Marcelo Godoy
Estadão
O contador João Muniz Leite, sua mulher, Aleksandra Silveira Andriani, e as empresas ligadas ao casal movimentaram R$ 526 milhões entre 2020 e 2021, embora Muniz declarasse salário de R$ 26 mil no período. Essa é a conclusão do inquérito policial da Polícia Federal (PF) que o investigou e serviu de base para o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, pedir à Justiça as ordens de busca feitas contra Muniz durante a Operação Fim da Linha.
A coluna teve acesso à íntegra do inquérito. Deflagrada no dia 9 de abril, a Operação Fim da Linha mirou a captura de parte do sistema de transporte de São Paulo pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Ela atingiu as diretorias de duas empresas de ônibus: a UPBus e a Tranwolff, que teriam lavado dinheiro da facção obtido com o tráfico de drogas.
CONTADOR DE LULINHA – Muniz ficou conhecido como o Contador do Lulinha por ter trabalhado para Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem também prestou serviços. Muniz chegou a ser ouvido como testemunha durante a Operação Lava Jato no processo do caso do triplex do Guarujá, pelo então juiz Sérgio Moro.
De 11 de novembro de 2019 até 31 de julho de 2023, segundo dados da Junta Comercial de São Paulo, Lulinha manteve uma de suas empresas, a G4 Entretenimento e Tecnologia Digital Ltda, registrada no mesmo endereço do escritório de Muniz, na zona oeste da capital. A defesa de Lulinha diz que as investigações sobre o contador nunca atingiram o filho do presidente.
Os papéis da PF mostram que era 12 de maio de 2022 quando o delegado Flávio Vieitez Reis, supervisor do Grupo de Investigações Sensíveis da Superintendência da PF em São Paulo, enviou ao juiz Guilherme Eduardo Martins Kellner, da 1.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, os autos da investigação sobre a lavagem de dinheiro para que o caso fosse apreciado pela Força Tarefa X, do Gaeco.
ALVOS PRINCIPAIS – Eram três os alvos citados na portaria que instaurou o inquérito n°. 020/2022: o Contador de Lulinha, Aleksandra Andriani e Mayra Marcílio Daher. O delegado explicava que o prêmio de R$ 40.076.100,78 do concurso 2.363 da Mega Sena foi o fato que deu origem à investigação.
Isso porque um dos ganhadores do bolão vencedor foi o traficante de drogas Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta – a aposta foi feita em uma casa lotérica em Pinheiros, na zona oeste. Cara Preta fora assassinado no dia 27 de dezembro de 2021, em uma emboscada na zona leste de São Paulo.
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou que pelo menos parte dos valores recebidos pelo traficante foram movimentados por empresas que tinham Mayra como responsável, sendo que o contador Muniz teria recebido as demais cotas do bolão. Muniz também era o contador de Cara Preta, que usava o nome falso de Eduardo Camargo de Oliveira, indícios que, segundo o delegado, demonstravam “que o bilhete muito provavelmente foi adquirido como forma de se ‘lavar’ valores obtidos ilicitamente por integrantes do PCC”.
O delegado suspeitava que Muniz estivesse por trás das empresas em nome de Mayra, para onde Cara Preta transferira os valores do prêmio de loteria – o contador ficara com 2 cotas do bolão e o traficante com 3. Os federais disseram que também acharam depósitos sem justificativa feitos por empresas do núcleo familiar de Muniz para casas lotéricas que somavam R$ 2 milhões e apostas feitas por Muniz e sua mulher que somavam R$ 2,5 milhões, a grande maioria em 2021, “o que pode indicar se tratar de um meio de lavagem de dinheiro”.
AUXÍLIO DO GAECO – Como não havia, em tese, crimes federais no caso – apurava-se o possível envolvimento de funcionários na Caixa, no esquema –, o delegado pediu o auxílio do Gaeco. O trabalho de apuração da PF havia começado em 20 de janeiro de 2022. Os promotores decidiram continuar a investigação dos fatos, no âmbito da força-tarefa, permanecendo o inquérito sob a responsabilidade da PF.
Nos meses seguintes, os federais descobriram que o traficante repassou parte de seus recursos a incorporadoras e construtoras que atuam no mercado imobiliário da capital – seis delas foram identificadas no inquérito da PF, uma das quais movimentou R$ 41 milhões. Ao mesmo tempo analisaram montantes de capitais que circularam entre as contas correntes de Cara Preta e as das empresas de Mayra, que, segundo os investigadores, tinham Muniz como contador – uma delas tem as iniciais do nome do contador, a JML Assessoria.
Após verificar todas as empresas que poderiam ter alguma ligação com o esquema investigado, o Coaf produziu o Relatório de Inteligência Financeira 70.897 analisando “228 comunicações suspeitas distintas”. “Estas operações financeiras comunicadas pelas instituições estão de forma direta ou indireta ligadas ao investigado em questão (o contador), porém, a soma geral dos valores de R$ 1.520.134.271,00 não pode ser toda creditado a Muniz Leite.”
MUITA MOVIMENTAÇÃO – A investigação concluiu assim que o Contador de Lulinha movimentara nos anos de 2020 e 2021 R$ 137.140.640,00, sendo que as operações de débito e de créditos somavam R$134.830.715,00 – R$76.468.961,00 de créditos e R$58.361.754,00 débitos. Já a mulher do contador teve movimentações totais de R$ 29.113.857,00. E isso apenas como pessoas físicas.
Ainda, segundo a PF, a movimentação financeira feita por meio das empresas do casal no período ficou em R$ 359.524.366,00. O total, portanto, entre as pessoas físicas e as jurídicas, chegou a R$ 525.778.863,00, embora Muniz declarasse salário de R$ 26 mil e tivesse um patrimônio de apenas R$ 1,41 milhão.
Durante a apuração, os policiais afirmaram que acharam a “prática recorrente de depósitos e saques em espécie de valores fragmentados, gerando indícios de tentativa de acobertar o verdadeiro montante final da transação financeira”. É o que se lê no seguinte trecho escrito pelo delegado: “A recorrente prática destas condutas, corroboram com a tese já apresentada, que consiste na identificação de indícios de tentativa de burla ao sistema financeiro nacional, incorrendo na prática dos crimes ligados à lei de lavagem de capitais”.
PRÊMIOS DAS LOTERIAS – Em seguida, os policiais fizeram a análise dos prêmios de loteria recebidos pelo casal. “Há ao menos seis centenas de prêmios de sorteios lotéricos auferidos pelo casal Muniz e Aleksandra, ocorridos principalmente no ano de 2021″, contaram os policiais. Eles concluíram:
“Há de se convir que este caso fortalece ainda mais a tese inicial de indícios da prática de crimes de lavagem de dinheiro por intermédio de prêmios de loteria”.
Isso porque o casal, por vezes, apostava mais dinheiro do que recebia de retorno. Para os investigadores, essa seria uma das formas de lavar dinheiro, “pois há um retorno aparentemente ‘limpo’ com os valores dos prêmios recebidos”.
De acordo com os federais, o casal sortudo ganhou 640 vezes na loteria – a mulher de Muniz acertou 462 vezes os números da Mega Sena, Lotofácil e Quina entre 18 de dezembro de 2020 e 25 de novembro de 2021. Já o marido foi o feliz ganhador de 178 prêmios, de 3 janeiro de 2019 a 17 de abril de 2021.
O Coaf detectou ainda diversas transferências de empresas ligadas ao casal a casas lotéricas, o que “reforçaria a hipótese de que valores oriundos das empresas tenham sido utilizados para adquirirem bilhetes de loteria”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em matéria de contador, a família Lula da Silva está muito bem servida. E confirma o ditado do “dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és”. Realmente, um profissional à altura. (C.N.)
Os donos da sorte.
“De acordo com os federais, o casal sortudo ganhou 640 vezes na loteria – a mulher de Muniz acertou 462 vezes os números da Mega Sena, Lotofácil e Quina entre 18 de dezembro de 2020 e 25 de novembro de 2021. Já o marido foi o feliz ganhador de 178 prêmios, de 3 janeiro de 2019 a 17 de abril de 2021.”
Coisa que só acontece aqui na Banânia!
Umberto Eco no eu livro Número Zero, escreveu sobre essa estratégia suja usada pela mídia tradicional. A notícia ressaltada não é a principal, mas sim algum item que possa atingir um objetivo.
No caso, o que é ressaltado é que o sujeito foi contador de Lulinha e de Lula.
É assim mesmo, o vale-tudo para atingir a imagem de alguém.
É a chamada esgotosfera.
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em matéria de contador, a família Lula da Silva está muito bem servida. E confirma o ditado do “dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és”. Realmente, um profissional à altura. (C.N.)
Quer dizer que o Ladrão, ops, o Contador do Filho Ladrão do Ladrão conseguiu roubar um valor referente a Mega-Sena Acumulada de Fim de Ano….?
Uma Salva de Palmas para o Ladrão, ops, o Contador.
O Contador do Al Capone está se revirando todo no túmulo junto com o Mafioso….
Os ladrões roubam descaradamente na cara de todos e não acontece nada..
A Famíglia do Ladrão está toda multi-milionária, vivendo a vida nababescamente sem precisar ter qualquer tipo de problema do coitidiano de algum “pobrinho” brasileiro…
“Vamos cuidar do pobres’ diz o Ladrão.
E o pior de tudo, ainda tem baba-ovo que defende essa cambada de ladrões malditos….
São capitalistas até o último fio de cabelo travestidos de comunistas refinados enganando o povão….
Três perpetúas para cada um seria pouco..
Aprenderam muito com o Èl Ratón….
Viva El Comandante.
Viva a Ilha Paradísiaca dos Castros….
Alô PSTU, Cadê Você….??
E o pior de tudo, ainda tem baba-ovo que defende essa cambada de ladrões malditos….
Baba-ovo e cúmplice. Estão provando do próprio veneno e fingem se esquecer do caso Marielle, que teve um final indesejado. Logo logo, vão reabrir o caso..
PF reabre o caso do aeroporto de Roma.
https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/pf-volta-atras-e-indicia-familia-por-ofensas-a-moraes-em-aeroporto
Metrópoles faz referência ao beneficiário no post a seguir.
Diário Oficial da União – Seção 2 ISSN 1677-7050 Nº 102, terça-feira, 28 de maio de 2024
DIRETORIA DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
PORTARIA DG/PF Nº 358, DE 16 DE MAIO DE 2024
O DIRETOR-GERAL DA POLÍCIA FEDERAL, no uso das atribuições que lhe
conferem o art. 36, incisos IV e XV, do Regimento Interno da Polícia Federal, aprovado pela
Portaria nº 155-MJSP, de 27 de setembro de 2018, da competência que lhe foi delegada
pelo art. 18, da Portaria MJSP n° 443, de 24 de novembro de 2021, e considerando o
disposto no art. 5º, inciso IV, da Lei nº 5.809, de 10 de outubro de 1972, e no art. 3º do
Decreto nº 71.733, de 18 de janeiro de 1973, resolve:
Art. 1º Designar o servidor THIAGO SEVERO DE REZENDE, Delegado de Polícia
Federal, matrícula PF nº 15.940, para exercer a função de Oficial de Ligação junto à
EUROPOL em Haia/Países Baixos, por um período de 2 (dois) anos, conforme artigo 5º, da
Instrução Normativa nº 268/2023-DG/PF
Art. 2º A missão, que terá duração de dois anos, é enquadrada como transitória
e será realizada com mudança de sede, transporte de mobiliário e bagagens e com
acompanhamento de dependentes, com retribuição calculada com base no índice 94 da
Tabela de Escalonamento Vertical da LRE e no índice 80 da Tabela 1 Escalonamento
Vertical de Indenização de representação no exterior, nos termos da Lei nº 5.809, de 10 de
outubro de 1972 e dos Decretos nº 71.733, de 18 de janeiro de 1973 e nº 72.021, de 28
de março do mesmo ano.
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
ANDREI AUGUSTO PASSOS RODRIGUES
Obs: Isso irá durar até perto das eleições/2026.
Veja https://pesquisa.in.gov.br/imprensa/servlet/INPDFViewer?jornal=529&pagina=44&data=28/05/2024&captchafield=firstAccess
Caro Armando, te pergunto: Não seria o caso da polícia investigar quem vendeu os prêmios dessas loterias?
Imagino que isso deve ser crime, porque lava dinheiro roubado, e o ganhador do prêmio ajuda a ocultar um crime.
Deveriam estar todos enjaulados, os vendedores dos bilhetes e os compradores.
É lógico que tem o dedo de pessoas da Caixa Econômica Federal.
Só eles informando quem ganhou, aí (alguém da Caixa), ganha uma comissão no negócio.
É por isso que eu sempre defendo que a Caixa Econômica, teria que ser obrigada a divulgar o nome dos ganhadores dos prêmios.
Alegam que é para segurança do ganhador.
Até parece que eles estão preocupados com os ganhadores.
Quanta falcatrua, amigão, quanta falcatrua…
Esta reportagem mostra claramente uma tremenda formação de quadrilha.
Ganhador, intermediador e comprador do prêmio.
Um forte abraço,
José Luis
Simples: Fazer constar o CPF do apostador em campo próprio no volante, para evitar transferencia de nome do ganhador!
Perfeito, Zé!
Um abraço,
José Luis
Caro Armando, te pergunto: Não seria o caso da polícia investigar quem vendeu os prêmios dessas loterias?
Amigão, com certeza, para concretizar o “grande négocio” com a Caixa, tem que ter um bandido dentro fazendo a malandragem.
Lembra do João de Deus que ganhou mais de 300 vezes na Loteria.??
grande abraço
Se não adotam essa fórmula é porque convém à usual sistema fraudulento!
Novamente perfeito, Xará!
Um abraço,
José Luis