Demétrio Magnoli
Folha
“É melhor um fim trágico que uma tragédia sem fim”, decretou Jaques Wagner diante da devolução da MP do PIS/Cofins pelo presidente do Senado. Ao que parece, Lula aplaudiu o gesto de Rodrigo Pacheco, ralhando com seu círculo mais próximo por um erro político crasso cometido com seu aval. O evento rocambolesco assinala o encerramento da primeira etapa de Lula 3. Começa, agora, Lula 3.2.
Não foi um equívoco circunstancial, mas o fruto de uma estratégia geral. Lula vive no passado: o mundo do dinheiro farto de seus mandatos anteriores. Ancorado nas suas memórias e hipnotizado pela crença arrogante de que sua genialidade pariu aquele mundo, o candidato Lula pregou a restauração da política econômica exercitada numa era de ilusões. A dura prova da realidade tardou meros 18 meses.
GASTO É VIDA – Na campanha, o candidato entregou-se à quadratura do círculo. De um lado, praticando a sabedoria, firmou uma aliança com o centro político, expressa na cooptação de Alckmin, Tebet e Marina Silva.
De outro, praticando uma teimosia que reflete suas convicções profundas, prometeu repetir a orientação econômica sintetizada por Dilma Rousseff pelo refrão “gasto é vida”. Não funcionou: o presidente perdeu a confiança dos eleitores de centro, mesmo conservando, como enfeites natalinos, os três representantes desse setor do eleitorado.
Mas, sobretudo, a nau encheu-se de água nos porões da economia. O “gasto é vida” foi adotado tanto pelo Executivo quanto por um Congresso com poderes típicos do parlamentarismo mas sem as responsabilidades correspondentes.
DOM DE ILUDIR – O ministro Haddad, um santo com vaga garantida no paraíso, tentou o impossível para conciliar os impulsos de gastança com a meta elusiva do equilíbrio fiscal. Seu dom de iludir chegou ao limite, algo que ele mesmo admitiu ao declarar, resignado, após a devolução da MP, não dispor de Plano B para compensar as perdas arrecadatórias.
“Gasto é vida” só sobrevive em céu sem nuvens. A conjuntura internacional marcada pelo desmoronamento da ordem do pós-Guerra Fria não entrou no cálculo lulista. A trajetória inclemente dos juros nos EUA e o desastre climático no RS, com suas implicações inflacionárias, formaram uma sucessão de cumulonimbus no horizonte.
SEM CORTE NA SELIC – Os truques de prestidigitação fiscal do Ministério da Fazenda já não conseguem ocultar a curva de longo prazo. Não sem motivos, o Copom suspendeu as rodadas de corte da taxa Selic.
Qualquer governo eleito pelo povo beneficia-se de um período de graça. O arcabouço fiscal do ministro santificado, junto com a ortodoxia monetária do BC, propiciou uma lua de mel entre o governo e os agentes econômicos. O afeto, porém, encerrou-se.
Como de hábito, os economistas heterodoxos, Gleisi Hoffmann e o “gabinete do ódio” petista culparão os suspeitos de sempre, agravando a crise de comunicação do governo. Não se superam impasses políticos de fundo por meio de retórica balofa.
VIDA INTELIGENTE – Há tênues sinais de vida inteligente oriundos da Fazenda e do Planejamento. Haddad anunciou uma revisão “ampla, geral e irrestrita” das despesas públicas. Falta combinar com Lula e com o centrão. A noção de que o gasto estatal impulsiona o consumo e, por essa via, provoca crescimento econômico figura na mente presidencial, como tabu.
O centrão, por sua vez, não cultiva tabus, mas apenas seus interesses imediatos – e, precisamente por isso, associou-se ao manual lulista de teoria econômica.
Lula 3 foi inaugurado à sombra gloriosa do fracasso do golpismo bolsonarista. “Nós” contra “eles”: o antibolsonarismo sedimentou-se como ferramenta propagandística crucial do lulismo. Entretanto, por sua própria natureza, a polarização funciona melhor para a oposição que para o governo. Se Lula 3.2 revelar-se incapaz de romper o tabu econômico presidencial, será sucedido por um bolsonarismo 2.0. Ou seja, pela proverbial “tragédia sem fim”.
Esse experimento soviético com Dom $talinacio Curro de la Grana não está dando certo, não é o que a extrema esquerda queria, de experimento em experimento vamos servindo de pilotos de provas de fábrica de supositório.
Quando os próprios escribas do sistema mudam da ópera bufa para a tragédia é sinal que a vaca já foi para o brejo, com ordenhadores e tudo.
Primeira lição não compreendida, vaca no brejo não se ordenha.
Tem sido assim ao longo da história.
Lula, quer e vai “deflorar” a economia dos futuros mendigos brasileiros!
Enquanto isso…..:
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Tabu econômico é a inclusão do social na economia? Então, segundo o articulista, o negócio é conter esses gastos. Um absurdo, para ele, gastos públicos em Previdência, saúde e educação públicas, aumento real do SM, bolsa família.
Que tempos. Enganam a quem?
Atualmente, meus proventos são de aproximadamente 30%(trinta por cento) de quanto eu ganhava em 2016 até novembro.
Daí para cá, após tentar “quentinhas” e outras cositas mais, vivo atualmente de minha aposentadoria.
Saúde: PSJC o melhor plano de saúde existente; ou seja: Plano de Saúde Jesus Cristo.
Televisão no meu quarto???!!! Foi para o “saco”; chuveiro elétrico???!!!! Para que se moro em Piedade, Jaboatão dos Guararapes PE o Paraíso na terra.
Sou faxineiro, cozinheiro, e etc.
PS: Durmo maravilhosamente sete horas por noite e isso sem ar condicionado, pois, os dois foram também para o saco; para que ar condicionado se moro no Paraíso???
PS2: Só não pode é haver “INFLAÇÃO” pois caso contrário eu é que vou para o “saco”.