Discussão tardia sobre o Uber reflete distorções sobre dignidade e trabalho

Lula quer criar apps públicos para concorrer com Uber e Ifood – Portal Viu

Lula prometeu que acabaria com a “escravização” do Uber

Bruno Boghossian
Folha

Lula não hesitou antes de incluir o assunto Uber na campanha eleitoral. O petista dizia com convicção que era preciso regulamentar o trabalho por aplicativo de motoristas e entregadores. “Tem que ter descanso semanal remunerado, jornada de trabalho, férias, senão ele voltou a ser escravo”, afirmou, em abril de 2022.

O tema entrou no governo como prioridade. O Ministério do Trabalho criou um grupo para elaborar um projeto de lei, chamou empresas e ouviu trabalhadores. Houve tanta incerteza desde o início que foi preciso desmembrar a proposta. Em março, Lula assinou um texto que tratava só de motoristas de carros, deixando as motos para depois.

MORTE DA PROPOSTA – O projeto chegou ao Congresso há poucas semanas, mas há gente no governo decretando a morte da proposta.

Alguns auxiliares de Lula dizem que não há votos para aprovar uma regulamentação ampla. Outros aliados argumentam que os petistas já haviam perdido o debate público antes do início das discussões.

Reuniões sobre o tema nos últimos dias ficaram marcadas por uma tensão entre governistas com opiniões distintas sobre o mundo do trabalho. Num encontro, um petista disse ao ministro Luiz Marinho que era preciso respeitar opções do trabalhador e que não era possível ficar preso à lógica sindical que formou o PT.

VISÃO JURÁSSICA – A discussão tardia dentro do governo reflete um conflito entre a visão histórica de Marinho e a maneira como muitos trabalhadores enxergam a atividade.

Os pontos mais vulneráveis da proposta seriam o pagamento por hora trabalhada e a determinação de pagamento de contribuição previdenciária —o que, para alguns motoristas, engessaria e aumentaria o custo da atividade.

Na campanha, Lula definiu bem o assunto como uma questão de dignidade desse trabalhador. Ele tem dificuldade para transformar a defesa numa ação política porque há uma ação organizada de oposição nesse segmento, mas também porque certos integrantes do governo ainda operam mais perto de princípios jurássicos do que da realidade atual.

5 thoughts on “Discussão tardia sobre o Uber reflete distorções sobre dignidade e trabalho

  1. Sr. Newton

    Agora o negócio vai ficar feio

    Será que o Papa virou para a Extrema-Direita igual ao Helinho Fuska..??

    Aquela gazela saltitante do Piçol deve estar urrando de raiva….

    Vaticano classifica mudança de gênero e aborto de ‘ameaças graves à dignidade humana’

    Em novo documento, elaborado pela ala conservadora da Igreja Católica e aprovada pelo Papa, eutanásia e barriga de aluguel também são criticados. Posicionamento ocorre quatro meses após Vaticano permitir bênçãos de padres a casais do mesmo sexo.

    https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/04/08/vaticano-classifica-mudanca-de-genero-e-aborto-de-ameacas-graves-a-dignidade-humana.ghtml

  2. O negócio é o seguinte:

    O governo quer se meter onde tem grana e pessoas trabalhando.

    São trezentos e cinquenta mil pessoas com motos e um milhão e duzentos mil motoristas de aplicativos. Fora os aplicativos domésticos que atuam independentes em muitas cidades do Brasil.

    Alguns espertalhões, vagabundos, viram o grande negócio, uma nova cornucópia sem limites de arrecadação e criaram um sindicato.

    Dito isto, o sindicato que não pertence aos motoristas, mas sim aos vagabundos do governo, resolveram ficar sócios do imenso negócio, sugando os profissionais que atuam nesse ramo.

    Quem ganha:

    Os aplicativos, o sindicato da malandragem, com a previdência social, pendurada no pescoço.

    Quem perde: Todos os trabalhadores dos aplicativos.

    Os passageiros também perdem porque as corridas e entregas ficarão mais caras, mas os motoristas não vão ver nenhum centavo desse aumento.

    A farsa do circo do achaque, ficou exposta, quando a Uber ficou tão feliz (vacilaram) em elogiar prontamente a PLP 12/24.
    Imediatamente todo mundo (trabalhadores) gritaram na hora e estão gritando até hoje, porque está mais do que provado que isso é um escândalo, um verdadeiro escárnio.

    Os motoristas não querem o governo se metendo e muito menos um sindicato que não os representa, porque não foi criado por eles.

    Ninguém quer sindicato!

    O que os motoristas, querem:

    1) Transparência.

    2) Valores justos.
    Os aplicativos ficam às vezes com 50/60 porcento do valor das corridas.

    3) Aumento da tarifa que está congelada desde que estas empresas vieram para o Brasil.
    A primeira que aportou por aqui, foi a Uber em 2014.

    JAMAIS HOUVE um reajuste real em função do aumento dos combustíveis.
    Já se passaram, DEZ ANOS.
    Chega a ser risível!

    Isso só acontece, porque este é um país de miseráveis desempregados.

    Os aplicativos, sabem da fraqueza dessa mão de obra e os explora até mais não poder.

    É A ESCRAVIDÃO DO SÉCULO 21!

    José Luis

  3. Lula tem que acabar com a ” famigerada e criminosa ” terceirização dos serviços públicos no país , pelo fato de constituir-se numa verdadeira escravização de seus profissionais , sem direitos previdenciário e trabalhistas , sem direito a ascensão na carreira e impossibilitados de assumir compromissos econômicos – financeiros de médio e longo prazo , devido as constantes e corriqueiras mudanças de empresas , a cada seis a doze meses , eu fui fiscal de contrato e vivenciei tamanha humilhação e barbaridade cometidas pelos donos de empresas terceirizadas , aqui no Estado do Amazonas , os profissionais terceirizados da saúde e educação , normalmente recebem seus salários com dois a quatro meses de atrasos, sendo o Governador Wilson Lima e o Prefeito da capital Manaus não estão nem aí , isso é público e notório .

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