José Casado
Veja
O governo Lula ecoa a política de ingerência externa da Casa Branca, e sua manifesta preocupação sobre dificuldades impostas à oposição no processo eleitoral da Venezuela “parece ter sido ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”.
É o que diz, na essência, uma nota pública do governo venezuelano divulgada nesta terça-feira (26/3).
ESTILO MADURO – Linguagem grosseira é peculiaridade diplomática da cleptocracia venezuelana chefiada pelo ditador Nicolás Maduro. Para quem acredita que a sinceridade costuma transparecer na má educação, como ensinou o escritor espanhol Enrique Poncela, Lula pode ter caído numa armadilha de Maduro ao resgatá-lo do isolamento político, no ano passado.
Primeiro, abraçou-o, depois estendeu-lhe o tapete vermelho do Palácio do Planalto, e, na sequência, avalizou um “acordo” de eleições livres, limpas e justas na Venezuela, subscrito em parceria com Estados Unidos e Colômbia.
Agora, quando reclama o cumprimento do que foi combinado, o ditador autoproclamado de esquerda o desqualifica, publicamente, inscrevendo-o na lista dos agentes políticos regionais que ecoam o “ditado” do imperialismo norte-americano sobre democracia.
JOGO COMBINADO – Não é bem assim, advertem alguns diplomatas. Nessa versão, haveria um jogo combinado. Lula nunca acreditou em eleições livres, limpas e justas sob a cleptocracia venezuelana, tem mesmo ojeriza aos “neoliberais” de Caracas, não está e nunca esteve preocupado com as prisões em série, tortura e eventuais mortes de opositores do regime ditatorial de Maduro.
Seu pragmatismo interessado permitiria absorver grosserias do gênero, porque enquanto Maduro representar um problema para a América do Sul, os Estados Unidos e a União Europeia, terá garantido um papel destacado no palco da mediação de crises na região.
Maduro tem uma difícil reeleição pela frente, mesmo no cenário uma disputa com adversários por ele escolhidos ou cooptados, depois de banir a candidata liberal María Corina Machado, líder da oposição, prender seus assessores e impedir outras onze candidaturas.
ESCOLHA PESSOAL – A embaixada da Argentina deu asilo a seis oposicionistas, na segunda-feira. Em represália, Maduro mandou cortar a luz da residência do embaixador.
Se tudo der certo, a cleptocracia venezuelana continuará no poder. Maduro já tem uma conta vencida e não paga com o Brasil de quase US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões). Mas, tudo bem, poderá oferecer a Lula novos contratos com empresas brasileiras, como a Petrobras e empreiteiras que Lula tenta resgatar.
É o que acreditam entusiastas da “reaproximação” com a Venezuela na qual Lula se enredou por escolha pessoal.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Maduro deu o cano na Odebrecht e outras empreiteiras, mas os governos Lula/Dilma garantiram o pagamento ao BNDES, subtraindo preciosos recursos do Fundo de Apoio às Exportações. E la nave va, cada vez mais fellinianamente. (C.N.)
Para mim e tudo jogo de cena. Há pouco o molusco disse que a Venezuela era uma democracia relativa. Agora falando isso, é só para agradar a plateia. No fundo deve já ter dado apoio ao dirador
Na mosca.
Em pleno século 21 acreditar no que fala o Carniceiro Sanguinário e no Maior Ladrão que o Mundo já viu é a mesma coisa que acreditar no Coelhinho da Páscoa….
Combustíveis baratos, sugerem a construção de um duto da Venezuela ou Guianas para o Brasil, que tal pensarem nisso?
E nóis podia dizer que o governo Lula ecoa a política de indigência externa de sua diplomacia ‘rastaquouère’.
1) Ma-duro … cabeça dura … um dia ele aprende a lição de Buda, que tudo é impermanente…
Globo noticia que ação de Biden contra Bolsonaro foi de suma importância para a construção da conjuntura atual (“pressão sobre altos oficiais brasileiros para impedir o ‘golpe'”).
Numa eventual vitória de Trump, a politicagem na Filial pode ser completamente invertida de novo pela Matriz.
Por isso, políticos eixpiertus são camaleões e estão prontos para se travestirem de novo na próxima “reviravolta” de 360 graus que sempre nos coloca no mesmo lugar de incompetência congênita e estrutural.