Moraes proíbe que os juízes recebam ações que denunciem erros do STF

Leia decisão de Moares que autorizou ação da PF contra Bolsonaro - Gilberto  Léda

Moraes manda calar o juiz que teve coragem de apontar erro do STF

Deu no Poder360

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou a cassação de decisão do juiz federal da 1ª Vara Federal de Maringá (PR), José Jácomo Gimenes, que havia condenado a União a pagar R$ 20 mil de indenização ao ex-deputado estadual Homero Marchese (Republicanos) por conta do bloqueio de suas contas em rede sociais, determinado pelo próprio Moraes no inquérito das fake news.

A decisão de Moraes, que acolheu uma reclamação de União, foi tomada sob o argumento de que houve “usurpação” de competência do Supremo. Moraes também extinguiu o processo e determinou a remessa integral dos autos ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para “as providências cabíveis” em relação a Gimenes.

AÇÃO INDENIZATÓRIA – A reclamação foi protocolada pela AGU (Advocacia Geral da União) contra decisão do juiz da 1ª Vara de Federal de Maringá que condenou a União ao pagamento de indenização por danos morais a Marchese por suposta censura praticada pelo STF ao determinar a exclusão de suas contas de redes sociais, como o Facebook, Instagram e Twitter.

As redes de Marchese foram bloqueadas por Moraes em 2022. Pouco depois, os perfis do então deputado no X (ex-Twitter) e no Facebook foram liberados, mas sem menção ao Instagram – cujo perfil foi desbloqueado apenas em 2023, seis meses depois.

O juiz federal entendeu, então, que houve “erro de procedimento” por não constar na decisão do STF uma determinação expressa sobre o Instagram e também viu “excessiva demora” no encaminhamento do caso ao juízo competente.

INTERFEREM NO INQUÉRITO – Na reclamação da AGU, o órgão argumenta que “críticas e desavenças” presentes em decisões processuais, em trâmite em ações judiciais em 1º grau de jurisdição, “interferem diretamente na condução do Inquérito 4.781 [das fake news], ainda em curso, o que vem a desafiar as competências dessa Suprema Corte”.

Ainda, afirma que a manutenção da decisão reclamada possui “efeito multiplicador”, na medida em que sinalizaria um modelo de conduta aos julgadores de inúmeras demandas de igual teor.

Na decisão de Moraes, que cassa a decisão de Gimenes, o ministro diz que ao qualificar e julgar as deliberações que compete “exclusivamente” ao STF, no âmbito do inquérito das fake news, “o Juízo de 1ª instância desafia, não só a competência deste Tribunal, como também o modo de condução de processo que tramita na Corte”.

“IMPENSÁVEL” – “Em suma, é impensável afirmar que decisão proferida em âmbito de Juizado Especial possa julgar o modo de condução e a legitimidade de atos judiciais tomados em processo em regular trâmite neste Supremo Tribunal Federal”, diz o documento.

Para o advogado constitucionalista e articulista do Poder360, André Marsiglia, é “lamentável” que o Supremo conclua que a decisão “fundamentada e legítima” de um juiz interfira nas investigações dos inquéritos.

“Esse entendimento, a meu ver, pode configurar abuso de poder, pois o STF constrange o magistrado no exercício regular de sua função de decidir de forma livre, como prega a Constituição e exige a democracia”, afirma o advogado.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em tradução simultânea, o ministro está proibindo que o cidadão-contribuinte-eleitor recorra à Justiça contra qualquer erro judiciário cometido pelo Supremo, o que, realmente, é impensável, palavra usada pelo próprio ministro para definir a possibilidade de um erro seu ser motivo de recurso judicial. (C.N.)

5 thoughts on “Moraes proíbe que os juízes recebam ações que denunciem erros do STF

  1. Lamentável!
    O Brasil não é uma propriedade privada que tem um dono ou um majoritário.
    É um país onde pela Constituição todos são iguais perante a lei.
    Falta doutrina para esse cidadão.

  2. Sr. Newton

    Esses filhotes dão um trabalho danado para os Papais..

    Os Papais ficam de ponta-cabeça com os filhos “playboys.”…

    Carlos Bolsonaro comprou imóvel e carro com R$ 232 mil sem deixar evidências em sua renda, diz site

    MP apura suspeita de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no gabinete do parlamentar

    https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica/carlos-bolsonaro-comprou-imovel-e-carro-com-r-232-mil-sem-deixar-evidencias-em-sua-renda-diz-site,a7a8686bbad879e98bda8002d3a47c862dcxxvm3.html?utm_source=clipboard

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