Rafael Moraes Moura
O Globo
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, já acertou com os comandantes das Forças Armadas que não haverá manifestação oficial dos militares da ativa no próximo dia 31 de março, quando se marca o aniversário dos 60 anos do golpe que depôs o presidente João Goulart, em 1964.
A intenção de Múcio, endossada pelos comandantes, é deixar o assunto de lado, em mais um esforço para distensionar o ambiente entre o Palácio do Planalto e a caserna – e evitar possíveis novos focos de crise, apesar da ampla repercussão que a data simbólica deve ganhar entre a sociedade civil, o PT e dentro do próprio governo Lula.
ANTES DA OPERAÇÃO – O acerto entre o titular da Defesa e os comandantes militares foi feito antes mesmo da operação Tempus Veritatis, desencadeada nesta quinta-feira sobre o presidente, ministros militares e 16 oficiais da ativa e da reserva investigados por tramar um golpe de Estado – incluindo o general Estevam Theophilo, que só foi para a reserva em dezembro passado .
As revelações da operação tornaram ainda mais sensível o assunto do golpe. O combinado entre Múcio e os comandantes é que não haverá a divulgação de mensagens oficiais – a chamada “ordem do dia” – por parte de nenhuma das três Forças – Exército, Marinha e Aeronáutica.
“Não politizemos as coisas”, tem dito Múcio a interlocutores. Se houver defesas entusiasmadas do golpe, virão dos militares da reserva, não dos da ativa.
EXEMPLO DE 2023 – No ano passado, primeiro deste mandato de Lula, também não houve manifestações das Forças Armadas a respeito do golpe de 1964, que foram divulgadas nos quatro anos de governo Bolsonaro (2019-2022), em mensagens assinadas pelos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Por orientação do Ministério da Defesa, as tropas foram alertadas que haveria punição em caso de qualquer tipo de celebração da data por militares da ativa, o que incluiu também postagens em redes sociais.
O “esquecimento” oficial do 31 de março faz parte dos “termos da relação” entre as Forças Armadas e o Palácio do Planalto, que vem feito uma série de concessões aos militares.
MORTOS E DESAPARECIDOS – Um exemplo é a reinstalação da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, considerada uma prioridade pelo grupo de transição da área de direitos humanos, mas que enfrenta forte resistência dentro da caserna e que, por isso, nunca saiu do papel.
Conforme mostrou o blog, o governo Lula também engavetou um projeto de lei que acabava em definitivo com as pensões para filhos de militares – hoje válidas apenas para quem começou a receber o benefício antes de 2000.
Como dizia meu “véio”: titica quanto mais mexe, mais fede.
O desgoverno Bolsonaro foi caricato.
A distância entre 1964 e 2024 é comparável à de 1889 a 1964.
Muita coisa rolou, mas o grupo no poder segue o mesmo há 524 anos.
Vivemos uma era de três décadas de lulopetismo e os 4 anos de Bolsonaro fizeram muito mal ao desmoralizarem a necessária oposição.
O que temos é a eterna luta entre esquerda e direita.
O resto é retorica.
Como com propriedadedizem: São todos, farinha do mesmo saco!
“Você não percebeu que não importa em quem você vota? Você não ouviu dizer que não existe uma “diferença que valha um centavo” entre os partidos Democrata e Republicano? Thomas Jefferson nos alertou que tal padrão é prova de uma conspiração ! https://www.cuttingedge.org/news/n1439.cfm
Há um 6 de outubro à frente (quiçá um segundo turno), quando saberemos o que farão os eleitores para erigirem estátuas prefeiturais em 5.568 municípios… Em 26, esperamos a ruptura binária…