Carlos Andreazza
Estadão
Mais um projeto de incentivo à indústria automotiva foi aprovado. São décadas de protecionismo. O fracasso da competitividade agora embalado com sofisticação verde. Pela descarbonização da frota. O caô da vez. Chama-se Mover. Projeto do governo Lula. Que, sem dúvida, nos move.
Projeto do governo Dilma 3 também é o da taxação de compras internacionais até U$ 50. Assim – leio – se fará “justiça” via tributação no Brasil, pela isonomia concorrencial à indústria e ao varejo locais. Contrabando – o da taxa sobre as blusinhas – embutido no programa de carinho a industrial fabricante de carros nem artificialmente capaz de competir.
TUDO A VER – Uma coisa tem tudo a ver com a outra. Governo e Congresso optaram por botar carga no lombo de pobres e remediados enquanto requintavam o alivio à indústria automobilística. A justiça sendo feita com os justiceiros envergonhados… A justiça é impopular. O justo imposto das blusinhas malocado no pacote com novos benefícios fiscais à produção de automóveis.
Não há uma reforma tributária em curso? Por que não se discute a taxação das blusinhas na sala 171 da Câmara? Por que não se faz justiça – para início de conversa – no espaço adequado? Quanto custariam blusinhas e outros produtos de até US$ 50 com a nova taxação de 20%?
Não se faz justiça com desespero. Haddad, cuja PEC da Transição expirou, precisa arrecadar. Qualquer tostão vale. A grana acabou. Precisa rebater despesas que só crescem e incentivos que se multiplicam.
ENTREGUEM A FATURA – A geração de receitas via revisão de gasto tributário – vê-se – é insuficiente. Sobram a fabricação de dinheiros e o aumento de impostos. A classe média baixa pagará a fatura.
Ninguém quer ser pai do bicho. O Parlamento fugindo das votações nominais. A tunga aprovada simbolicamente, enquanto Lula tentava colar em Lira a paternidade do monstro. O projeto é de Haddad. O presidente nada teria com a coisa. Gostaria até de vetá-la. Não foi o que se plantou? Não vetará. Mui contrariado. Fez acordo. Com Lira. Que tem acordo com os varejistas brasileiros. Que não querem – sejamos claros – concorrência na importação de produtos chineses.
E a turma a querer nos convencer de que isso beneficiará a indústria brasileira. O varejista brasileiro armando lobby para garantir a competitividade de suas importações desde a China.
ANDAMOS PARA TRÁS – Sejamos claros: a disputa é entre importadores, o projeto prosperando contra o consumidor importador direto de bugigangas.
E a turma a querer nos convencer de que o Brasil se desenvolverá com a população pagando mais caro pelo mesmo produto.
Conforme definiu o economista Roberto Ellery Jr., “saímos do modelo de substituição de importações para o modelo de substituição de importadores”. Movemo-nos, sem dúvida. Andamos até tabelando o preço do arroz.
O governo enfim resolveu frear a sanha arrecadatória. Agora quer reduzir gastos. Seria louvável, não fosse o couro a ser escolhido para esfolar mais uma vez.
o mercado e a mídia liberal querem que os “privilegiados” tenham menos regalias:
– desvinculação do SM aos benefícios sociais;
– desvinculação das despesas mínimas da saúde e educação à arrecadação;
– fim da valorização do SM.
Os que “montam”, são os de senpre, de acordo com:
https://www.oevento.pt/2018/08/07/benjamin-fulford-sociedades-secretas-servicos-secretos-e-religioes-o-atual-equilibrio-do-poder-06-08-2018/
Esse negócio do arroz, esses outros negócios, aí me dizem que o PT voltou a cena do crime.
O Brasil inteiro é a cena do crime.
Vou mudar a fábula do Flautista de Hamelim.
Hamelim estava infestada de ratos, o flautista sabendo do calote da fábula original, resolveu esconder a rataiada e foi receber a grana pela empreitada, novo calote, o flautista levou de volta a rataiada que havia retirado.
Até hoje Hamelim continua infestada de ratos, muitos ratos são os mesmos da história anterior.
A taxa para produtos importados, incluindo os de até 50 dólares antigamente era de 60%, excetuando-se os itens importados de particular para particular. O que acontecia? Fraudes.
As indústrias e o comércio pressionavam por uma taxação desses produtos que vai ficar em torno de 40%, o que acho justo.