J.R. Guzzo
Estadão
Existe algo profundamente errado no discurso da ministra Cármen Lúcia ao assumir a presidência do TSE. Como se estivesse lendo um manifesto do seu antecessor, o ministro Alexandre de Moraes, a nova presidente repetiu em essência o que o Comitê Central do novo regime considera o seu primeiro mandamento: “Perseguirás as fake news acima de todas as coisas.”
Eleições, na visão do Supremo Poder Judiciário, não são mais o instrumento fundamental que a população utiliza para escolher os seus governantes. Passaram a ser um perigo público. São a oportunidade que os elementos tidos como indesejáveis pelo Sistema STF-TSE usam, segundo os ministros, para espalhar notícias falsas – e, através delas, destruir a democracia. Deixaram de ser um momento de liberdade cívica. São hoje um caso de polícia.
MAIOR AMEAÇA – É uma contrafação. A principal ameaça para as eleições brasileiras hoje em dia não são as fake news. É o TSE – e a sua transformação, ao longo dos últimos cinco anos, numa espécie de Tropa de Choque eleitoral que faz o policiamento dos candidatos, dos eleitores e de tudo aquilo que podem ou não podem dizer, antes, durante e depois das campanhas.
Não se trata mais, apenas, de uma anomalia: manter uma “justiça eleitoral” permanente para cuidar de eleições que ocorrem a cada dois anos, coisa que não existe em nenhuma democracia do mundo.
O TSE, os 27 TREs e o resto da máquina não se limitam à organização material das eleições – trabalho, aliás, que poderia ser feito por uma repartição pública qualquer, sem funções judiciais.
INTERFERÊNCIA – O TSE e seus agentes, cada vez mais, interferem diretamente na disputa política. Teriam de se ater a urnas, seções eleitorais e títulos de eleitor. Vão muito além disso. Deram a si próprios o direito de resolver o que está certo e o que está errado – e, no caso das fake news, o que é verdade e mentira.
É uma corrida geral em direção ao obscurantismo. O inimigo a abater, na visão dos ministros Moraes, Cármen e mais muita gente, é a internet. Eles não se conformam com um fato básico: o maior avanço jamais alcançado na história da comunicação humana abriu para dezenas de milhões de pessoas, pela primeira vez, a porta de entrada para o mundo das ideias, do debate e da opinião.
Isso tirou a discussão política da panelinha estreita em que sempre esteve, sob o controle das Cármens, dos Moraes e das classes “politizadas” – e permitiu para a população uma participação inédita na vida pública do país.
DISCUSSÃO LIVRE – Obviamente, um mecanismo que pode ser utilizado por 200 milhões de brasileiros em tempo integral leva a situações tumultuadas e a um ambiente de calor, inevitáveis numa discussão livre em que ninguém precisa pedir licença para falar.
As pessoas não precisam “ter razão”; não estão obrigadas a dizer a verdade, nem coisas inteligentes, equilibradas e virtuosas. Sai para fora, aí, o que tem mesmo de sair – a voz do povo brasileiro, e não a dos diplomados em ciência política. Mas o mundo oficial não admite que seja assim.
“A mentira espalhada pelos poderosos ecossistemas das plataformas é um desaforo tirânico à integridade das democracias”, disse Cármen Lúcia. Isso não é uma análise. É um grito de guerra contra uma conquista da humanidade, disfarçada de indignação contra as “grandes empresas” internacionais que permitem a 8 bilhões de pessoas se comunicarem pela internet.
SUA VERDADE – A ira da ministra, e do seu habitat, é contra a mudança que a tecnologia trouxe para o debate político. O que realmente preocupa a todos eles não é a “verdade”, nem a “mentira” – e sim o fato de que a sua “verdade” não é mais a única.
Nas suas bulas de excomunhão, falam como se as redes sociais só produzissem afirmações falsas, mais nada – e como se apenas a direita usasse a internet para promover “o ódio” e divulgar fake news. Há, enfim, avisos escuros quando Cármen acusa a internet de “contaminar escolhas” e “adoecer pela desconfiança cidadãs e cidadãos”. As escolhas do cidadão, adverte a ministra, podem estar “contaminadas”; cuidado com elas. Criticar pode ser a doença da “desconfiança”; cuidado com as críticas.
O que ameaça a democracia não é a internet. O que ameaça a democracia são os projetos de ditadura que pedem censura, prisões políticas, repressão às opiniões contrárias e o que mais costuma haver na caixa de ferramentas dos regimes de força. A preocupação da ministra e de quem está ao seu redor não são as notícias falsas. É o resultado que pode sair de eleições livres.
(Artigo enviado por José Carlos Werneck)
Na linha ideológica do TSE, as propagandas eleitorais deverão ser extintas por influenciar os eleitores. Terá o apoio da maioria se acabar com essa tortura eleitoral obrigatória.
Achamos um absurdo o sistema político iraniano, onde os aytolás é que dizem quem pode em quem não pode se candidatar, pelo discurso da ministra Carmen Lúcifer no dizer de Bob Jeff, é que teremos pela frente. A partir do “raciocínio” da ministra todo candidato deve respeitar a “verdade” determinada pela Justiça Eleitoral, como disse o porta-voz da ditadura russa, “as eleições são uma burocracia cara”, e a nossa vai pelo mesmo caminho.
O medo da esquerda não é a mentira, é a verdade.
Onde está a mentira, o engodo, a calunia, a difamação que o Guzzo cometeu?
A liberdade de expressão não é permitida em países comunistas, mas aqui eles querem impor sua ideologia para se igualar aos decadentes sistemas que não deram certo em nenhuma parte do mundo.
A internet é o divisor de águas no mundo. Ela tira o biscoito da boca dos que sempre se acharam os donos da verdade. Com o advento da internet os vendedores de peixe podre, os manipuladores de opiniões, os hipócritas e fariseus estão perdendo seu campo de atuação.
E isso tudo mete medo na esquerda mundial.
Cidadãos comuns via internet pautam a grande imprensa, se não fosse assim a compra milionária de arroz passaria batida. A sacanagem foi descoberta.
Passados dois anos de muita confusão por causa da urnas eletrônicas, não fizeram absolutamente nada para mudar o cenário de que nossas eleições são/foram fraudadas.
Várias sugestões foram dadas e nada feito.
Cenário perfeito para mais confusão e cada vez mais convencendo eleitores de que não se pode mostrar que o que foi enviado da urna, faz realmente espelho da verdade, podendo ser aferida a qualquer momento.