Hélio Schwartsman
Folha
Luta pela igualdade de gêneros produziu revés para as mulheres, com a adoção, pela Dinamarca, do alistamento militar obrigatório para todos
Era uma questão de tempo até que acontecesse. A necessária luta pela igualdade entre os gêneros produziu um revés para as mulheres.
A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, anunciou que, a partir de 2026, as mulheres do país estarão sujeitas ao serviço militar obrigatório, que por ora vale só para os homens.
SISTEMA DE LOTERIA – Na Dinamarca, os militares, homens e mulheres, são recrutados principalmente em bases voluntárias, mas cerca de 5 mil rapazes ainda são convocados a cada ano por um sistema de loteria.
Pelos planos de Frederiksen, que deverão passar sem problemas no Parlamento, a obrigatoriedade atingirá também as mulheres e o tempo de serviço será ampliado de 4 para 11 meses.
Sempre que o Estado obriga alguém a fazer o que não deseja, comete uma violência. Há obviamente coisas como pagar tributos, que precisam ser repartidas entre todos, mesmo que contra a vontade do cidadão.
DESDE NIXON – O serviço militar, porém, não entra na categoria das imposições inevitáveis. O mundo demorou um pouco para descobrir isso, mas, desde que os economistas Milton Friedman, Walter Oi e Martin Anderson convenceram Richard Nixon de que a obrigatoriedade era uma aberração ética e que não fazia sentido econômico (o custo de tirar jovens de suas carreiras supera o de contratar um exército profissional), mais e mais democracias foram abolindo o alistamento mandatório ou pelo menos o transformando em relíquia existente apenas “de jure”, mas não “de facto”.
Restaram exceções, como o Brasil e alguns poucos países da Europa, notadamente na Escandinávia. Hoje, são só 85 das quase 200 nações que mantêm a conscrição obrigatória.
O interessante aqui é que, como nos anos 1960 e 1970 a polarização não era tão automática, essa foi uma reforma sugerida por economistas de direita que rapidamente ganhou o apoio da esquerda. Eram tempos em que ambos os lados olhavam para o mérito das propostas antes de rejeitá-las.
Herodes Gates, o “redutor populacional” agradece a idéia e agora pensam num regimento, numa guerra e num front!
Na foto, perfiladas e elegantes só portadoras de sapatos normais!
Há mais de três décadas nossos jovens querem e tentam o serviço militar para aprenderem uma profissão, terem oportunidade na vida, mas “sobram” e são jogados no desemprego e na marginalidade.
Quanto à “igualdade de gênero”, não passa de uma máscara para o bizarro feminazismo.
Criam mitos e padrões sem nenhuma base estatística confiável ou com graves erros de amostragem.
As mulheres têm acesso amplo e igualitário a todas as principais carreiras, inclusive nas academias militares.
Homens e mulheres já são iguais em direitos e oportunidades na imensa maioria dos países.
O resto é contorcionismo da politicagem e da demagogia.
Feminismo e outros ismos cauterizam e reduzem as cabeças, que deixam de ser pensantes e decoram um monte de bobagens ultrapassadas e irreais na prática cotidiana.