Moro rebate Lula e diz que ele tenta esconder “incompetência” do governo

Mourão e Sergio Moro vão acompanhar posse do novo presidente do TRF4 em  Porto Alegre

Sérgio Moro diz que “há método nas mentiras de Lula”

Bernardo Lima
O Globo

O senador Sergio Moro (União-PR) rebateu a comparação que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez entre o ex-juiz e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Segundo Moro, as declarações de Lula são uma “nuvem de fumaça” para a “incompetência” do governo Lula na área da economia.

“Lula, ao atacar sem razão o Bacen e Campos Neto, quer levantar uma nuvem de fumaça sobre a incompetência de seu governo na economia. É mesma técnica que usou contra mim: quando me atacava queria esconder a corrupção de seus governos e da Petrobras. Há método na mentira lulista”, escreveu o senador nesta terça-feira na rede social X (antigo Twitter).

Em entrevista à rádio CBN nesta manhã, Lula se referiu a Moro ao dizer que Campos Neto tem “lado político” e não demonstra “capacidade de autonomia”. Segundo ele, o chefe da autoridade financeira usa o cargo para se cacifar politicamente ao se aproximar do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Na ocasião, segundo o jornal Folha de S.Paulo, o presidente do BC disse que aceitaria ser ministro da Fazenda em um eventual governo de Freitas.

FESTA PARA ELE — “Não é que ele encontrou com o Tarcísio em uma festa. A festa foi para ele, foi uma homenagem que o governo de São Paulo fez para ele, certamente porque o governador de São Paulo está achando maravilhoso a taxa de juros de 10,50%. Deve estar achando maravilhoso. Então, quando ele se auto lança para um cargo, eu fico imaginando, a gente vai repetir um Moro? O presidente do BC está disposto a fazer o mesmo papel que o Moro fez? Um paladino da Justiça, com rabo preso a compromissos políticos? Então o presidente do BC precisa ser uma figura séria, responsável e ele tem que ser imune aos nervosismos momentâneos do mercado.

A crítica de Lula a Moro se deve ao fato de o ex-juiz, após condenar o petista na Lava-Jato, se tornou ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Por pouco pouco, muito pouco, como dizia o locutor Silvio Luiz, o presidente Lula não conseguiu se vingar de Sérgio Moro, que o engaiolou numa cela por 580 dias seguidos. E agora Lula pode esquecer da vingança, porque Moro está com o corpo fechado. (C.N.)

11 thoughts on “Moro rebate Lula e diz que ele tenta esconder “incompetência” do governo

  1. Paulo Gala / Economia & Finanças
    Graduado em Economia pela FEA-USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, CGA-Anbima. Foi pesquisador visitante nas Universidades de Cambridge UK e Columbia NY. Foi economista, gestor de fundos e CEO em instituições do mercado financeiro em São Paulo. É professor de economia na FGV-SP desde 2002. Brasil, uma economia que não aprende é seu último livro. Conselheiro da FIESP e Economista-chefe do Banco Master

    Os efeitos da crise na Odebrecht sobre a base industrial de defesa no Brasil
    *escrito por Henrique Alvarez

    O Grupo Odebrecht estava engajado dois grandes empreendimentos no mercado de defesa: o primeiro era o PROSUB e a construção dos submarinos e seus estaleiros no Brasil. O segundo era o setor de mísseis, comunicações e sensores militares a partir da aquisição da Mectron, em 2011, empresa brasileira que desenvolvia mísseis. A entrada de um grupo com grande capital para o campo da defesa trazia uma novidade promissora para o setor, que tem uma grande quantidade de empresas com dificuldades financeiras, sendo a Embraer o único “peso-pesado” entre as que atuam no seguimento. A Mectron agora poderia ser capitalizada para concluir diversos projetos de defesa que seguiam de maneira lenta. A crise na empresa, no entanto, abalou a participação da Odebrecht no setor de defesa como um todo. Primeiramente, a Mectron foi extinta e sua parte na área de comunicação e sensores militares vendida para a AEL, em 2017, subsidiária da israelense Elbit Systems (os projetos vendidos nessa transação serão detalhados a seguir). No princípio, se criou uma empresa, chamada Mectron Comm, que absorveu a estrutura da empresa brasileira e logo depois foi incorporada pela AEL.

    Quanto ao PROSUB, a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) foi selecionada como parceira pelo Naval Group, segundo a Marinha, por conta de seu reconhecimento internacional na execução de obras civis e atividades industriais complexas. A empresa brasileira possui participação de 50% no Consórcio Baía de Sepetiba, responsável pela construção do estaleiro e base naval utilizados pela Itaguaí Construções Navais (ICN), com o Naval Group ficando com os outros 50%. O ICN, por sua vez, uma sociedade de propósito específico, no qual o Naval Group possui 51% de participação, o CNO 49%, além de uma golden share da União Federal, tem como objetivo a construção dos submarinos convencionais e com propulsão nuclear, realizando a produção, instalação e montagem das estruturas e componentes na Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM). A crise econômica brasileira, as políticas de austeridade implementadas em seguida e a própria crise na Odebrecht levaram a diversos problemas e atrasos no projeto. A empresa chegou a demitir cerca de 36% dos funcionários envolvidos no programa, em 2015. É necessário mencionar que a Mectron também desenvolvia tecnologias para serem aplicadas nos submarinos do PROSUB, como o Sistema de Gestão da Plataforma Integrada (IPMS, sigla em inglês de Integrated Platform Management System), responsável por parte do comando e controle de funções dessas embarcações. Com o fim da Mectron, o desenvolvimento foi encerrado.

    A Odebrecht já possuía alguma experiência no mercado de defesa. No momento da falência da famosa fabricante de blindados brasileiros, a Engesa Engenheiros Especializados S.A, em 1993, a construtora tinha cerca de 22% do seu capital. Esse investimento, segundo a tese de doutorado do prof. Renato Peixoto Dagnino (A Industria de Armamentos Brasileira: Uma Tentativa de Avaliação, 1989, p. 209), foi realizado nos anos 70 e tinha como objetivo utilizar a estrutura da Engesa para comércio exterior, adaptada ao difícil comércio internacional de armamentos, para apoiar as ações da construtora.

    Alguns projetos vinculados a Mectron que foram Prejudicados:

    LinkBR-2

    O LinkBR-2 é o sistema de enlace de dados criptografados para operações complexas da Aeronáutica. Em resumo, esse sistema realiza a comunicação de maneira segura entre aeronaves e sistemas de comando e controle na execução de suas missões. Estava sendo produzido pela Mectron, mas após a crise da Odebrecht, os projetos da área de comunicação e sensores dessa empresa foram vendidos para AEL, subsidiária brasileira da israelense Elbit Systems. Trata-se de um projeto muito relevante para as Forças Armadas, Embora o LinkBR-2 seja o projeto que mais se destaca quando se fala do potencial tecnológico repassado a empresa de capital estrangeiro, outros projetos da Mectron foram vendidos à AEL junto a ele, como a participação no programa RDS (Rádio Definido por Software) em parceria firmada com o Exército Brasileiro, Desenvolvimento de computadores para drones militares, entre outros tipos de sensores com aplicação bélica. Esses projetos são de grande valor estratégico e a dependência de empresas estrangeiras leva a uma maior vulnerabilidade das comunicações militares.

    MAR-1

    O MAR-1 é um míssil ar-superfície, antirradiação, de médio alcance. Com seu desenvolvimento iniciado em 1998, pela Mectron, esse míssil tem a função tática de destruir radares e sensores inimigos. Apesar de ser um programa avançado, com contrato, inclusive, para exportação ao Paquistão, ele teve seu desenvolvimento suspenso em 2019 pela FAB. Existe a possibilidade que ele seja reativado pela SIATT, que herdou os projetos de mísseis da Mectron, mas com menos capital e estrutura, a empresa se dedica, principalmente, a continuar o programa do míssil antinavio Mansup e o MSS 1.2 que estão melhores encaminhados.

    A-DARTER

    O A-Darter é um míssil ar-ar infravermelho de curto alcance para autodefesa de 5ª geração. Foi desenvolvido a partir de uma parceria do Brasil com a Armaments Corporation Of South Africa – ARMSCOR LTD, estatal da África do Sul, firmada em 2006, prevendo transferência de tecnologia. Por ser de 5ª geração, a mais avançada de sua categoria, o A-Darter seria muito mais sofisticado e custoso que os MAA-1B, também nacional, sendo um armamento para emprego nos vetores mais sofisticados da Força Aérea, como os caças Gripen. Para o desenvolvimento de um armamento tão sofisticado, foram necessárias a parceria de diversas empresas brasileiras, como a Mectron, a Opto Tecnologia Optrônica LTDA, a Avibrás, além de agências de fomento como a FINEP. O custo total do desenvolvimento por parte do Brasil consumiu cerca de US$ 77 milhões por parte do setor público, valor que foi reajustado algumas vezes devido a atrasos. O desenvolvimento do míssil foi concluído em 2019, quando foi emitido o certificado de tipo tanto pelo IFI (Autoridade Certificadora Brasileira), quanto pelo DSI (Autoridade Certificadora Sul Africana). Entretanto, no ano seguinte, a FAB cancelou o início da produção em série do míssil, optando pela importação do IRIS-T, de origem alemã, para equipar os Gripen.

    MAA-1B

    Esse míssil estava sendo desenvolvido pela Mectron como uma nova versão do míssil ar-ar MAA-1A Piranha, junto ao IAE e o DCTA. Apresentado em 2007, tinha como objetivo ser uma solução de baixo custo para as novas e antigas aeronaves da FAB em missões que não demandem a sofisticação extrema de mísseis como o A-DARTER. O míssil possuía a mesma estrutura principal, espoleta de proximidade a laser e ogiva do MAA-1A, mas as tecnologias mais sensíveis eram completamente novas e com 80% de nacionalização.

    Conclusão

    A crise na Odebrecht prejudicou o desenvolvimento da base industrial brasileira de diversas formas. Primeiramente, retirou uma empresa com grande volume de capital do setor, que carece de instituições desse porte. A Mectron, com o suporte do Grupo Odebrecht, teria mais capital para se envolver em projetos diversos e de longo prazo, assim como maior facilidade de buscar parceiros no exterior. Dessa forma, o Brasil não apenas perdeu parte de sua indústria como também capacidade para desenvolver novos projetos. Em segundo lugar, diversos programas foram descontinuados ou mesmo repassados para empresas estrangeiras. Isso representou vulnerabilidade para as Forças Armadas do país, cada vez mais dependentes de equipamento estrangeiro em áreas sensíveis, além de desperdício de recursos públicos, que foram empregados nesses projetos por anos, antes que eles fossem abortados pela crise na empresa ou trocados por similares estrangeiros.

    https://www.paulogala.com.br/os-efeitos-da-crise-na-odebrecht-sobre-a-base-industrial-de-defesa-no-brasil/

  2. Crescimento do PIB, o Brasil subindo 5 posições na economia mundial em relação ao ano de 2022, redução no desemprego, redução da fome, inflação controlada e crescimento do rendimento familiar médio, essa é a incompetência na área econômica.
    Lula alugou um campo de futebol nessa caixola vazia desse capiau.
    E sim, as críticas ao presidente do BC são bastante oportunas, até a folha e o pasmem, estadão, publicaram nota alegando pelo menos conflito de interesses nesse jantar.
    Volta pra roça, ignorante!

  3. Campos Neto está atravancando a economia do país.
    É só meter o pé na bunda dele que o país deslancha.
    Dom $talinacio vai desatravancar de modo extraordinário nossa economia.

  4. Senhor Jose Vidal , o então presidente da republica José Sarney , deu o pontapé inicial para destruir a indústria naval Brasileira , mesmo a família dele tendo navios , inclusive se apropriarem dos últimos quatros navios graneleiros da então ” CIA . LLOYB BRASILEIRO ” , sendo que Fernando Collor e FHC derem continuidade na destruição da indústria naval , e mesmo Lula sendo um analfabeto a reergueu graças ao Carlos Lessa e seus colegas na Presidência do BNDES , mas infelizmente Lula bandeou-se para a ilegalidade , e deu motivo para a equipe multidisciplinares da operação Lava jato , destruírem e jogarem no lixo todo esforço de Carlos Lessa , levando juntos milhares de profissionais da indústria naval Brasileira , com o agravante de que nossos inimigos internos nacional comemoram tal desgraça do parque naval Brasileiro .

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