Pobre.

    • Pedro do Couto está coberto de razão, sem Distribuição de Renda, não há hipótese de rumamos em direção ao Desenvolvimento Social.
      Por essa razão, o Brasil não sai do lugar no concerto das nações.
      O nosso capitalismo não avança, porque o povo ganha muito mal, e o consumo vai todo ano. Só nos ricos e uma pequena os cela da classe média, minguando cada vez mais, conseguem comprar nos shopping, jantar em restaurantes, ir ao teatro, viajar pelo país e até passear enos pontos riscos da Europa e da América.
      Que Capitalismo é esse, que não dá condições da população consumir?
      É só trabalhar, trabalhar, em jornadas exaustivas, ganhando misérias e sem direito as horas extras, que, quando reivindicadas, recebem o bilhete azul.

      Distribuição de renda é sinônimo de riqueza, para todos e não somente para algumas classes privilegiadas.

      A situação começou a ficar desesperadora, a partir do governo Temer e nos quatro anos de Bolsonaro. Salários baixos, redução de benefícios, desemprego crescente e o Brasil ficando mais pobre e uma legião de miseráveis perambulando pelas ruas, dormindo embaixo de marquises e virando pedintes diários.

      A Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, a partir do Campo de Santana até a Candelária é um cenário da tragédia brasileira, uma situação de decadência do país, com brasileiros dormindo e fazendo suas necessidades naquele perímetro urbano. Quem gosta de viver assim? Ninguém, pois todo ser humano, gosta de ser bem tratado, de dignidade, que só é alcançado com oportunidades de emprego e renda.

      A razão está com Pedro do Couto. Isso é inquestionável. O absurdo, é ainda discordar do mestre, desconhecendo a nossa tragédia do dis- a- dia.

  3. “Por que demoramos tanto para chegarmos ao futuro” alvissareiro, promissor, que na real, infelizmente, nunca chegou e nem chegará pelas mãos do sistema que aí está há 134 anos, exceto para os operadore$ do dito-cujo, não obstante tão prometido pelos me$mo$ durante tanto tempo nos palanques da vida dos golpes, das ditaduras e dos estelionatos eleitorais dos me$mo$, tais sejam pelo militarismo e o partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$ ( taí os nomes dos bois) ? Elementar, Caro Watson, golpes errados, caminhos errados, pessoas erradas, erros incomensuráveis, fuga da realidade como ela realmente é, atalhos que só geram mais confusão, frustração, bateção e dores de cabeça, atrasos, perda de tempo, tempo perdido, sabotagens, obstruções, inadequações à nossas peculiaridades, excesso de aventureiros, oportunistas e aproveitadores, sem escrúpulos, movidos pela doença compulsiva de levar o máximo de vantagens em tudo o tempo todo…, enfim são tantas coisa$ e coiso$, como canta Roberta Miranda, mas é, sobretudo, por falta de projeto próprio, ideal, capaz de expressar todos os melhores valores e as melhores possibilidades do Brasil, que vá além das cercanias e da dualidade bestial impostas pelo establishment, que seja de fato e de direito um megaprojeto novo e alternativo de política e de nação, civilizado, evoluído, alternativo a tudo isso que aí está, há 134 anos, tipo guerra tribal, primitiva, permanente e insana por poder, dinheiro, vantagens e privilégios, sem limite$, liderado pela famigerada polarização política nefasta entre os me$mo$, acomodados no colo do famigerado centrão, o terror do erário da nação que, infelizmente, verdade seja dita justiça seja feita, não deu certo, esgotou o seu prazo de validade, exauriu o seu ciclo de poder, conforme revelado pelo tempo implacável, totalmente inviável, posto que nadou, nadou, nadou… e acabou morrendo sufocado e afogado na praia da imensa problemática que gerou e que é incapaz de resolvê-la, portanto faz-se necessário um megaprojeto próprio, novo e alternativo, que mostra, clara e corajosamente, como chegarmos lá, como resolvermos as pendengas do passado, que nos coloque no melhor presente possível, que apronte o Brasil para enfrentar todos os desafios impostos pelo mundo “moderno” e que nos mostre a melhor e mais alvissareira perspectiva de futuro, uma nova via política extraordinária, mais qualificada, enquanto carro-chefe do conjunto da sociedade, como, aliás, propõe, há cerca de 30 anos, a Revolução Pacífica do Leão, o novo caminho para o possível Brasil de verdade, confederativo, com democracia direta e meritocracia, a nova política de verdade, com Deus na Causa, até porque, em sã consciência, ninguém aguenta mais o continuísmo da mesmice dos me$mo$, com as suas eternas promessas palanqueiras vazias, blá-blá-blá, gogó e trololó, todos e todas conservadores disso tudo que aí está, há 134 anos, sem condições de nos apresentar o BOROGODÓ que tanto necessitamos há muito tempo, tal seja o megaprojeto novo e alternativo de política e de nação, posto que, como cantou o saudoso Moraes Moreira, o Brasil, como está ainda não está pronto e urge aprontá-lo para que, por nós e pelos nossos descendentes, tenhamos condições de enfrentar exitosamente os próximos 500 anos, em sendo projetado pela RPL como a nova vanguarda democrática do possível novo mundo civilizado, fazendo assim com que o Brasil de um Pulo de Leão adiante dos concorrentes internacionais, e a dificuldade maior da RPL tem sido apenas combinar tudo isso com os russos, chineses e norte-americanos, brasucas, do militarismo e do partidarismo, politiqueiro$, e seus tentáculos velhaco$, que há 134 forjaram, protagonizam e desfrutam do sistema dos me$mo$, e que não querem largar do osso nem no pau, Juvenal, aos quais está passando da hora de a banda isenta e consciente do conjunto da sociedade, unida no entorno do ideal comum, dizer, firme, forte, alto e em bom som: Basta, chega dos me$mo$, fora todo$, você$ não nos representam, “vão com deus e nossa senhora”, com o Diabo atrás tocando viola, com as vossas boas intenções fakes das quais o inferno está cheio. http://www.tribunadainternet.com.br/2024/01/17/em-davos-o-brasil-exibe-a-imagem-de-um-pais-que-nao-sabe-se-desenvolver/?fbclid=IwAR0-L4tS7GwOtaCpmAJxBpeki2JbRx5dOazc7wjHl53JecH6RUYzQYc4W2s

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