Fernanda Alves
O Globo
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), está organizando um jantar neste fim de semana para o presidente argentino Javier Milei e ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. A expectativa é que os dois estejam em Balneário Camboriú no sábado e domingo para a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês).
De acordo com a assessoria de Jorginho, aliado do ex-presidente, a intenção é promover o encontro reservado, que depende da agenda do chefe de Estado argentino, apertada, segundo o governo catarinense.
BOLSONARISMO – O evento, em sua quinta edição no país, é encabeçado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e reunirá ainda representantes do bolsonarismo de outros estados, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), o senador Magno Malta (PL-ES) e o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PL).
Como o GLOBO mostrou nesta semana, a ideia é transformar o encontro em um palanque para líderes sul-americanos que têm verbalizado oposição ao presidente Lula. Além de Milei, o líder do Partido Republicano do Chile, José Antonio Kast, crítico declarado do petista, também manifestou intensão de participar da conferência.
O presidente argentino cancelou sua viagem para a cúpula do Mercosul no Paraguai, onde estarão Lula e os outros chefes de Estado sul-americanos. Milei alegou problemas de agenda para não comparecer à reunião. Ele enviará como representante a chanceler Diana Mondino, que tem mantido diálogo com o governo brasileiro sobre temas de interesse dos dois países, como a importação de gás natural da reserva de Vaca Muerta.
DINOSSAURO IDIOTA – Milei, que deve se reunir com Bolsonaro durante a conferência em Santa Catarina, chamou o petista de “dinossauro idiota” na terça-feira, horas após sua visita ao Brasil ser confirmada.
Segundo a colunista Malu Gaspar, um dos objetivos é discutir como aproveitar uma eventual vitória de Trump nos EUA para insuflar a direita no continente. Na América do Sul, além de Milei, apenas o equatoriano Daniel Noboa e o uruguaio Luis Lacalle Pou são vistos como exceções a uma onda recente de governantes de esquerda.
Lula, que tinha previsão de ir a Santa Catarina no mesmo fim de semana em que ocorrerá o CPAC, adiou na terça-feira a viagem. O presidente foi orientado por assessores a não reagir às provocações do argentino.
Chover no molhado também é uma modalidade de marketing eleitoreiro.
Identidade aparente, ainda que vazia, é o rótulo que promove a venda nesse negócio.
Quem mandou Lula, dar as “tintas”?
Ex-combatentes argentinos da Guerra das Malvinas (1982) recusaram participar do desfile militar no Dia da Independência, em 9 de julho, considerando “absurdo” e “falta de respeito” o convite para desfilar diante do presidente Javier Milei, declarado admirador da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher.
“Rejeitamos esta encenação, esta contradição do governo que quer aparentar uma posição nacionalista enquanto implementa políticas contrárias”, declarou à AFP Ernesto Alonso, membro do Centro de Ex-Combatentes de La Plata, que lutou na guerra aos 19 anos como recruta.
As diretrizes recebidas do Ministério da Defesa também causaram desconforto entre os veteranos, pois são obrigados a desfilar “a passo rápido”, inclusive aqueles que utilizam cadeiras de rodas, para se ajustar às duas horas de duração do evento nas ruas de Buenos Aires.
Também não lhes é permitido usar elementos identificadores das associações de ex-soldados a que pertencem, algo que costumam exibir com orgulho e que em muitos casos remete ao esquadrão em que lutaram.
“Mas o mais grotesco é pretender que desfilemos ao lado dos que nos torturaram”, destacou Alonso, impulsionador de uma causa na Suprema Corte por cerca de cem denúncias de ex-combatentes que relataram terem sido enterrados na neve, amarrados a estacas ou privados de alimentação por seus superiores durante a luta nas ilhas.
“Como vamos desfilar diante de um presidente que adora Margaret Thatcher?”, questionou Alonso, lembrando a admiração confessada de Milei pela ex-líder do governo britânico durante o conflito.
A Guerra das Malvinas foi declarada pelo governo ditatorial da Argentina pela posse do arquipélago, ocupado pelo Reino Unido desde 1833 e cuja soberania é disputada entre ambos os países.
Durou 74 dias e terminou com a rendição argentina, o que precipitou a queda da ditadura. Deixou 649 argentinos mortos, quase o mesmo número dos ex-combatentes que tiraram suas próprias vidas após o conflito.
“Como vamos desfilar se sob essa menção de veteranos de guerra se escondem os pilotos dos voos da morte, os sequestradores de bebês e os torturadores?”, mencionou Alonso, referindo-se aos crimes de lesa humanidade cometidos durante a ditadura (1976-1983).
Os ex-combatentes também questionaram o “gasto desnecessário com um desfile quando há pessoas morrendo de fome e frio no distrito mais rico do país”, que viu a taxa de indigência duplicar para 16% no último ano.
https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2024/07/05/ex-combatentes-das-malvinas-se-recusam-a-desfilar-ao-lado-de-milei-no-dia-da-independencia-da-argentina-falta-de-respeito.ghtml
KKK quem disse que o imbrochável e o libertário vão perder tempo falando do presidemente Biden da Silva? Adoro o desespero destes jornalulistas, acham que todo mundo se preocupa com o presidemente.