Iander Porcella
Estadão
O ex-presidente Jair Bolsonaro tem dito que garantirá o apoio do PL ao candidato que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), escolher para sua sucessão. A troca de poder no Congresso ocorrerá apenas em fevereiro de 2025, mas as articulações nos bastidores estão sendo feitas desde o ano passado. Lira conta com esse trunfo para liderar o processo de mudança no comando da casa legislativa e sair do cargo com força política após eleger o próximo ocupante do posto.
Quem procura Bolsonaro em busca de respaldo para se candidatar à presidência da Câmara tem ouvido que precisa se viabilizar como o “candidato do Lira”, segundo apurou o Estadão/Broadcast.
VAGA NO SENADO – Aliados do deputado alagoano dizem que fazer o sucessor é crucial para que ele consiga manter influência a ponto de garantir que o governo Lula não fique contra ele na eleição de 2026, quando pretende disputar uma vaga no Senado por Alagoas.
De acordo com aliados, Lira ouviu a promessa de apoio não só de Bolsonaro, mas também do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e do líder da sigla, Altineu Côrtes (RJ) – embora o discurso oficial do partido seja o de que só discutirá a eleição em novembro, após a disputa pelas prefeituras.
Parlamentares próximos a Lira dizem que o governo ficará sem alternativa a não ser apoiar também o candidato escolhido pelo presidente da Câmara, caso se concretize o endosso do PL, prometido por Bolsonaro.
DECISÃO EM AGOSTO – Lira tem sido aconselhado a escolher logo quem será seu candidato. A aliados que o questionam têm dito que a decisão será tomada em agosto, antes das eleições municipais e após a aprovação dos projetos de regulamentação da reforma tributária.
Esse foi o cenário que interlocutores do deputado alagoano ouviram durante a festa de casamento da filha do senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, no último dia 25.
Deputados do Centrão têm lembrado que o motivo da perda de força política do antecessor de Lira na presidência da Câmara, Rodrigo Maia, foi justamente o fato de ele ter demorado a escolher um candidato. O deputado Baleia Rossi (MDB-SP), apoiado por Maia pouco tempo antes da eleição, perdeu a disputa para Lira, em fevereiro de 2021. Alguns parlamentares consideram que, para afastar esse risco de derrota, o deputado alagoano já deveria ter apostado em um nome.
MUITA INFLUÊNCIA – Mesmo assim, a avaliação é de que Lira conseguirá controlar sua sucessão com a garantia de apoio do PL – que tem 95 deputados e é a maior bancada da Câmara – e a influência que mantém sobre boa parte das legendas de centro-direita.
Se fosse escolher “com o coração”, Lira apostaria no líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), seu amigo. Muitos deputados duvidam, contudo, da viabilidade do deputado. Embora venha fazendo acenos ao PT na Bahia e tenha melhorado sua relação com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, de quem foi rival, Elmar é o pré-candidato que enfrenta mais resistência de Lula.
Além disso, há uma avaliação de que em uma eleição de meio-mandato, sem um favorito claro, a “simpatia” conta, e o parlamentar baiano não é tido como dos mais habilidosos socialmente.
NEGOCIAÇÕES – Como mostrou a Coluna do Estadão, contudo, Elmar recebeu promessa de apoio do PSB e agora negocia com o Avante.
Os outros dois pré-candidatos principais são Antonio Brito (BA), líder do PSD e preferido de Lula, e Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, que tem se aproximado do Palácio do Planalto. O líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), também é mencionado para a disputa, mas parlamentares dizem que a candidatura dele desagradaria a Lira por ele ser próximo de seu rival Renan Calheiros (MDB-AL), que é senador.
Outros nomes citados são o do líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), e o do líder do PP, Doutor Luizinho (RJ). O primeiro, contudo, teria de comprar briga com Pereira, presidente de seu partido, e o segundo, correligionário de Lira, “não se mexerá” até que o presidente da Câmara tome uma decisão.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Não existe favoritismo, porque a eleição da Mesa da Câmara é em fevereiro e ainda falta muito tempo, muita água e muitas lágrimas ainda hão de rolar. Em pesquisa com deputados divulgada em maio pela Quaest, Brito foi o deputado mais citado na Câmara para suceder Lira, com 23% de preferência. Elmar marcou 15%, Marcos Pereira (SP) apareceu com 13% e Isnaldo com 10%. Mas esse tipo de pesquisa não vale nada em eleição corporativa, que é sempre dominada por interesses. (C.N.)
É mais uma vergonha protagonizada pelo Congresso, em especial da lavra do deputado Arthur Lira.
Lira aproveita a queda nas pesquisas do presidente Lula, sua fragilidade atual para passar a boiada literalmente.
Vem aí, regras flexíveis, que serão votadas, desfigurado o Código Eleitoral para inviabilizar a punição de políticos que fizerem a festa nas verbas de campanha, oriunda de recursos públicos do Fundo Eleitoral. Vai ser um vale tudo, na qual deputados e senadores poderão fazer, o que eles bem entenderem. Lei votada, ninguém mais vai botar o guizo no gato.
Outra mudança em andamento e também a flexibilização da Lei de Improbidade Administrativa. Se tornará uma impossibilidade prática, a punição de gestores corruptos.
O pior está por vir e atingirá os críticos da Tribuna da Internet: Será considerado crime criticar deputados e senadores, em qualquer plataforma das redes sociais. Estão querendo uma pena de 4 anos de prisão em regime fechado, se escreverem que Arthur Lira é corrupto na gestão dos recursos da Câmara dos Deputados, por exemplo. Uma barbaridade, comparado a Lei do Silêncio e a censura feroz da Ditadura Militar.
Os chefes dos Três Poderes, não poderão ser criticados de maneira nenhuma, principalmente os presidentes das duas casas Congressuais, o presidente da República e o presidente do Senado. Nenhuma crítica, sob pena de prisão inafiançável.
tar.
Lembram de uma PEC da Mordaça, sim aquela que José Dirceu tentou aprovar, impedindo o Ministério Público de divulgar trechos de inquéritos contra políticos e autoridades, pois bem, a Câmara dos Deputados, também tem essa mordaça no Radar, para ontem. Na prática vão inviabilizar a ação investigadora do Ministério Público. Seria melhor acabar com o MP, porque aprovada essa PEC do fim do mundo, o MP não teria mais serventia.
A Lei da Delação Premiada, inspiração da presidente Dilma Rousseff , que foi execrada e depois empichada por não ter vetado essa PEC da Delação está em vias de ser votada em Regime de Urgência, decretada por Arthur Lira, para acabar totalmente com a Delação Premiada, principalmente se o delator estiver preso. Se trechos da Delação forem vazados, o responsável pela investigação pode ser demitido, a bem do serviço público.
Se todas essas medidas draconianas passarem, ninguém mais vai ser preso no Brasil. Os advogados criminalistas estão rindo a toa, porque essas Leis terão o condão de livrar seus clientes das grades e cárceres imundos e transmissores de doenças.
Parece brincadeira, medidas surrealistas, mas, não é. Trata-se da realidade nua e crua. Estão tramando tudo isso dai. E tem chances robustas de serem aprovadas. Votos, eles têm.
Será, que a sociedade brasileira vai fazer ouvidos de mercador, do que deputados e senadores querem aprovar goela abaixo, contra o país?