J.R. Guzzo
Estadão
Há no Brasil de hoje dois tipos diferentes de crime contra o Estado democrático de Direito, e as consequências práticas de cada um são também muito diferentes. O primeiro é praticado com a invasão e depredação dos edifícios dos Três Poderes, em Brasília. É legalmente tratado pelas autoridades como golpe de Estado, os participantes recebem penas de até 17 anos de reclusão e a imprensa está falando do assunto até hoje.
Nenhum dos envolvidos pode invocar a proteção da lei e dos seus direitos civis. O segundo é praticado com a invasão e depredação do edifício da Assembleia Legislativa do Paraná, em Curitiba, para impedir os deputados de votarem uma lei estadual. É legalmente tratado pelas autoridades como um não-acontecimento, os participantes não são objeto nem sequer de um B.O. a respeito dos atos que praticaram e a imprensa deu um minuto de atenção para o caso.
E OS EXILADOS? – O Brasil também tem dois tipos diferentes de exilado político. O primeiro é de esquerda, fugiu para o exterior com a polícia da ditadura militar correndo atrás dele e agora é oficialmente tratado como um herói da resistência antifascista e das “lutas populares” – muitos, inclusive, recebem dinheiro público até hoje, como indenização, ou prêmio, pelo que fizeram 50 anos atrás.
O segundo é o cidadão que estava, ou nem estava, na invasão dos prédios em Brasília. É submetido à tortura oficial da tornozeleira. Não pode ganhar a vida com seu trabalho. Não pode tratar da saúde. Foi para o exterior fugindo da polícia do ministro Alexandre de Moraes.
É oficialmente tratado como fugitivo da justiça – um fora-da-lei que tem o nome denunciado por órgãos de imprensa e é perseguido com pedidos de extradição à Interpol.
DUAS ANISTIAS – Há no Brasil, enfim, dois tipos de anistia. A primeira é também de esquerda e beneficiou criminosos que assaltaram bancos, cometeram uma penca de homicídios, inclusive de uma sentinela do Exército, explodiram bombas e sequestraram embaixadores.
É considerada como uma das decisões mais virtuosas que o mundo político brasileiro já tomou nos últimos 500 anos – um triunfo da moderação, da concórdia e, como se diz hoje, do “processo civilizatório”.
Os anistiados da ditadura militar são tratados como personagens da história nacional. Viraram deputados, ministros, governadores, chefes de partidos políticos; uma assaltante de bancos daquela época, por sinal, tornou-se a ex-presidente Dilma Rousseff.
ANISTIA ATUAL – A segunda anistia é de direita, e está sendo proposta para os condenados pelos distúrbios do dia 8 de janeiro de 2023. É considerada por muita gente, inclusive pelos anistiados de esquerda, um crime de lesa-pátria que vai colocar em risco a democracia no Brasil.
Durante a ditadura de Getúlio Vargas o advogado Sobral Pinto, que defendia presos políticos, solicitou às autoridades da época que os seus clientes fossem equiparados a bichos – poderia, assim, invocar para eles a Lei de Proteção aos Animais. Não tinham a proteção que as leis brasileiras estabelecem para os seres humanos; quem sabe, com sua petição, ganhassem o benefício de ser tratados como animais.
Os presos e refugiados do 8 de janeiro talvez pudessem pensar em algo parecido. Praticaram um quebra-quebra em que as armas mais agressivas eram um par de estilingues – e ninguém precisou ser socorrido com um único melhoral. Sua pretensão seria receber o mesmo tratamento de quem cometeu assassinatos, assaltos e atos de terrorismo.
Sem tirar, nem por, absolutamente a escrachada realidade e aqui trago vivência pessoal, conforme:
Jose Guilherme Schossland20 de abril de 2022 at 19:43
Passando por aqui rapidamente para lembrar meu amigo de farda o Pontagrossense Elias dos Santos, conforme:
Rio de Janeiro – 18/12/69
Paulo Sérgio Granado Paranhos preso no dia anterior (17/12) ao ser interrogado “dedurou” um “aparelho” do PCBR localizado na rua Baronesa de Uruguaiana nº 70, no bairro de Lins de Vasconcelos.
Ali, Prestes de Paula, ao fugir pelos fundos da casa, disparou, à queima-roupa, um tiro de pistola cal.45 no soldado do Exército Elias dos Santos que integrava a equipe que “estourou” o “aparelho”. O soldado Elias morreu momentos depois.
A respeito do soldado Elias, morto em combate no cumprimento do dever, o Ternuma recebeu o seguinte comovente e-mail: “Fico feliz de achar uma página da Internet a qual faz uma homenagem a uma pessoa que não conheci, mas com certeza, muito especial. Desde pequena vejo minha avó aos prantos lembrar de seu filho Elias dos Santos, morto brutalmente por assassinos terroristas. Não conhecia direito a história, fiquei sabendo agora. Realmente é revoltante saber que a família de Carlos Lamarca tem direitos que minha avó não teve. Não tenho palavras, só agradeço.” ass. Daniele Esteves. https://heroisbrasil.fandom.com/pt-br/wiki/Cabo_Elias_dos_Santos
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Na moral…Prezado JGuzzo….seu texto é lúcido e coerente com os fatos …que ora estamos vivenciando.
Eu como ex Infantaria da CPN…só tenho uma posição…No combate…na guerra vc só tem um caminho…Eliminar seu inimigo…e este é o mesmo pensamento dele para contigo.
No passado não mui longe…uns canalhas vermelhos se mexeram no terrorismo…e os covardes da época não os eliminaram …então estes hoje se tornaram o que o prezado tipificou no seu texto…e ainda acrescento são ladrões dos impostos pagos.
Não fizeram o que devia ter sido feito…como o CHILE…fez com os seus terroristas…agora só resta aceitar que “dói ” menos…e ficar só no velho ler o ler o de “jogar nas quatro linhas”.
YAH NOSSO CRIADOR SEJA LOUVADO SEMPRE…
Acórdão:
“Não deve prosperar a pretensão do postulante Guzzo, pois Brasília deve ser hierarquicamente superior a Curitiba, pois já existe a jurisprudência desta Corte que diz que “Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”.
Alexandle, o Glande – Relator
A esquerda é tão acostumada à narrativa que qualquer atitude que ela não goste é considerada crime contra a democracia.