Dora Kramer
Folha
O governo decidiu não se envolver nas chamadas pautas de costumes e concentrar esforços na agenda econômica, a fim de evitar derrotas em série para um Congresso de perfil conservador. Pois eis que vem perdendo embates (factuais e retóricos) na economia e não ganha nada ao se omitir em questões como aborto, drogas e combate ao crime.
Por outra, perde a oportunidade de construir marca e levar adiante um projeto de políticas públicas relativas à segurança e à saúde. Sem contar que se arrisca a figurar como conivente nos recentes retrocessos encaminhados por deputados e senadores.
JOGA PARADO – Abdicar da vontade de acertar não livra ninguém da possibilidade de errar. Como, de resto, tem acontecido.
Enquanto joga parado na seara onde há demandas reais da sociedade, o governo começa a sofrer desconfiança no mundo do dinheiro (empresarial e financeiro) e a ver aumento do desgaste no Congresso justamente na área à qual escolheu dar prioridade.
Passado o primeiro ano de bonança com a PEC da Transição, o arcabouço fiscal e a reforma tributária, começaram os tropeços, aos quais foram feitos remendos mediante o seguinte truque: o Executivo soltava a bomba, em geral como medida provisória, recuava diante da reação negativa, negociava e acabava levando parte do que havia inicialmente proposto.
ESGOTAMENTO – A fórmula, pelo visto na devolução da MP dos créditos do PIS/Cofins, se esgotou. Vai ser preciso outro tipo de organização nas tratativas com o Parlamento que apenas o argumento sobre a necessidade de aumentar a arrecadação.
Medir temperaturas e aplacar divergências antes da tomada de decisões seria o óbvio, notadamente quando se tem uma correlação de forças desfavorável.
No entanto, um travo de arrogância parece presidir as ações, que evidentemente provocam reações. O diagnóstico da problemática foi feito, mas a “solucionática” proposta não tem dado certo. Segue absolutamente ineficaz.
Há “dendos”, em:
https://www.facebook.com/share/r/PZFkt7BEqxrCCMHF/?mibextid=xCPwDs
Sou contra o aborto, exceto em alguns casos.
Punir com vinte anos de cadeira é draconiano.
Para completar a charge:
A moça pegou 20 anos. O Estuprador 10 anos. E o bebê gerado, PENA DE MORTE !!!
Quem sabe se o que interessa são os temas e resultados econômicos pois tratam-se de ativos grevistas, sabotadores e terroristas!