Aumenta a pressão contra Campos Neto; se o Bacen não reduzir juros, a crise se aprofundará

Governo e lideranças da indústria pressionam pela queda de juros

Pedro do Coutto

Na reunião do Comitê de Política Monetária que foi iniciada ontem, terça-feira, e será concluída hoje, a pressão contra Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, elevou-se sensivelmente e, com isso, pode-se avaliar que se os juros da Selic não descerem, tal fato desencadeará uma crise de grandes proporções no setor monetário do governo com reflexo inevitável no país.

A atmosfera tornou-se mais densa e tanto ministros do governo quanto lideranças do setor industrial passaram a pressionar pela queda de juros da Selic. Isso porque os juros altos demais desviam recursos de investimentos econômicos para aplicações financeiras cujos reflexos não incidem sobre o mercado de empregos e, portanto, sobre o consumo, restringindo-se à concentração de renda cada vez maior pelos aplicadores de capital.

LUCROS MAIS FÁCEIS  – Os juros altos atraem recursos financeiros que buscam, como é sabido, lucros mais fáceis, mais elevados e com risco zero. A pressão se concentrou e ao meu ver é difícil a posição de Campos Neto. Se os juros forem reduzidos, por menor que seja a parcela, significará uma perda política de pontos para o presidente do Bacen. E se os juros não descerem, neste caso então as consequências econômicas e monetárias irão se tornar explosivas.

Reportagem da Folha de S. Paulo, do O Globo e do Estado de S. Paulo, destacam que haverá um recuo que pode variar entre 0,25% a 0,5%. Meio por cento significará por mês uma diminuição de R$ 30 bilhões nos juros pagos pela rolagem da dívida interna que é, como se tem divulgado, da ordem de R$ 6 trilhões. É só projetar 13,75% sobre R$ 6 trilhões. Amanhã, diante da decisão, vamos observar os resultados e reflexos. De qualquer forma, porém, Roberto Campos Neto perdeu espaço.

INQUÉRITO –  É um verdadeiro absurdo a conclusão do Inquérito Policial Militar sobre a depredação de Brasília no dia 8 de janeiro atribuindo responsabilidade ao governo Lula por não ter previsto e combatido as ações selvagens, mais até do que a própria invasão de bárbaros contra o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal.

É estranho que num episódio de extrema gravidade seja atribuída uma dose maior de culpa à não identificação do movimento do que ao próprio movimento do vandalismo.  Quer dizer, alguém é culpado por não ter reagido e mais culpado do que os próprios agressores.

Uma coisa não elimina a outra. Além disso, analisando-se logicamente o episódio verifica-se que o grau de culpa e intenção destrutiva partiu de uma invasão organizada e financiada como revela o inquérito do STF. A deputada Grace Hoffmann, presidente do PT, e o diretor-geral da Polícia federal, Andrey Rodrigues, contestaram as conclusões do IPM, cujo objetivo – fica nítido – é evitar que uma parcela de culpa se desloque sobre a área militar sediada em Brasília. Na Folha de S.Paulo a reportagem é de Thaíssa Oliveira e também de Flávio Ferreira. No O Globo, de Nicolas Iory.

14 thoughts on “Aumenta a pressão contra Campos Neto; se o Bacen não reduzir juros, a crise se aprofundará

  1. O governo do LADRÃO causa um rombo de 45 bilhões em 6 meses de governo, quer baixar o juros a força, a base da intimidação? Que tome as medidas necessárias para que os juros baixem. Até agora, tudo de bom que acontece na economia, foi deixado pelo Bolsonaro e Paulo Guedes. Onde o petê mete a mão dá prejuízo a nação.

    • Presumo que ela seja uma?”plantada escuta, que nao hora H vai entregar de bandeja toda a podridão então compartilhadas e “arquivada” para MUNDIAL apresentação futura!
      Aguardemos o resultado da ação da espiã improvável, a Mata Hari tupiniquim!

  2. Pedro….Pedro, antes que o galo cante……
    Quem, recém instalados, teriam interesses nesses desinteressados “dar de ombros & ouvidos moucos”?
    Aplique tua inteligência e decifre, pois se faz necessária, a exposição da verdade, tão somente da verdade!

  3. Para não ficar mal, Campos Neto deve diminuir os juros a conta gotas, em 0,25% ou 0,50 até sua saída do Bacen,
    diminuindo a conta gotas para não prejudicar os ganhos dos “investidores” que não produzem nada, são verdadeiros vampiros, chupa sangue dos brasileiros.

    Os R$ 800 bilhões tirados do Orçamento para apenas rolar a dívida faz muita falta a Educação, a Saúde, a Segurança e trava o desenvolvimento do país.

    É muito sinismo, querer limitar a tentativa de golpe apenas no de 8 de janeiro, como se fosse um ato voluntário dos manifestantes “patriotas do bem”.
    Os acampamentos nas portas do quarteis em especial o de Brasília, que a partir da derrota de Bolsonaro manteve-se com autorização do comandante do quartel, durante dois meses, servindo de base para as tentativas do golpe dos ias 12 e 24 de dezembro e 8 de janeiro.
    As Forças Armadas, tem o dever, em nome de sua dignidade, dentro de sua alçada, punir militares que tentaram contra a Constituição.

    É ridículo, querer insinuar que o golpe era de interesse do governo eleito.

    • Caro Nélio, além de ser ridículo é o sinal inequívoco de que esse governo está sendo pelo menos razoável, afinal se a bala de prata da oposição é imputar ao atual governo uma tentativa de golpe da base da oposição é porque está faltando pautas para a crítica.

      Sobre o Campos Neto e os juros, agora que o seu dono está surfando nos gordos rendimentos mensais do seu CDB atrelado à Selic com a grana dos trouxas, vai ser a conta gotas mesmo.

      • Prezado Rafael Santos esses R$ 17 milhões dados a Bolsonaro, que ficou rico na política e com grande patrimônio, só vai servir para ficar mais rico ainda. É um indignidade. Isso pode dar M…, pode ser lavagem de dinheiro.
        Enquanto houver patriotários, o tosco vai se dar bem em matéria de enriquecimento.
        Abs.

  4. Esperamos também que o Desgoverno Corrupto da Alma Honesta diminua os juros do cheque especial e cartao de crédito, 400%500% 600% nenhum dos 120 milhões de famintos aguenta.

    Nénão, Sr. Pedro.!!

    Lembra desse artigo, Sr. Pedro..?

    “”A Constituição Federal, em seu texto original, previa, no art. 192, §3º, a limitação dos juros a 12% ao ano, conceituando a cobrança acima deste limite como crime de usura

  5. Se baixar a taxa Selic a narrativa vai ser que o pau mandado de Bolsonaro perdeu fragorosamente, vergonhosamente; se não baixar a narrativa vai ser apocalíptica, vai vir um tsunami de desgraças jamais vista desde o Dilúvio Universal.
    Jornalistas militantes e engajados de todo o tipo saberão fazer o que mais gostam ‘ Fritar a bosta para aproveitar a gordura.’

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