“X” de Musk imita o Google e desiste de fazer anúncios políticos no Brasil

Bilionário Elon Musk questiona Alexandre de Moraes na rede X sobre  existência de censura no Brasil - PrimeiroJornal

Musk quer conferir se as regras de Moraes vão funcionar

Renata Galf
Folha

A plataforma X (antigo Twitter), do bilionário Elon Musk, seguiu na mesma linha do Google e excluiu o Brasil da lista de países em que diz permitir anúncios políticos. Na última semana, o Google anunciou que deixaria de permitir a veiculação de anúncios políticos no Brasil via Google Ads, o que inclui o YouTube. O motivo foi a resolução do TSE e os custos que estariam envolvidos para adequação.

Até então, os critérios do Google para inclusão de anúncios em seu relatório de transparência eram a menção a partidos políticos, a candidatos a cargos no nível federal e estadual ou ainda a ocupantes destes cargos.

REGRAS COMPLICADAS – Além do fato de as eleições deste ano serem municipais, com um número imenso de candidatos, a nova regra do TSE traz uma descrição mais ampla do que é considerado no rol de anúncios político eleitorais, incluindo categorias como “propostas de governo, projetos de lei, exercício do direito ao voto e de outros direitos políticos ou matérias relacionadas ao processo eleitoral”.

Na resolução, o tribunal proibiu também que as empresas que comercializem qualquer tipo de impulsionamento de conteúdo disponibilizem “esse serviço para veiculação de fato notoriamente inverídico ou gravemente descontextualizado que possa atingir a integridade do processo eleitoral”.

Estabelece também que, quando esse tipo de conteúdo tiver sido impulsionado “de forma irregular”, a Justiça Eleitoral poderá determinar que as plataformas veiculem, “por impulsionamento e sem custos”, conteúdo informativo que elucide fato notoriamente inverídico “nos mesmos moldes e alcance da contratação”.

ANÚNCIOS POLÍTICOS – Pelo menos até a última segunda (dia 29), o país ainda estava no rol de nações em que eram permitidos “anúncios de conteúdo político” e não aparecia apenas na listagem de permissão para “anúncios de campanha política”. Agora já não consta em nenhuma das duas opções de publicidade.

A alteração no site do X ocorre na mesma semana em que vence o prazo para as plataformas se adequarem às novas regras do TSE, que tornaram obrigatória, entre outros itens, a disponibilização de repositório de anúncios de conteúdo político eleitoral pelas empresas que oferecem este tipo de serviço. A corte deu um prazo de 60 dias, a contar da data em que a resolução passou a vigorar, o que ocorreu em 1º de março.

A mudança no X também ocorre semanas depois do embate de Musk com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE, Alexandre de Moraes.

EXIGÊNCIAS SEVERAS – Segundo a nova resolução do TSE, as plataformas devem informar, no repositório, em tempo real, o conteúdo, valores, responsáveis pelo pagamento e características dos grupos populacionais que compõem a audiência (perfilamento) da publicidade contratada. Além disso, devem disponibilizar uma ferramenta de consulta que permita busca por palavras-chave, termos de interesse e nomes de anunciantes.

Também prevê acesso a informações precisas sobre o período do impulsionamento, a quantidade de pessoas atingidas e os critérios de segmentação escolhidos.

A resolução estabelece ainda que essa medida é “de cumprimento permanente, inclusive em anos não eleitorais e períodos pré e pós-eleições”.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
O ministro Moraes, que preside o TSE, inventou uma regulamentação própria das redes sociais, é uma façanha inédita, pois nenhum outro país já conseguiu essa proeza. O resultado é que dois gigantes da internet – o X/Twitter e o Google já tiraram o time de campo e eliminaram os anúncios políticos aqui na filial Brazil. Essa reação, é claro, vai aumentar a fama de Moraes no exterior. (C.N.)

3 thoughts on ““X” de Musk imita o Google e desiste de fazer anúncios políticos no Brasil

  1. Ou seja , o ministro/juiz do STF Alexandre Morais esta cortando o mal pela raiz , uma vez que as pessoas envolvidas na verdade , não querem se adequar a uma regra baseada no respeito mútuo e assumir as consequências do que fazem/dizem/escrevem , e sim no salve-se quem puder , se escudando na falácia da livre expressão , sem consequências.

  2. Se Stalin, Mao, Pol Pot e Fidel não falaram que a livre expressão é uma falácia, deveriam ter falado.
    Béria deveria ter alertado Stalin que deveria declarar que a livre expressão era uma falácia. Stalin não falou !
    Béria.
    Ele era o braço direito de Stalin. Béria, um homem insensível, psicótico e imoral. Lavrenti começou a vida profissional como arquiteto, após o término da faculdade. Posteriormente, filiou-se ao PCUS – Partido Comunista da União Soviética – e optou por servir na polícia secreta, a então GPU.
    Lavrenti Pavlovitch Béria tornou-se um dos homens mais temidos da União Soviética, por ser o líder do seu maior organismo de segurança e espionagem, o NKVD (Comissariado Popular de Assuntos Internos).

    O PRIMEIRO ENCONTRO
    Béria encontrou com Stalin durante as férias do líder soviético, em 1931. Um relato popular afirma que Béria salvou Stalin de uma tentativa de assassinato. Outras fontes sugerem que ele próprio encenou o atentado só para poder impedi-lo. O fato é: Stalin, a partir disso, o fez subir rapidamente na hierarquia do partido e na polícia secreta.

    O BAJULADOR
    Bajulador como todos os integrantes do círculo íntimo de Stalin, foi um dos responsáveis por tornar seu regime a mais poderosa máquina política da história. Béria pôs-se a organizar um livro exaltando o líder, mas, como homem de limitadas letras, encomendou-o ao historiador E. Bediia. Após a revisão, colocou seu nome na obra como autor exclusivo e, na época do Grande Terror, 1936-8, ordenou o fuzilamento do verdadeiro escritor.

    O livro foi editado com uma enorme tiragem, sob o título de “Sobre a História das Organizações Bolcheviques na Transcaucásia”, e retratava Stalin como “o Lênin do Cáucaso”.

    A CONFIANÇA
    Stalin confiou a Béria trabalhos importantes, desde a perseguição aos inimigos e organização dos gulags, à supervisão do projeto da bomba atômica. Esse projeto foi iniciado na URSS em 1941 e interrompido em razão da Segunda Guerra Mundial. Foi retomado após o fim do conflito, reunindo uma grande quantidade de cientistas sob a coordenação do maior físico-químico da União Soviética, Igor Kurtchatov. Béria pôde ajudar os cientistas com a força da NKVD, contando com um grande número de espiões russos e técnicos alemães levados para a URSS.

    O COMANDANTE
    Como comandante da então NKVD, Béria tornou-se um verdadeiro chefe do maior estado policial que já existiu, sendo responsável pela morte de milhares de “Inimigos do Povo”, dentre supostos traidores, espiões, fascistas, czaristas, simpatizantes do fascismo e criminosos comuns. Também mandava prender, deportar, torturar ou fuzilar pessoas inocentes, intelectuais, artistas, qualquer um que acreditasse representar ameaça ao regime.

    O MASSACRE DA FLORESTA KATYN
    Com a consolidação da invasão da União Soviética da Polônia, em 17 de setembro de 1939, os soldados poloneses que estavam na parte invadida pela União Soviética foram prontamente rendidos. Béria – que ocupava o cargo de Comissário do Povo (ministro) do Interior – convenceu Stalin de que os prisioneiros eram membros de grupos contrarrevolucionários e, portanto, apresentavam um risco para o controle soviético na Polônia. Em documento enviado a Stalin, propõe: “Examinar de maneira especial, aplicando a pena máxima, o fuzilamento” a mais de 25 mil prisioneiros de guerra poloneses, na maioria oficiais do Exército. Com a autorização de Stalin, Béria organizou um comitê especial, chamado de “Troika”, para selecionar os prisioneiros que seriam

    condenados ao fuzilamento. Entre 1940 e 1941, foram mortos 21.892 prisioneiros. Béria foi o idealizador dessa carnificina.

    TERRÍVEL ASSEDIADOR
    Segundo o historiador, Simon Montefiore a comprovação dos estupros cometidos por Beria em 1953 concluíram que ele era um “predador sexual que usou seu poder para se entregar à depravação obsessiva.” Tanto sua esposa Nina quanto seu filho Sergo acusaram-no de abuso sexual e estupro, após o seu falecimento.

    Segundo o coronel Sardion Nadaraiados, importante oficial da NKVD na época, em noites de guerra Beria era visto dirigindo pelas ruas de Moscou em seu blindado, indicando jovens para serem detidas e enviadas até a sua mansão, onde vinho e um banquete as esperavam. Após o jantar, ele as levava para um quarto à prova de som e as estuprava.

    FIM DA GUERRA
    Depois da Segunda Guerra Mundial e do término do projeto nuclear soviético, Beria ficou encarregado dos novos expurgos, agora contra aqueles que colaboraram com os invasores alemães e promoveram atos de sabotagem. Além disso, foi também responsável pela execução dos prisioneiros militares alemães de alta patente, bem como pela escravização dos soldados comuns e oficiais alemães nos gulags.

    SEU FIM
    Na versão de Svetlana – filha de Stalin – Béria foi o responsável pela morte do líder soviético, mas muitos documentos atestam que Béria não o matou, predominando a versão do derrame cerebral. Após a morte de Stalin, começou uma intensa disputa pelo poder, seu sucessor Nikita Kruschev e o Marechal Zukov, comandante do exército vermelho, temendo o poder de Béria – que menosprezou seus adversários – mandaram prendê-lo. Por um decreto do Presidium do Soviete Supremo, foi expulso desse órgão, do cargo de Primeiro vice-presidente do Conselho de Ministros da URSS e de Ministro do Interior da URSS, foi privado de todas as patentes e condecorações, e seu processo foi entregue ao Supremo Tribunal da URSS. Apesar de todas as tentativas do carrasco de escapar do julgamento, declarando sua fidelidade ao comunismo e pedindo misericórdia, foi julgado e condenado a morte.

    Béria teve o mesmo fim que os milhares de soldados poloneses que ele ajudou a executar, foi morto com um tiro na nuca em 1953.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *