Deu no g1
Agência Reuters
A Trafigura, empresa suíça de negociação de commodities, declarou-se culpada à justiça dos Estados Unidos pelo pagamento de propina a autoridades brasileiras para garantir negócios com a Petrobras. A informação é do Departamento de Justiça (DoJ) norte-americano, que conduzia uma investigação sobre a conduta de ex-funcionários e agentes no Brasil há 10 anos ou mais. O órgão não divulgou quais executivos foram subornados.
Para fechar a investigação, a companhia concordou em pagar cerca de US$ 127 milhões pelas violações da Lei de Práticas de Corrupção no Exterior (FCPA, na sigla em inglês). O pagamento será feito pela Trafigura Beheer BV, empresa controladora do Grupo Trafigura durante o período, como parte do acordo de confissão.
NA LAVA JATO – O esquema foi inicialmente revelado no âmbito da Operação Lava Jato. O nome da empresa surgiu ao lado de Vitol e Glencore na 57ª fase da investigação, que apurava o pagamento de propinas a funcionários da Petrobras por empresas que atuavam na compra e venda de petróleo e derivados — atividade conhecida como trading.
De acordo com documentos obtidos pelo Departamento de Justiça dos EUA, a Trafigura mantinha relações comerciais com a Petrobras entre 2003 e 2014. Em 2009, informa o DoJ, a Trafigura acertou um esquema de suborno que pagava até US$ 0,20 por barril de produtos petrolíferos comprados ou vendidos da Petrobras.
Os pagamentos eram ocultados por empresas de fachada, direcionados a contas bancárias offshore para os funcionários da Petrobras no Brasil. De acordo com o DoJ, a Trafigura lucrou aproximadamente US$ 61 milhões com o esquema.
RÉ CONFESSA – “A declaração de culpa destaca que quando empresas pagam propinas e minam o estado de direito, elas enfrentarão penalidades significativas”, disse em nota Nicole M. Argentieri, chefe da Divisão Criminal do Departamento de Justiça.
Em dezembro, a Trafigura já havia anunciado a reserva de US$ 127 milhões para cobrir uma possível multa do Departamento de Justiça dos Estados Unidos para encerrar uma investigação sobre “pagamentos indevidos” feitos pela empresa no Brasil.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos cita apenas um nome na minuta do acordo de confissão feito entre a Trafigura e o órgão: Rodrigo Berkowitz. A identidade dos demais envolvidos foi preservada pelo DoJ.
CORRUPTO BRASILEIRO – Berkowitz é brasileiro e trabalhou como trader de combustíveis para a Petrobras no Rio de Janeiro e em Houston, no Texas. Segundo o acordo de confissão, ele foi uma das pessoas que recebeu propina da Trafigura para garantir contratos da empresa com a estatal brasileira.
Berkowitz já havia sido acusado por esses crimes em 2023 e já tinha se declarado culpado de uma acusação de conspiração para lavagem de dinheiro em 2019.
O caso estava sendo investigado nos Estados Unidos por conta da Lei de Práticas de Corrupção no Exterior (FCPA, na sigla em inglês). A norma permite que a Justiça norte-americana investigue e condene quaisquer pessoas que tenham cometido um ato de corrupção envolvendo uma empresa estabelecida nos Estados Unidos e que tenha ações negociadas nas bolsas de valores do país.
IMPROBIDADE – Em 2020, o Ministério Público Federal (MPF) propôs uma ação civil pública por improbidade administrativa contra empresas ligadas à Trafigura, executivos do grupo e ex-funcionários da Petrobras pelo pagamento de propinas.
O MPF apurava crimes que ocorreram entre maio de 2012 e outubro de 2013, em 31 operações de compra e venda internacional de petróleo e derivados, conhecida como trading.
Além da Trafigura, eram investigadas na 57ª fase da Lava Jato a Vitol e a Glencore. Juntas, elas seriam responsáveis por US$ 15 milhões em propinas. Os pagamentos estão relacionados a mais de 160 operações de compra e venda de derivados de petróleo e aluguel de tanques para estocagem.
ESQUEMA DE PROPINAS – Segundo o MPF, as provas mostram um esquema em que as empresas investigadas pagavam propina para ter mais facilidades nos negócios, como preços mais vantajosos e contratos mais frequentes.
De acordo com a investigação, a atividade criminosa permitia que as empresas conseguissem ganhos acima dos praticados pelo mercado. Também foram identificados indícios de irregularidades no aluguel de tanques de armazenagem da Petrobras pelas empresas investigadas, e no afretamento de navios.
A diretoria de Abastecimento da Petrobras, que foi comandada por Paulo Roberto Costa, era responsável pelo setor onde foram identificados os crimes investigados nessa fase.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A Lava Jato é aquela cobra de vidro, que você corta e ela renasce. Houve alguns excessos, mas os brasileiros deveriam se orgulhar da Lava Jato, apesar da permanente campanha da imprensa amestrada e dos ministros amestrados do Supremo, que gostam de agradar a empreiteiros e políticos corruptos. É o que todos sabem e alguns tentam esconder. Quanto à corrupção na importação/exportação, temos um problema, Houston! É lá que está sediada a Petrobras América, que a Lava Jato não conseguiu investigar. (C.N.)
Houston/Texas, o mocó do manda chuvas e trovoadas “Senhor dos Eventos”, o mestre do batuta 322!
Perguntinha????
Esse dinheiro da multa vai para Petrobrás América?
Ou devolvido aos cofres do governo Brasileiro ??
Deveria ir ,sob URGENTE PROJETO, para a conta CPF dos brasileiros, os únicos lesados!
Ainda bem que as autoridades ” policiais e judiciais ” dos países envolvidos no esquema de corrupção , investigados pelos membros multidisciplinares da operação ” lava jato ” , não deram bola para as decisões criminosas que os juízes do STF – BR , anulando as condenações , prisões e devoluções do dinheiro roubado dos cofres públicos , não surtiram efeitos no exterior , e que os juízes do STF revelaram-se indignos de confiança e credibilidade , no Brasil e no exterior .
A empresa envolvida é da Suíça que pagava propina a funcionários responsáveis por importações e exportações relacionadas ao petróleo e derivados para ter a preferência nos negócios.
Essa prática é usual em muitas empresas concorrentes. O pagamento de propinas para obter preferência e é coisa antiga e disseminada mundialmente.
Quando se fala que a lava jato descobriu a corrupção e que o PT é que a criou, realmente fico na dúvida se isso é hipocrisia, desconhecimento, sem-vergonhice ou ainda uma autoanistia.
https://revistaforum.com.br/brasil/2015/2/27/ricardo-semler-a-corrupo-no-um-problema-publico-um-problema-privado-enorme-11619.html
Eu li o livro “Virando a própria mesa” de autoria do Ricardo Semler.
Nesta época ele era presidente de um fábrica de válvulas para a área de navipeças.
O Brasil ia bem, verticalizando sua produção de navios.
Todos os estaleiros tinham suas fábricas de acessórios denominados ‘outfitting’.
Acabar com a indústria naval foi e é um golpe duro para o Brasil, a despeito das maracutaias e projetos megalômenos.
Tudo que aprendi com os japoneses e holandeses, e foi muita tecnologia de construção, vai para o túmulo comigo.
Uma verdadeira lástima.
Caro José Pereira,
pois é, ele fala que não conseguia vender equipamentos à Petrobras, porque não pagava propina. Fala também do “cochons des dix pour cent“, como eram conhecidos aqueles que cobravam 10% das importações de petróleo (quando o Brasil importava muito).
Também fala do PT que em vez de combater, tornando-se algo diferente, fundiu-se ao sistema existente.
Como sempre falas, perdemos o rumo quando permitimos que nossas indústrias definhassem lentamente ou nem tanto. Algumas foram empurradas para o abismo.
São Paulo tinha grandes fábricas de fundidos para navios, fábricas de cabos elétricos e etc, etc, etc.
São Paulo e Rio, foram os que mais sofreram com a desativação da construção naval.
Isto porque não tiveram a visão de criar bancada no congresso para defender os interesses navais.
Senhor José Vidal , a corrupção sempre existiu desde que o ” mundo é mundo ” , sendo que no Brasil , os amantes e praticantes da corrupção , tem garantia liquida e certa de impunidade , portanto muitas pessoas pensam que corrupção se limita apenas a apropriação indevida de bens físicos e materiais .