Perdeu-se a arte de bater carteiras, ninguém escreve cartas, mas o estrogonofe já voltou

Mascar chiclete deixa você 10% mais alerta e impulsiona o pensamento

Sobrar chicletes de bola saiu de moda no mundo inteiro

RUY CASTRO
Folha

Começou há algumas semanas, quando me gabei de ter sido um grande chutador de tampinhas, daquelas de refrigerante, soltas nas calçadas. Dias depois, um leitor perguntou se eu era capaz de dar o piparote com o sapato na borda da tampinha, fazê-la subir e matá-la no peito do pé. Humilhado, tive de confessar que não.

E, agora, outro leitor, para meu opróbrio supremo, escreve para dizer que no peito do pé era fácil —ele queria ver era se o sujeito fazia, como ele, a tampinha pousar no lado do pé. Tudo isto porque observei que, por falta das próprias, ninguém mais chuta tampinhas pelas ruas.

E AS GALOCHAS? – Muita coisa deixou de existir por falta de matéria-prima. Por exemplo, ninguém mais escorrega em cascas de banana. Continua a chover, mas não se usam mais galochas. Ninguém mais cheira rapé ou sopra chicletes de bola. Ninguém mais usa boina, só boné, e, mesmo assim, ao contrário.

Artigos de primeira necessidade como o pote de goma arábica, o mata-borrão e a espátula para abrir cartas deixaram de existir. Ninguém mais lambe selos para pregar no envelope. Eu próprio há anos não lambo um selo e não escrevo ou recebo uma carta.

Velhos hábitos desapareceram. Desaprendemos, por exemplo, a aplaudir sentados. Qualquer showzeco nota 3, se aplaudido, é hoje aplaudido de pé. Em breve, teremos de plantar bananeiras para premiar uma performance verdadeiramente genial.

BATER CARTEIRAS – E perdeu-se de vez a arte de bater carteiras. Os atuais meliantes não se valem mais de dedos leves e hábeis para subtraí-las de nossos bolsos. Vão direto de trabuco no nariz, até porque, com o celular e o pix, já quase não se usam carteiras.

Em compensação, coisas há muito dadas como extintas estão voltando espetacularmente. Uma delas é o bigodinho, fora de moda há uns 70 anos. Os garotos voltaram a jogar bafo com as figurinhas. E até o estrogonofe voltou.

Mas preocupante mesmo é a volta do nazismo.

21 thoughts on “Perdeu-se a arte de bater carteiras, ninguém escreve cartas, mas o estrogonofe já voltou

  1. A maior mudança que vejo, – descartando
    totalmente a volta dos comunistas e nazistas pois nem sequer foram, sendo que o último está expressamente proibido por lei, sendo que chamar alguém de nazista ou fascista sem que não os sejam constitui-se crime.

    Prática atual das duas faces do lulobolsonarismo que, sem um projeto sério, de longo prazo e sustentável, só lhes sobra atacarem-se mutuamente, inclusive esquecendo do seu conluio pró-esculhambação. Por falta de pecados não é argumento para não irem pro Inferno.

    https://youtu.be/jDN1tt_0wcY

  2. Será que os eventuais lalaus de hoje estão precisando de passar por uma certa universidade pra que tenham olhos mais gordos?

    E lembrem as duas faces da moeda lulobolsonarista de quando vociferarem contra a outra face, procurem saber o que significa os impropérios, pois podem ser judicialmente impróprios. O correto seria os partidos dedicarem politicamente seus militantes. Seguindo a linha do articulista, pois militância não há mais, dedicarem seus filiados.

    Até mesmo temos até nossos intelectuais tornados gênios imbecilizados.

    Pra encerrar precisamos parar de brincar de mocinhos e bandidos e botarmos a mão, não nos cofres, mas na massa. Tirar nosso país do atraso, principalmente do clepto-patrimonialialismo.

    https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/democracia-liberdade-economica-e-menos-corrupcao-o-que-explica-o-sucesso-dos-paises/

  3. Salve Ruy Castro!

    … quanto aos “Narcisos”… os cabróns batem o escanteio, correm pra cabecear, isolam a pelota, agarram o microfone d’um repórter desatento, comentam as jogadas, dão dicas de culinária, candidatam-se aos BBBs da vida…
    Haja fôlego!

    Arre, égua!

  4. Rapaz eu tenho 66 anos 66. Agora não tenho a menor ideia da idade desse articulista não tenho. Agora se defender Deus Família e Pátria é nazismo. Eu declaro aqui eu sou nazista até morrer até morrer. Bando de calhas ladroes vocês só defendem bandido descondenado bando de vagabundos. Ah país vagabundo.

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