Jamil Chade
do UOL
O governo brasileiro decidiu por se abster em uma resolução sobre a crise na Venezuela. A votação ocorreu nesta sexta-feira em Genebra no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Por uma ampla maioria, os países aprovaram a renovação do mandato de uma comissão internacional para investigar os crimes cometidos pelo governo de Nicolás Maduro e criaram novas obrigações para que a ONU examine a situação na Venezuela.
A resolução foi aprovada com 23 países apoiando a iniciativa, entre eles Argentina, Chile, Costa Rica, Paraguai, os EUA e os governos europeus. Votaram contra Sudão, Vietnã, Eritreia, China e Cuba. Ao lado do Brasil na abstenção estiveram Burundi, Índia, Honduras e outros.
ISOLAMENTO – O governo brasileiro explicou que sua opção pela abstenção está relacionada a itens da resolução que isolam ainda mais a Venezuela e que ameaçam minar ainda mais a cooperação da ONU com o país para tirar Caracas da crise em que se encontra.
Em seus últimos informes, a comissão denunciou uma repressão sem precedentes por parte de Maduro contra a oposição e sociedade civil. O trabalho dos membros da equipe de inquérito ainda sugeriu crimes contra a humanidade.
Por meio de seus aliados, a Venezuela tentou esvaziar a resolução. O governo bielorrusso apresentou emendas, na esperança de reduzir o impacto da comissão de inquérito. Mas o governo argentino de Javier Milei tomou a iniciativa de barrar as emendas e convocou os países a votar contra as mudanças.
DEFESA RIDÍCULA – O governo Maduro, ao se defender, citou o chileno Salvador Allende, o que gerou risos na delegação do Chile. Santiago tem se posicionado fortemente contra o governo venezuelano. Caracas ainda alegou que a resolução criaria custos de US$ 8 milhões para a ONU, numa tentativa de impedir que o projeto fosse adiante.
Antes de votar, o embaixador brasileiro na ONU, Tovar Nunes, explicou a abstenção do país. “O Brasil apóia a renovação do mandato do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos em Caracas e da Missão de Apuração de Fatos na Venezuela. Acreditamos que seu trabalho pode contribuir para a melhoria da situação dos direitos humanos na Venezuela, por meio de diálogo e cooperação construtivos”, disse.
“Nos últimos meses, o Brasil tem repetidamente encorajado o governo venezuelano a se engajar nos mandatos deste Conselho”, acrescentou.
DIREITOS HUMANOS – Segundo ele, o Brasil agradece ao grupo que articulou a resolução por aceitar algumas das sugestões do Itamaraty. “Entretanto, consideramos que a resolução continua tendenciosa e desequilibrada. Portanto, o Brasil decidiu se abster”, disse.
“Uma resolução que seja excessivamente condenatória e prescritiva não contribuirá para melhorar as condições no local ou para promover o diálogo com todas as partes relevantes. Esse, infelizmente, tem sido o caso das resoluções aprovadas no item 4, em desrespeito aos próprios princípios que devem nortear o trabalho deste Conselho”, disse.
O Itamaraty também denunciou as sanções contra Caracas. “Além disso, é impossível discutir a situação dos direitos humanos na Venezuela sem levar em conta o impacto negativo das medidas coercitivas unilaterais no país, principalmente no que diz respeito ao acesso a alimentos, medicamentos e equipamentos médicos, o que afeta a realização dos direitos humanos, especialmente para os segmentos mais vulneráveis da população”, afirmou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Alegar direitos humanos para defender o sanguinário governo venezuelano, como o Brasil tenta fazer na ONU, é esconder o que realmente acontece no governo Maduro. Exibe uma diplomacia de araque, bem digna do governo Lula, que não diz coisa com coisa. (C.N.)
Tenho a tendência natural de avaliar questões macros através de opções. Por exemplo, quando a população do Líbano abriga e deixa se dominar pelos terroristas do Hezbollah, para mim, ela perde totalmente o direito de se lamentar e condenar Israel pelos ataques de retaliação.
Quando a população da Faixa de Gaza escolhe para seus líderes os terroristas do Hamas e permite que eles usem escolas, hospitais e condomínios para esconder arsenais de bombas e quarteis de terroristas, fica muito estranha a lamentação pelos ataques de resposta de Israel.
Como posso me explicar, frente a qualquer pessoa ou entidade do mundo civilizado (neste caso, excluídos todos os fanáticos comunistas, socialistas etc. etc.) que meu governo do Brasil, um país sabidamente pacifista e equilibrado nas disputas internacionais, tem uma posição favorável a esses terroristas?
Como é possível que cheguemos a isto? Como é possível pensar que esta política represente a maioria da população brasileira? Alguém em sã consciência acha que a maioria da população brasileira não condena a ditadura da Venezuela?
Se alguma potência resolver nos retaliar por causa desses alinhamentos catastróficos de Lula e seus alucinados, por coerência, terei que aguentar calado e sofrer os impactos.
Moro no interior do Rio Grande do Sul e nos mercados daqui são dezenas ou centenas de venezuelanos, de todas as formações técnicas e experiências, que trabalham para se manter e fugir da ditadura. Alguém imagina que eles viajaram 6.000 km, num paÍs estranho e se submetem a qualquer trabalho, porque são contrarrevolucionários e não gostam de Simon Bolívar?
Excluídos os fanáticos petistas e correlatos, assim como os descendentes de palestinos e libaneses que obviamente condenam os horrores de uma guerra que os atinge e seus familiares, alguém imagina que um brasileiro lúcido (não- alinhado, lembrem) acha que a culpa do conflito no Oriente Médio é somente de Israel?
Lula, Amorim e toda a malta de cafajestes aplaudidores, por favor, parem de nos expor ao ridículo e aos perigos de uma retaliação (bélica, econômica, social etc.) por causa de suas crendices infantis.
Marx morreu, Lenin também, Stalin idem, a China é uma ditadura, a Albânia tornou-se uma redoma medieval, Cuba é um sonho que se transformou em piada e pesadelo, a Nicarágua uma carnificina, Venezuela etc. etc. Então, não está na hora de cuidar de um futuro para o Brasil e parar de usar o nome de 212 milhões de pessoas em seus delírios e sonhos infantis?
Concordância total com seu escrito.
Qual governo socialista mesmo matando muita gente (milhões) deu certo?
Lula condenou o genocídio do povo palestino, isso só tá errado na cabeça dos gados otários que fazem PIX pro ladrãozinho de joias e para os crentelhos. A propósito, procure saber como foi o inicio do Hamas, vai ter deixar mais dodói ainda da cabeça.
Sobre sua tese de uma possível retaliação econômica israelense, o Irã sozinho é mais relevante que Israel para o Brasil se focar no ponto prático, se compararmos a Liga Árabe não tem comparação. Do ponto de vista econômico o Brasil não tem o que pensar na hora de tomar o lado. Fato, a liga árabe tem muito mais a fornecer ao Brasil que Israel, mais muito mais, procure saber quem estão entre os maiores consumidores de frangos brasileiros só pra inicio de conversa.
Em relação a sermos bombardeados por conta da posição do governo, espero que tenha sido uma piada.
E por fim, em relação a Venezuela, espero coerência por parte daqueles que criticam com razão o regime venezuelano, como eu, devem criticar a proposta do nosso congresso de limitar o STF, pois é exatamente isso que eles fizeram com o judiciário deles.
Hum. É aquela historia. Alguns que recebem benefícios são contra políticas sociais.
Também são a favor de matar criminosos, não importando os efeitos colaterais. Pensemos numa população que viva em um lugar dominado por criminosos, porque não podem escolher outro para viver, seguindo o raciocínio macabro do comentador, esses devem ser eliminados juntamente com os bandidos mesmo que sejam pessoas de bem. Quanta falta de empatia.
Como é possível pensar que raciocínio como esse seja da maioria do povo brasileiro?
Não costumo rebater as postagens de outros participantes do blog, mas hoje me sinto no dever de fazê-lo, pois a soma da maioria das manifestações é assustadora e ou desalentadora
Quando escrevemos ou falamos sobre algo e as pessoas que leem ou ouvem têm um entendimento absurdamente diverso do pretendido por nós, só restam duas interpretações
Ou escrevemos muito mal ou estamos pregando no deserto, isto é, as pessoas que leem estão de tal forma impregnados de crenças enraizadas que seu entendimento se torna previsível e repetitivo.
A intenção de mostrar os perigos e as consequências dramáticas de permitir ou colaborara para a escolha, tomada de poder e consolidação de pessoas ou grupos com pensamentos fanáticos, infantis, erráticos, sem capacidade de enxergar a grandeza e a responsabilidade deste poder, não foi correta e explicitamente demonstrada (pelo menos para alguns).
Quando permitimos por desconhecimento, inercia, preguiça ou, muito pior, pelo engajamento cego e fanático, que o poder seja tomado e assumido (nas diferentes formas) por pessoas ou grupos com as características acima, corremos o grande risco, como os citados povos de Gaza e do Líbano, de sofrer as consequências diretas ou indiretas destes atos.
Obviamente não preguei e nem sonharia com dizimar a população a qualquer custo pelas opções de seus dirigentes mas digo sim, que se olharmos a distância, parece inevitável que isto aconteça fruto de suas opções
Mas quando sentimos na carne, por acontecer com nosso pais, aquelas visões descompromissadas feitas à distância se tornam mais palpáveis e impactantes.
O que diferencia lula e seus iluminados, em relação aos dirigentes do Hamas Hezbollah, Irã, Nicarágua, Venezuela, Cuba, entre outros, quando agem, tomando partido em conflitos seculares e muitas vezes confusos, na direção contrária ao pensamento da maioria de seus habitantes?
Por que esta compulsão em apoiar sempre e com firmeza grupos terrorista ou ditaduras escancaradas, na contramão de todo mundo ocidental e principalmente da tradição de equilíbrio e sensatez mantida pelo Brasil por décadas?
Somos ou deveremos ser um pais semelhante a estes, por consequência?
Eu prefiro, quero viver e lutarei por toda vida para viver numa democracia nos moldes das democracias ocidentais, longe muito longe destes modelos que estes fanáticos querem nos impor.
Existem opiniões rasteiras mas também existem mentes com substância que fazem mil voltas e elucubrações para defender o indefensável de seus líderes.
Temos que apoiar a ditadura medieval e sanguinária do Irã & cia, pois vendemos muitos frangos lá…
Ora o mercado foi aberto e consolidado quando não tínhamos alinhamento automático com ditaduras e sanguinários.
É risível o medo de bombas, obvio. O outro lado, o inimigo desta gente, é uma nação democrática que não tem em seus projetos, espalhar homens bombas e fanáticos para realizar atentados que matam inocentes desavisados em qualquer lugar do mundo como 11 de setembro, Paris, Madri, Buenos Aires, Boston etc etc etc etc etc etc etc etc
Certamente, se tivéssemos o mesmo empenho em defender Israel contra estes fanáticos terroristas, ai sim, estaríamos na lista a ser varrida do mapa.
Têm medo de desafiar os fanáticos (países ou grupos) mas arrotam bravura atacando sem piedade nossos parceiros históricos, sabendo que a retaliação, se ocorrer, seria de outra forma.
Portanto, o que quis dizer é que a escolha ou a liberdade concedida aos dirigentes que porventura sejam desonestos, ideologicamente infantis, fanáticos adoradores do terror e de ditaduras sanguinárias, que colocam seus desejos como sendo aspiração de toda uma nação, podem nos colocar em grave perigo, imediato ou futuro, como visto pelas nações do Oriente Médio ou pelas populações de vizinhos nossos.
Será que estamos nesta situação???
E só verificar se nosso líderes em algum momento assumem estas posturas.
Para mim , agem escancaradamente desta forma, eventual em algumas situações e permanentemente em outras.
Cada um escolha o seu futuro (se puder)