Depoimentos de militares incriminam Bolsonaro, e não há mais como escapar

O que Bolsonaro quer ao escolher Braga Netto como vice

Braga Netto era o chefão, mas é Bolsonaro que levará a culpa

Carlos Newton

São quatro depoimentos de militares, com informações que se amoldam, montando uma trama sólida que incrimina Jair Bolsonaro na tentativa de golpe de estado. Primeiro, foi o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente; em seguida, o general de quatro estrelas Estevam Theóphilo; depois, o ex-comandante do Exército, Freire Gomes; e, por fim, o ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Junior.

Mauro Cid e Estevam Theóphilo depuseram como investigados no chamado inquérito do fim do mundo, aquele que pretende prender todo mundo e não acaba nunca. Mas os ex-comandantes Freire Gomes e Baptista Junior participaram apenas como testemunhas, e há uma diferença quilométrica entre as duas situações.

NEGAR O ÓBVIO – Como dizem no jargão policial, agora é “batom na cueca”, as provas se avolumam e não adianta negar o óbvio. Em tradução simultânea, ficou absolutamente claro que houve um plano detalhado para anular a eleição de 2022 e deixar o petista Lula da Silva fora do poder.

As peças estão se encaixando à perfeição. Mostram que houve duas falhas definitivas na última mudança dos comandantes da Forças Armadas no governo Bolsonaro, executada a 31 de março de 2022, em pleno aniversário da revolução de 1964.

O verdadeiro comandante do golpe – já falamos isso 500 vezes aqui na Tribuna – era Braga Netto e não Bolsonaro. Com tod certeza, quem errou na avaliação de Freire Gomes foram Braga Neto e o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Na ocasião, eles escolheram entre os oficiais de quatro estrelas aqueles que mais demonstravam aversão a Lula.

AVALIAÇÃO ERRADA – Acertaram na mosca ao indicar o almirante Almir Garnier para a Marinha, mas deram um tiro no pé ao escolher o general Freire Gomes para comandar o Exército e o brigadeiro Baptista Filho para a Aeronáutica.

O mais importante, por óbvio, era ter à frente do Exército um general tremendamente antipetista, e Freire Gomes foi mal avaliado. Por mais que demonstrasse desprezo a Lula, o general Freire Gomes era um oficial exemplar e legalista. Somente participaria de um golpe (contra Lula ou qualquer outro presidente) se houvesse eleições manipuladas ou crime semelhante contra as instituições democráticas.

Assim, a deposição de Lula somente não ocorreu devido à nomeação de Freire Gomes. Embora fosse legalista, o brigadeiro Baptista Junior não teria como evitar o golpe sozinho e talvez fosse até levado a aderir, caso sofresse pressão do Alto Comando da Aeronáutica.

###
P.S. 1 –
Além de ter errado na avaliação do general Freire Gomes, a dupla Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira cometeu outro grande erro, que foi fatal para impedir o golpe. Mas não vamos falar disso agora. Depois eu conto, como dizia meu grande amigo Maneco Müller, o “Jacinto de Thormes”. 

P.S. 2 – Nos depoimentos dos militares, poucas contradições. A mais importante é sobre as idas do general Estevam Theóphilo ao Alvorada. Ele foi duas vezes com o general Freire Gomes e uma vez sozinho, diz ele com autorização do então comandante  Freire Gomes, que não confirma essa versão. Mas como diz Roberto Carlos, isso são apenas detalhes. (C.N.)

15 thoughts on “Depoimentos de militares incriminam Bolsonaro, e não há mais como escapar

  1. Bem, se o general, comandante do exército, deveria ter prendido Bolsonaro pelo suposto golpe e não o fez, prevaricou. E se prevaricou, o general cagão já deveria estar preso há muito tempo, pois não cumpriu o seu dever. Realmente o peixe morre pela boca.

    Concordo com a resposta do Bolsonaro e com a análise do advogado Dr. Marcelo Suave. Mas como o sr. Alexandre de Moraes age a margem da lei, tudo é passível de acontecer.

    BOLSONARO ROMPE SILÊNCIO SOBRE DEPOIMENTO EX COMANDANTE do EXERCITO
    https://www.youtube.com/watch?v=htzppAnpf-c

    • Eliel, o grande cag teria prevaricado se tivessem ocorrido os atos preparatórios para o início de golpe (tanques e tropas na rua, paraquedistas a postos em aeronaves militares etc). Mais ainda: no caso de haver a prisão, teria havido a tentativa de golpe pois este teria sido abortado por motivos alheios à vontade do agente, sendo, no caso, punível. Veja artigo 14, Código Penal.

  2. Caro CN! Depois conta aqueles DESLENBRADOS detalhes que envolvem a outra “querência” que tanbém arquitetou e saiu vitoriosa desse destrambelhado enredo e até escondendo evidências, provando que houve infiltrada e propositada sonegação e omissão de uma feita burra inteligência, num flagrante desserviço estrutural, funcional e patriótico, pró “Maré Vermelha”!

    • Viremos essas truncadas narrativas e passemos para as páginas do caderno de 13 matérias, cheias de propositadas esquecidas lembranças!

  3. Em depoimento à PF, o ex-comandante do Exército Freire Gomes afirmou que Bolsonaro apresentou três hipóteses para evitar a posse de Lula
    https://terrabrasilnoticias.com/2024/03/urgente-bolsonaro-rompe-silencio-e-fala-sobre-depoimento-de-freire-gomes-a-pf/

    Em depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-comandante do Exército Freire Gomes afirmou que Bolsonaro apresentou três hipóteses para evitar a posse de Lula após a derrota eleitoral em 2022. Segundo o general, foram discutidas as implementações de Estado de Defesa e Estado de Sítio, além da decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

    Procurado pelo Metrópoles, Bolsonaro afirmou que “não é crime” falar sobre o que está previsto na Constituição Federal. E sustentou que nenhuma das medidas foi levada adiante.

    “Sobre o Estado de Defesa e o Estado de Sítio, precisa convocar um conselho com diversos integrantes. Para que fosse implementado, precisaria convocar o conselho, inclusive com presidente da Câmara e do Senado. E não teve nenhum conselho convocado. Aqui não é Hugo Chávez, Maduro. Dados os considerandos, quem dá a palavra final é o Parlamento. Já a Garantia da Lei e da Ordem não se pode fazer do nada. Tem que ter fundamento.”

    “Não é crime falar sobre o que está previsto na Constituição Federal. Você pode discutir e debater tudo o que está na Constituição Federal. O que falam em delação, em depoimentos, é problema de quem falou. É uma narrativa idiota [dizer que houve crime]”, disse.

    No caso do Estado de Defesa, é necessária a convocação do Conselho da República do Conselho de Defesa Nacional. Ele é instituído por meio de decreto presidencial, que deverá indicar a sua duração, as áreas a serem abrangidas e as respectivas medidas coercitivas. No caso do Estado de Sítio, além de reunir os dois conselhos, a decretação é submetida pelo presidente da República ao Congresso Nacional.

    Já a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) é uma ação militar que reúne as Forças Armadas a partir de ordem do presidente. A medida é aplicada em graves situações de perturbação da ordem, quando as forças tradicionais não conseguem equacionar o problema.

    Depoimento do ex-comandante da FAB

    Outro trecho contundente nos últimos depoimentos coletados pela PF está em uma fala do ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) Carlos de Almeida Baptista Júnior. Ele disse que Freire Gomes ameaçou prender Bolsonaro caso o então presidente “atentasse contra o regime democrático por meio de alguns institutos previstos na Constituição”.

    Bolsonaro disse não ter acessado o depoimento de Baptista Júnior e que só se manifestará após ter conhecimento da íntegra do referido relato.

  4. Em 1964 os militares também diziam (e faziam) coisas contra os militantes comunistas e, por sua vez, eram rebatidos por estes. Hoje facções como Globo, Estadão Folha, etc. descreditam tudo o que os milicos daquela época diziam ou faziam. Hoje é diferente, é?? O que um milico de bosta de hoje fala pelo ânus é certeza de credibilidade?? Faça-me o favor. A milicada só tem crédito no que fala ou faz nos dias de hoje, ou a milicada daquele tempo sempre esteve certa?

    • Todos sabemos que a alta patente da milicada está toda propinada pela esquerda imunda. Esses generais todos estão com script na mão e muita grana no bolso. O que eles falam já está tudo combinado.

  5. Incriminam Bolsonaro em que? Agir dentro de algo previsto na Constituíção configura golpe? Então temos uma Constituíção golpista? Se for assim, porque o DILMO e a CATADORA DE VENTO estão livres e soltos no tocante a este porém? Por esta régua, há muito que já deveriam estar por trás das grades, não é mesmo?

    A coligação partidaria pela DEMOcracia (petê, e$$eteefe e con$orcio) esta sem saída e o Xandão terá que absolver Bolsonaro. A menos que queira continuar transgredindo a lei e a Constituíção.

    • E, enquanto isso, em meio a essa cortina de fumaça que fazem sobre o suposto “golpe”, que só engana otario, o ladrão genocida Lula da Silva, continua a matar o povo brasileiro com sua falta de vacina contra a dengue que já fez quase 800 mil doentes com 600 mortes confirmadas até agora. E a Globo??? Quietinha…

  6. Senhor Eliel , lembre-se que infelizmente no Brasil , por mais que tenhamos provas contra quaisquer autoridade ,e nos expormos em denunciar seus crimes , é mais fácil o denunciante ser preso do que a autoridade criminosa , principalmente se a autoridade denunciada for chefe do denunciante , portanto , os ex-comandantes Freire Gomes e Baptista Junior , não prevaricaram , e sim agiram corretamente , sendo que por excesso de provas incriminatória de diversos crimes contra a dupla Dilmar Rousseff & Michel Temer , terminaram sendo inocentados e seus acusadores e julgadores foram crucificados e estão sendo perseguidos até hoje .

  7. Peguem uma dúzia de oficiais generais, quatro de cada força os metam na cadeia como golpistas/terroristas
    Vou assistir de camarote o frigir desses ovos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *