Uma semana caótica, com bolsonatistas e petistas apoiando a mesma tese absurda

Análise: a semana caótica e a dificuldade de separar quem é bolsonarista de quem é petista no Congresso

Bolsonaristas e lulistas, unidos pela mesma irresponsabilidade

Larissa Rodrigues
CNN Brasil

A confusão deste ano tem uma explicação muito clara – eleições municipais. Na hora da conquista de voto, não há ideologia política que supere o temor da opinião pública que pede incessantemente a continuidade da compra de produtos internacionais de até US$ 50 sem pagamento de impostos

Esta semana foi confusa. Algum desavisado poderia facilmente confundir deputados e senadores do PT com parlamentares do PL, acredite. Tudo por conta da taxação das “blusinhas”, como diz Lula.

TUDO AO CONTRÁRIO – O que ouvimos de petistas – sempre tão dispostos a defender a criação de empregos no Brasil “contra o neoliberalismo” – foi, em alto e bom som, a defesa ferrenha da não cobrança de impostos a esses produtos internacionais. Enquanto sindicatos – berço político do partido – se posicionavam a favor da cobrança, para abrir empregos na indústria.

PT está dividido e PL não quer arcar sozinho com ônus da taxação das “blusinhas”, dizem deputados. E o PL e demais partidos de direita? Bem, os “defensores do livre mercado” apresentaram uma emenda pedindo a desoneração de impostos de empresas brasileiras para que elas possam competir “de igual para igual” com sites estrangeiros, como Shein e Shopee.

Foi um barata-voa, praticamente sem precedentes. A ponto de um “novo” ministro da Fazenda, Fernando Haddad, precisar dizer em comissão na Câmara dos Deputados que a taxação das compras internacionais é um tema “delicado” e não defender a cobrança, como lá atrás levantou a bandeira.

PEDIDO DE LULA – Já o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), na quarta-feira (22) – quando era esperada a votação da proposta –, precisou enviar um pedido aos demais líderes e vice-líderes da base governista para que todos votassem contra a taxação das blusinhas. Na mensagem, Guimarães cita o nome de Lula da Silva (PT) e afirma ser um pedido vindo do próprio presidente.

A confusão tem uma explicação muito clara: eleições municipais. Na hora da conquista de voto, não há ideologia política que supere o temor da opinião pública que pede incessantemente a continuidade da compra de produtos internacionais de até US$ 50 sem pagamento de impostos.

Inclusive, nesse momento de eleições, não há semana caótica que termine com definição. Na semana que vem, em pleno feriado, teremos deputados e senadores trabalhando em plena segunda-feira atrás de acordo. Ah, o milagre eleitoral…

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
É uma irresponsabilidade total. O país precisa taxar esses importados, não somente para abrir empregos, mas também para aumentar a arrecadação e a distribuição de renda. Por isso, o ministro Haddad é a favor, e os sindicatos, também. Mas a ignorância é a mãe de todos os males, como dizia Francois Rabelais, exatamente há 500 anos. De lá para cá, nada mudou na politicagem. (C.N.)

10 thoughts on “Uma semana caótica, com bolsonatistas e petistas apoiando a mesma tese absurda

  1. Taxação de importados significativa protecionismo e subsídio indireto à indústria nacional.
    Na mesma linha de defesa que justifica a aplicação de impostos está a política de redução das exportações a fim de melhorar a oferta ao mercado interno, reduzindo a inflação de demanda e barateando o custo do produto ao consumidor final.
    Nem uma nem a outra dá resultado favorável.
    A primeira medida inviabiliza o acesso ao produto, pela população de baixa renda, por encarecê-lo. A segunda por tornar o sistema produtivo deficitário, ao tempo que desestimula novos investidores no setor.

  2. Os artigos importados até 50 dólares, caso fossem comprados de empresas estrangeiras, nunca foram isentos até 2023 (a taxa era de 60%).
    A partir daí, foi criado o Remessa Conforme que taxa as compras em aproximadamente 20%.

    Então, o melhor será uma taxação que chegue a uns 50% para todos os artigos importados (ICMs + um imposto federal), excetuando-se aqueles fundamentais ao desenvolvimento do país.

    • Aplicação em desenvolvimento de máfias, que cedem negociadas comissões!
      Vige, o “Sindicato Internacional do Crime Organizado”, fortalecidos pós envenenamento da “Lava Jato”!

  3. KKK a mulherada que tem Stalinácio por ídolo ou pai é que não está gostando nada, as tais “blusinhas baratinhas da Shein”, vão custar-lhes bem mais do que estão acostumadas a pagar. E para que servem os impostos, nem para dar reajuste aos seus empregados o Stalinácio os usa. Muito menos para comprar vacinas contra a dengue.

  4. Está faltando até mesmo um pouco de criatividade . Não deveria, afinal de contas eles(os politicos) deveriam saber muito mais do que eu, mas mesmo assim vou dar a sugestão.
    É só aprovar a tese de volta de cobrança do imposto de importação mas com aliquota zero, assim fica pronta a volta da cobrança para um momento mais apropriado.

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