Thomas L. Friedman
Folha/NWTimes
A diplomacia dos EUA para encerrar a guerra na Faixa de Gaza e forjar uma nova relação com a Arábia Saudita tem convergido nas últimas semanas em uma única escolha gigantesca para Israel e o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu: O que você quer mais: Rafah ou Riad?
Você quer lançar uma invasão em larga escala de Rafah para tentar acabar com o Hamas —se isso for possível— sem oferecer qualquer estratégia de saída israelense de Gaza ou qualquer horizonte político para uma solução de dois Estados com palestinos não liderados pelo Hamas? Se você seguir por esse caminho, só irá agravar o isolamento global de Israel e forçar uma verdadeira ruptura com o governo Biden.
Ou você quer a normalização com a Arábia Saudita, uma força árabe de paz para Gaza e uma aliança de segurança liderada pelos EUA contra o Irã? Isso viria com um preço diferente: um compromisso do seu governo de trabalhar rumo a um Estado palestino com uma Autoridade Palestina reformada —mas com o benefício de inserir Israel na mais ampla coalizão de defesa de que o Estado judeu já desfrutou e a maior ponte com o restante do mundo muçulmano que Israel já recebeu, ao mesmo tempo em que cria ao menos alguma esperança de que o conflito com os palestinos não será uma “guerra eterna”.
ÚLTIMA ESCOLHA – Esta é uma das escolhas mais fatais que Israel já teve que fazer. E o que acho tanto perturbador quanto deprimente é que não há nenhum líder israelense importante hoje na coalizão governante, na oposição ou no meio militar que esteja ajudando consistentemente os israelenses a entender essa escolha — ser um pária global ou um parceiro do Oriente Médio — ou explicando por que deveriam escolher a segunda opção.
No início da guerra, líderes militares e políticos israelenses diriam que líderes árabes moderados queriam que Israel eliminasse o Hamas, um desdobramento da Irmandade Muçulmana detestado por todos os monarcas árabes. Claro, eles gostariam que o Hamas desaparecesse —se isso pudesse ser feito em algumas semanas com poucas vítimas civis.
Agora está claro que não pode ser feito, e prolongar a guerra não está nos interesses dos Estados árabes moderados, especialmente da Arábia Saudita.
O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL – Das conversas que tenho tido aqui em Riad e em Washington, eu descreveria a visão do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman sobre a invasão israelense de Gaza hoje da seguinte forma: saia o mais rápido possível.
Tudo o que Israel está fazendo neste momento é matar cada vez mais civis, desapontando sauditas que apoiavam a normalização com Israel contra ela, criando mais recrutas para a al-Qaeda e o grupo Estado Islâmico, fortalecendo o Irã e seus aliados, fomentando instabilidade e afastando investimentos estrangeiros muito necessários desta região.
A ideia de eliminar o Hamas “de uma vez por todas” é um devaneio, na visão saudita. Se Israel quiser continuar a fazer operações especiais em Gaza para atingir a liderança, sem problemas. Mas sem soldados permanentemente no terreno. Por favor, chegue a um cessar-fogo total e à libertação de reféns o mais rápido possível e concentre-se em vez disso no acordo de segurança-normalização EUA-Arábia Saudita-Israel-Palestina.
NOVO CAMINHO – Essa é a outra estrada que Israel poderia tomar agora —aquela que nenhum líder importante da oposição israelense está defendendo como prioridade máxima, mas aquela pela qual o governo Biden e os sauditas, egípcios, jordanianos, bahreinitas, marroquinos e emiradenses estão torcendo. O sucesso dela está longe de ser garantido, mas também não é a “vitória total” que Netanyahu está prometendo.
Essa outra estrada começa com Israel abrindo mão de qualquer invasão militar total de Rafah, que fica bem na fronteira com o Egito e é a principal rota pela qual a ajuda humanitária entra em Gaza por caminhões. A área abriga mais de 20 mil residentes permanentes e agora também mais de 1 milhão de deslocados do norte de Gaza. É também onde se diz que estão os últimos quatro batalhões do Hamas e, talvez, seu líder Yehia Sinwar.
O governo Biden tem dito publicamente a Netanyahu que ele não deve se envolver em uma invasão em larga escala de Rafah sem um plano crível para retirar esses mais de 1 milhão de civis do caminho —e que Israel ainda não apresentou tal plano. Mas, em privado, estão sendo mais diretos e dizendo a Israel: nenhuma invasão maciça de Rafah, ponto final.
Passagem de Rafah, entre Gaza e Egito, tem fila de caminhões com ajuda humanitária de um lado e refugiados de outro
O MESMO ERRO -Autoridades dos EUA estão convencidas de que se Israel agora destruir completamente Rafah, depois de ter feito o mesmo com grandes partes de Khan Yunis e da Cidade de Gaza, e não tiver um parceiro palestino crível para aliviá-lo do fardo de segurança de governar uma Gaza destroçada, estará cometendo o tipo de erro que os Estados Unidos cometeram no Iraque e acabará lidando com uma insurgência permanente em cima de uma crise humanitária permanente.
Mas haveria uma diferença fundamental: os EUA são uma superpotência que poderia falhar no Iraque e se recuperar. Para Israel, uma insurgência permanente em Gaza seria paralisante, especialmente sem amigos restantes.
E é por isso que autoridades dos EUA me dizem que se Israel realizar uma grande operação militar em Rafah, apesar das objeções da administração, o presidente Joe Biden consideraria restringir certas vendas de armas para Israel.
TRÊS PROJETOS – Isso não é apenas porque o governo Biden quer evitar mais vítimas civis em Gaza por motivos humanitários, ou porque isso inflamaria ainda mais a opinião pública global contra Israel e tornaria ainda mais difícil para a equipe de Biden defender Israel.
É porque a administração acredita que uma invasão israelense em larga escala de Rafah minaria as perspectivas de uma nova troca de reféns, para a qual autoridades dizem que agora há algumas novas esperanças, e destruiria três projetos vitais nos quais tem trabalhado para melhorar a segurança de longo prazo de Israel.
O primeiro é uma força de paz árabe que poderia substituir as tropas israelenses em Gaza, para que Israel possa sair e não ficar preso ocupando Gaza e a Cisjordânia para sempre. O segundo é o acordo diplomático entre EUA, Israel, Palestina e Arábia Saudita que a administração está perto de finalizar os termos com o príncipe herdeiro saudita. E por último, os EUA reuniriam Israel, Arábia Saudita, outros Estados árabes moderados e aliados europeus em uma única arquitetura de segurança integrada para combater as ameaças de mísseis iranianos da mesma forma que fizeram quando o Irã atacou Israel em 13 de abril.
A ESCOLHA É SUA – A equipe de Biden quer concluir a parte EUA-Arábia Saudita do acordo para poder agir como o partido de oposição que Israel não tem no momento e ser capaz de dizer a Netanyahu: “você pode ser lembrado como o líder que presidiu a pior catástrofe militar de Israel no 7 de Outubro ou como o líder que tirou Israel de Gaza e abriu o caminho para a normalização entre Israel e o Estado muçulmano mais importante. A escolha é sua”. E quer oferecer essa escolha publicamente para que todo israelense possa ver.
Então, deixe-me terminar onde comecei: os interesses de longo prazo de Israel estão em Riad, não em Rafah. Claro, nenhum dos dois é garantido, e ambos têm riscos. E sei que não é tão fácil para os israelenses ponderá-los quando tantos manifestantes globais hoje estão criticando Israel por seu mau comportamento em Gaza e dando carta branca ao Hamas.
Mas é para isso que os líderes servem: para argumentar que o caminho para Riad tem um retorno muito maior no final do que o caminho para Rafah, que será um beco sem saída em todos os sentidos da palavra. Eu respeito totalmente o fato de que os israelenses é que terão de conviver com a escolha. Só quero garantir que eles saibam que têm uma.
Se Israel abrir as pernas num acordo, a mídia esquerdista mundial vai entrar num transe mais energizado que o orgasmo trifásico do Millor Fernandes.
O Hamas vai sair tão fortalecido na história que vai lá nos Estados Unidos, eu acho, furar o outro olho do Salman Rushdie.
Wiki.
Sir Ahmed Salman Rushdie,Kt. (احمد سلمان رشدی, /sælˈmɑːn ˈrʊʃdi/;Bombaim, 19 de Junho de 1947)[2] é um ensaísta e autor de ficção britânico de origem muçulmana indiana. Cresceu em Mumbai (antiga Bombaim) e estudou na Inglaterra, onde se formou no King’s College, Universidade de Cambridge. O seu estilo narrativo, mesclando o mito e a fantasia com a vida real, tem sido descrito como conectado com o realismo mágico.
Em 12 de agosto de 2022, Rushdie foi alvo de um ataque a faca, sobreviveu e ficou em estado grave. Foi durante uma palestra na pequena cidade de Chautauqua, no estado de Nova York, Estados Unidos.[3] O ataque está relacionado com ameaças de morte de setores radicais muçulmanos que o escritor sofria desde décadas pelo seu livro The Satanic Verses (1989).[4]
Bolsonaro não escreveu nenhum livro chamado Versos Petralhas e também levou uma facada.
O Sr. CN se recusa a ver que o Hamas não quer um cessar fogo, o Hamas tem por objetivo definido por escrito destruir Israel, não ajudar os palestinos.
Os palestinos são apenas escudos para o Hamas.
https://twitter.com/hoje_no/status/1788847512880603365
Para inicio de conversa , com os sucessivos massacres e extermínios do povo Palestinos que Israel esta promovendo na região , Israel semeou a criação de um novo e legitimo ” grupo de resistência ” , sem a presença e financiamento de Israel , como foi a criação e financiamento do atual grupo Hamas por Israel , para cindir e enfraquecer a autoridade Palestina após a morte de seu líder Yasser Arafat , e de nada adiantará aos países periféricos fazerem planos e conjecturas , para o período pós guerra , sem considerar o envolvimento direto dos principais interessados , ou seja , o povo Palestino , pelo fato de que os USA não são confiáveis como pacificador .
Se Israel quisesse exterminar os palestinos já teria feito, a guerra é contra os Hamas.
O Hamas usa tudo como escudo, hospitais, creches, lugares públicos em geral..
O Hamas é financiado pelo Irã que quer varrer Israel do mapa
Senhor James Pimenta , lembre-se que Israel é um estado ” opressor , escravocrata e de ocupação da Palestina por mais de 50 anos , e que o ” grupo Hamas ” , são na verdade inimigos dos Palestinos , a serviços e saldo de sucessivos governos Israelenses e de seus órgãos de segurança , foi criado para desestabilizar a autoridade Palestina MAHMOUD ABBAS , detonando todos os acordos de celebrados em ” Oslo ” entre Israelenses & Palestinos , culminando no assassinato na noite de 04/11/1995 pelos órgãos de segurança Israelense , de seu primeiro- ministro YITZHAK RABIN envolvido , no acordo de paz , sendo que seu assassino YIGAL AMIR foi recrutado e treinado pelos órgãos de segurança Israelenses , isso é público e notório ,, com o agravante de que Israel faz parte do ” patronato e exportadores ” do terrorismo de estado , nos quatro cantos do mundo, por isso virou moda tratar os povo e países que oferecem resistência aos países exportadores do terrorismo de estado , como terroristas .