Na calma noite mineira, Pedro Nava lembra os olhos de seu grande amor

Pedro Nava e a tragédia do relógio da Glória - Textos de Thereza Pires

Pedro Nava, um fantástico memorialista

Paulo Peres
Poemas & Canções

O médico, escritor e poeta mineiro Pedro da Silva Nava (1903-1984), no poema “Noturno de Chopin”, esconde o seu grande amor.

NOTURNO DE CHOPIN
Pedro Nava

Eu fico todo bestificado olhando a lua
enquanto as mãos brasileiras de você
fazem fandango no Chopin

Tem uma voz gritando lá na rua:
Amendoim torrado
tá cabano tá no fim…
Coitado do Chopin! Tá acabando tá no fim…

Amor: a lua tá doce lá fora
o vento tá doce bulindo nas bananeiras
tá doce esse aroma das noites mineiras:
cheiro de gigilim manga-rosa jasmim.

Os olhos de você, amor…
O Chopin derretido tá maxixe
meloso
gostoso
(os olhos de você, amor…)
correndo que nem caldo
na calma da noite belo horizonte.

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