Pedro do Coutto
A substituição de Jean Paul Prates por Magda Chambriard, determinada pelo presidente Lula, gerou um impacto, como sempre acontece, no mercado de ações da Petrobras. Houve um recuo significativo calculado em 7% sobre o valor acionário, que se traduz em R$ 34 bilhões em números absolutos.
Reportagem de O Globo trata amplamente do assunto e acentua que Magda Chambriard não terá autonomia para nomear diretores e os principais cargos da empresa. Magda terá voz na definição de nomes para compor a cúpula da empresa, mas fará apenas “sugestões” para o quadro de diretores, que deve ser reformulado.
AVAL – Segundo integrantes do governo, os nomes terão de passar pelo crivo de Silveira e Costa. É difícil assim administrar, tendo a presidente que agir junto a diretores que não foram por ela escolhidos. A Petrobras tem uma série de projetos e precisa encontrar uma unidade de rumo para proporcionar ao país o que é esperado, inclusive sobre a questão dos dividendos, que foi um dos motivos centrais para a queda de Prates.
Quanto às ações, não há motivos para os controladores se preocuparem. A queda de anteontem será coberta com movimentos posteriores. É sempre assim. Atrás das quedas de valores de ações estão os especuladores, com informações privilegiadas. Não perdem nada nunca.
MOVIMENTAÇÃO – O Globo de ontem publicou reportagem sobre uma movimentação do senador Rodrigo Pacheco junto a setores do Senado e aos ministros do Supremo Tribunal Federal no sentido de impedir a cassação do mandato de Sergio Moro. Pacheco conversou com o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, e demais ministros sobre a importância de se preservar a vontade dos eleitores que elegeram o parlamentar. Além disso, apontou para um desgaste que ocorreria caso houvesse a cassação.
A conversa de Pacheco com o TSE ocorreu na mesma semana em que outro senador estava em vias de ter seu destino decidido pela Corte, o bolsonarista Jorge Seif, por quem também trabalhou nos bastidores. O julgamento do caso de Seif acabou suspenso depois que o relator do processo, ministro Floriano de Azevedo Marques, pediu novas diligências. No TSE, de forma reservada, os argumentos de Pacheco também são vistos como um aceno ao Judiciário, após o Senado avançar com pautas que miravam a atuação de ministros do STF.
A questão é sensível. Afinal, Moro foi eleito com dois milhões de votos. A cassação do seu mandato abrirá uma brecha muito grande nos resultados da Lava Jato. Afinal, Moro tem a sua atuação contestada, uma vez que todas as condenações de Lula foram anuladas baseadas na parcialidade do ex-juiz. Mas isso não anula os casos de corrupção que foram julgados, até porque há acordos feitos por empresas. Logo, se Moro errou em relação a Lula, tem ainda um saldo grande junto à opinião pública na medida em que pela primeira vez poderosos sofreram consequências em razão dos seus atos. O assunto deve ser encerrado, na minha opinião.
Mestre Pedro do Couto, como você descreveu muito bem, a engenheira Magda Chambriard, nomeada presidente da Petrobrás e que aguarda o aval da Assembléia de Acionistas, perderá parte da autonomia, caso não possa nomear diretores da sua confiança. O presidente da maior empresa do Brasil, não pode ser comparada a rainha da Inglaterra l.
Os diretores indicados por Alexandre Silveira e Rui Costa, vão se reportar aos ministros que os indicaram e, portanto, não vão seguir a liderança da presidente. Será um conflito constante, inclusive passando informações para Rui e Silveira.
O Diretor indicado por Fernando Haddad, ainda na gestão de Paul Prates, será mantido na nova Diretoria? Vamos aguardar.
Esse desgaste todo para a Petrobrás e para o Governo deveria ser evitado. Enfim, aconteceu. Que fazer?
Todas as evidências indicam, que o senador Sérgio Moro será absolvido. O julgamento será técnico no TSE, apesar das conversas entre os Poderes Judiciário e Executivo.
Moro foi absolvido no TRE do Paraná com larga margem de votos.
Não se trata de bandeira branca, pedido de Rodrigo Pacheco, são as provas de uso inadequado do Fundo Partidário por parte da campanha de Sérgio Moro. Pelo que foi demonstrado no voto dos desembargadores favoráveis ao senador, as provas trazidas aos autos pelos advogados do PL e do PT não tiveram a robustez necessária para cassar o mandato do ex- juiz da 13 Vara Federal do Paraná.
Ainda sobre a derrubada de Jean Paul Prates da Petrobrás, ficaram muito mal na foto os ministros Rui Costa e Alexandre Silveira. Por osmose, respingou dramaticamente no presidente Lula, com tantos problemas para administrar, perdeu tempo com esse episódio triste.
Dom $talinacio vai criando nas estatais bonecos de mamulengo com os cordões em seu comando.
Onde tiver muito dinheiro é lá que o Mestre das Gazuas vai operar por indução.
Desde Deodoro da Fonseca os Presidentes das estatais não apitam nem impedimento para a nomeação de diretores. Estes são da cota dos partidos amigos, ou conveniados se preferirem.