Calma, pessoal… O governo nem sempre erra e a nova política industrial é excelente

Mercadante: “O Brasil não pode ser só a fazenda do mundo” | Metrópoles

Mercadante acerta em cheio com o apoio à industrialização

Carlos Newton

Devido à exacerbada vaidade e aos absurdos que fala diariamente, o presidente Lula da Silva está perdendo o apoio de jornalistas que desde sempre aplaudiam entusiástica o PT e seus governos. Mas é preciso ter calma e reconhecer que nem tudo está errado no atual governo. Nos últimos dias, por exemplo, foram publicadas muitas matérias criticando a Nova Indústria Brasil, a política setorial que o economista Aloizio Mercadante anunciou, com R$ 300 bilhões reservados pelo BNDES para apoiar os empreendimentos nacionais.

Ao fazê-lo, Mercadante não está inovando em nada, apenas deu seguimento, 20 anos depois, à vitoriosa estratégia implantada por seus amigos Carlos Lessa e Darc Costa no BNDES, quando foram plantadas as bases que possibilitaram o reerguimento da economia nacional, com o PIB chegando a aumentar espantosos 7,5% em 2010, último anos do governo Lula.

RECORDAR É VIVER – Quando assumiu o BNDES em 2003, tendo como vice-presidente o consultor Darc Costa, especialista em desenvolvimento econômico, Carlos Lessa teve uma surpresa – o PT não tinha plano de governo. Assim, ele e Darc Costa puderem implantar as próprias ideias e transformaram o BNDES num vetor de desenvolvimento, apoiando todos os setores da economia e financiando até os microempresários, através do Cartão BNDES, com os menores juros do mercado.

Agora, Mercadante refaz a trilha de Lessa, reproduz a política industrial criada por seus amigos, e o que acontece? Ao invés de a iniciativa ser saudada pelos brasileiros, saem críticas de todos os lados – exceto, é claro, dos setores industriais, que estão vibrando com a possibilidade de retomada do crescimento do setor que mais abre empregos qualificados.

Há até quem diga que o governo vai investir muito (R$ 300 bilhões) com o que já deu errado – exigência de conteúdo nacional, crédito subsidiado e compras do governo. Palavras, palavras, leva-as o vento da política mesquinha.

CRÍTICAS ESPÚRIAS – Essas críticas despudorada são feitas por brasileiros que odeiam esse país e querem vê-lo subjugado aos interesses externos, porque desde o século passado, via John Mainard Keynes, já se sabe que é fundamental o papel do Estado como indutor do crescimento econômico.

Foi assim no desenvolvimento dos Estados Unidos pós-recessão e da Alemanha pós-guerra. Depois, confirmado por Japão, Coreia do Sul, Cingapura, Taiwan e Vietnam, que acaba de ultrapassar o Brasil como 25º maior exportador do mundo. Nenhum deles chegou aonde chegou sem papel ativo do governo.

A nova política industrial deveria ser saudada, mas a paixão político-ideológica sempre acaba falando mais alto. É como se o governo de Lula fosse proibido de acertar. Ou seja, deve ser criticado por todos os seus atos, sem distinção.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Aqui na Tribuna da Internet, os acertos do governo – não importa se é de direita, de esquerda ou enviesado – serão sempre aplaudidos. Aliás, o jornalismo não pode ser amestrado nem atrelado, precisa caminhar sempre sob o signo da liberdade. Assim, podemos dizer que Mercadante errou ao contratar a mulher de Chico Buarque, mas acertou em cheio com a nova política industrial. (C.N.)

19 thoughts on “Calma, pessoal… O governo nem sempre erra e a nova política industrial é excelente

  1. “…Essas críticas despudorada são feitas por brasileiros que odeiam esse país e querem vê-lo subjugado aos interesses externos,…”.
    Resumiu o pensamento da Folha, Estadão, Globo, Veja e outros jornais vira-latas, todos estampando reportagens longas com críticas odientas à nova política industrial.

  2. Lula foi eleito pela FIESP justamente para fazer isso que esta fazendo, ou seja, tentar ressuscitar o industrialismo paulista, que há muito vinha em decadência.
    O protagonismo econômico brasileiro, passou a ser o agro negócio, que é combatido pelo lula e esquerda, que acham que a indústria paulista é quem quem deve ser o carro chefe da política econômica nacional.
    É o atual presidente brasileiro, é outro que esta na base do “missão dada, missão cumprida”.
    Podem querer revitalizar o industrialismo, não tem problema, porém não cometam a sandice de querer demolir com a agricultura brasileira, porque ai passa a ser crime de lesa pátria.

  3. Concordo plenamente com CN, quanto à política industrial recém lançada.

    A única maneira de aumentar a renda média dos brasileiros que vem se deteriorando há anos, é incentivar a retomada industrial do país. E isso só será possível se houver apoio concreto do Estado.

    Grande parte de nossos jovens com formação, emigram por falta de oportunidades aqui.

    Àqueles que criticam: qual o país que se desenvolveu, sem a presença forte do Estado?
    Quais as alternativas?

    Acham que exportar produtos primários é suficiente? E lembrar que alguns desses produtos são finitos. Se não aproveitarmos agora, para dar um salto de qualidade e diversificar, qualificando nossas exportações, ficaremos na mesma ou pioraremos.

    Acham que o livre comércio apregoado, mas não praticado pelos países desenvolvidos, ajudará a desenvolver nosso país?

    Por que Trump é um forte candidato nos EUA, apesar de seus erros e arroubos (não seria porque fala de uma política industrial para seu país)?

    Leiam o livro “23 coisas que não nos contaram sobre o capitalismo” e cheguem às sias próprias conclusões.

  4. Data vênia caro C.N. mas discordo de você, esta tentativa desesperada do governo vai acabar como a anterior, muita fumaça e pouco fogo. A corrupção e a roubalheira vão voltar com tudo, o resto da história já sabemos como acaba, mas desta vez sem Lava Jato.

  5. Não podemos queimar etapas, corrupção e impunidade. Vencendo essas o caminho fica livre.
    Os reis da ladroagem nos transformaram num mercado cativo.

  6. Senhor Ching Ling , crimes de lesa – pátria o Brasil já vem sofrendo á muito tempo ,através das tais privatizações ” CRIMINOSAS ” e lesivas ao país de suas empresas públicas e estatais , corrupção desenfreada e institucionalizada , portanto caso ocorra , esse seria mais um crime dentre tantos outros , com o agravante de que os criminosos tem a ” impunidade ” garantida liquida e certa , pelos heroicos juízes do STF , STJ e dos demais tribunais do país .

  7. Fica claro como esquerdista simplesmente não entende como a economia funciona e não adianta verem suas ideias falharem infinitas vezes, eles se recusam a aprender.

    Esse plano de “industrialização” é um completo desastre, repetindo pela milésima vez ideias que deram errado, por que?

    – Não existe investimento do Estado, pois o Estado não gera riqueza, ele usa dinheiro de impostos.

    – Industrialização se faz com aumento de produtividade e portanto ganhos de competitividade. A indústria brasileira está morrendo por pura e simples baixa competitividade.

    – O que esse projeto prevê é o Carlos Newton acha lindo, é enterrar bilhões de reais advindos dos impostos pagos pela população em empresas de baixa competitividade.

    – Basicamente o Estado obriga as pessoas a sustentarem empresas pouco produtivas.

    – A exigência de conteúdo nacional torna estas empresas ainda menos competitivas.

    – Basicamente o que temos é a completa inversão de como uma economia deveria funcionar, ao invés das empresas competirem entre si para oferecendo produtos de qualidade a baixo preço. Temos o povo sendo obrigado a sustentar indústrias ineficientes e com produtos caros! É como esperar que a carroça empurre os cavalos.

    – No fim o que teremos? Bilhões de reais desperdiçados tentando manter empresas que deveriam falir por absoluta incapacidade de competir.

    – Genial Sr. CN!

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