Netanyahu prolonga a guerra, porque não tem interesse por qualquer plano de paz

Sem a guerra, Netanyahu já teria sido derrubado

Hélio Schwartsman
Folha

Não importa o que você pense de Binyamin Netanyahu, é preciso tirar o chapéu para sua capacidade de sobrevivência política. Nos dias que se seguiram ao ataque terrorista de 7 de outubro perpetrado pelo Hamas, a situação do premiê israelense parecia insustentável.

Se a democracia é o regime da responsabilização de dirigentes, as falhas de segurança sob seu governo eram grandes demais para ser ignoradas. O fracasso era duplo, operacional e na estratégia de como lidar com os palestinos.

PERTO DO FIM – As pesquisas de opinião em Israel corroboravam a sensação de que a carreira política de Netanyahu seria finalmente encerrada. Mas, como é sempre complicado fazer eleições e trocar o comando do país no meio de uma guerra, o acerto de contas teria de esperar o fim das ações militares em Gaza.

Sabendo disso, Netanyahu apostou em prolongá-las. Chegou a recusar um acordo de cessar-fogo que traria de volta os reféns e ajudaria Israel a normalizar relações diplomáticas com países árabes. Netanyahu jamais hesitou em pôr seus interesses pessoais à frente de quaisquer outras considerações.

Como não seria possível prolongar eternamente a guerra em Gaza, o premiê israelense decidiu agora ampliar o conflito. Resolveu que era hora de agir também contra o Hezbollah, que vinha lançando diariamente foguetes contra o norte de Israel.

CONTRA O IRÃ – É uma escolha de risco, já que pode lançar Israel numa guerra aberta contra o Irã, que financia tanto o grupo libanês como o palestino. Mas, até aqui, Teerã vem evitando um enfrentamento direto, o que vem sendo vendido em Israel como uma vitória.

A impopularidade de Netanyahu vai arrefecendo e, se não houver nenhum novo desastre para os israelenses, não dá para descartar que ele saia vencedor no próximo pleito, que precisa ocorrer até outubro de 2026.

O problema é que não existe solução militar para a disputa. Até dá para enfraquecer Hamas e Hezbollah, mas não para eliminá-los. Só haverá paz sustentável para os israelenses no âmbito de negociações com os palestinos. Para isso Netanyahu não tem nenhum plano.

14 thoughts on “Netanyahu prolonga a guerra, porque não tem interesse por qualquer plano de paz

  1. Eu acho impressionante como esses analistas esquecem que Israel ofereceu ao menos 6 acordos de paz aos palestinos! Incluindo a criação do Estado palestino e até mesmo a divisão de Jerusalém. Todas as vezes os palestinos disseram não e atacaram Israel.

    Mas vcs continuam com essa conversa idiota de acordo de paz. Que tal começar assim, com a rendição do Hamas e do Hezbollah? Que tal entregarem os refens? Que tal o Irã para de atacar?

    Por que só Israel é cobrado?

    • Então se você chegar em casa e ver um cara transando com sua mulher e mandando você e seus filhos para fora da sua casa, você senta e negocia com ele?

  2. A impressão é que sobraram apenas duas opções ao estado de Israel, a saber: matar ou morrer, vai matar muita gente mas tb vai morrer, tipo encontro marcado com o combate mortal, e, no caso, nós simples mortais, nada podemos fazer senão apenas pedir a intervenção direta de Deus para que coloque juízo e bom senso nas cabeças de todos os contendores.

    • Assim como o Barba e tantos outros por esse mundo de mentalizados e subornáveis para tanto alçados, Bibi é um mero servo que ainda respira até que finalize sua missâo dada pela dominante Máfia Khazariana, que tem seus objetivos para a area totalmente “desobstruida” de todos os tidos empecilhos!

  3. Apenas complementando o artigo que o Vidal postou acima, existe um documentário chamado Tantura (vila em que foi um dos massacres em 1948), que foi dirigido por um Israelense (Alon Schwarz) e que o governo tentou censurar a todo custo, na qual ele reconstrói os eventos a partir do relato de soldados ainda vivos.

    https://www.youtube.com/watch?v=73HMlsf89ow

    • Gastança com dinheiros no emprego de armas e munições é riqueza que se renova e não se esvai. Há muitos lucros e espaço para rendosos investimentos.

  4. Senhor Hélio Schwartsman (Folha) . não só o primeiro ministro de Israel Binyamin Netanyahu , bem o como os EUA , França e Inglaterra tem interesse que ” Israel & Palestina ” façam as pazes permitindo a criação de um Estado Nacional Palestino , haja vista que o assassinato em 04/11/1995 do então primeiro-ministro Yitzhak Rabin que assinou os acordo de paz em Oslo , como o então líder Palestino Yasser Arafat , sendo que o assassino Yigal Amir , o fez a serviço das autoridades políticas e de segurança Israelenses da época , com o agravante de que quando Israelenses e Palestinos fizerem a paz entre si , com toda certeza acaba a hegemonia ” nociva ” dos EUA , França e Inglaterra no Oriente Médio .

  5. Senhor Hélio Schwartsman (Folha) . não só o primeiro ministro de Israel Binyamin Netanyahu , bem o como os EUA , França e Inglaterra não tem interesse que ” Israel & Palestina ” façam as pazes entre si , permitindo a criação de um Estado Nacional Palestino independente , haja vista que o assassinato em 04/11/1995 do então primeiro-ministro Yitzhak Rabin que assinou os acordo de paz em Oslo , com o então líder Palestino Yasser Arafat , sendo que o assassino Yigal Amir , o fez a mando e a serviço das autoridades políticas e de segurança Israelenses da época , com o agravante de que quando Israelenses e Palestinos fizerem a paz entre si , com toda certeza acaba a hegemonia ” nociva ” dos EUA , França e Inglaterra em todo Oriente Médio .

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