Paulo Peres
Poemas & Canções
O engenheiro, cantor, compositor e cordelista paraibano Francisco de Salles Araújo, neste “Martelo Recado”, faz uma crítica aos novos nomes dos nossos estádios de futebol.
MARTELO RECADO
Chico Salles
Dizer que lugar longe é caixa prego
Ou então que bezerro é garrote
Chamar Cervantes de Dom Quixote
E que todo analfabeto é cego
Possa ser perdoado, eu não nego.
Falar que assistência é ambulância
É um papo de pouca substância
E assim prefiro sair de cena,
Mas, chamar os estádios de arena,
É uma absoluta ignorância.
Chamar o pederasta de baitoula
É falado muito assim no Ceará
Dizer que camundongo é preá
Que a base do tempero é a cebola
Falar que a cueca é ceroula
Que a origem do cheiro é a fragrância
É parecido mais eu sei que tem distância
Por isso não merece qualquer pena
Mas, chamar os estádios de arena,
É uma absoluta ignorância.
Chamar a fechadura de tramela
Ou dizer que o sapo é cururu
Que o lugar do caroço é no angu
Que o melhor do boi á a vitela
E que lugar de flor é na lapela
Que a frequência é o mesmo que constância
Que no feio também tem elegância
São as verdades da gota serena,
Mas, chamar os estádios de arena,
É uma absoluta ignorância.
Excelente, por excelência…
1) Bom poeta, o Francisco.
2) Licença… a poetisa Adélia Prado, merecidamente, ganhou o Prêmio Camões de 2024.
3) O maior prêmio literário da Língua Portuguesa concedido em Portugal aos falantes.
A beleza na simplicidade.
Os pedantes no alto da soberba nunca entenderam isso.
Sensacional !
Arena, que conheço , era aquele troço que abrigava aquele monte de imbecis…
Credo !