Joe Biden usa libertação de Assange como arma eleitoral contra Donald Trump

O mérito inútil de Joe Biden

Joe Biden surpreendeu o mundo inteiro ao perdoar Assange

Bernardo Mello Franco
O Globo

As Ilhas Marianas do Norte foram descobertas em 1521 por um navegador português a serviço do rei da Espanha. Tempos depois, seriam vendidas à Alemanha, tomadas à força pelo Japão e finalmente ocupadas pelos Estados Unidos.

Nesta quarta (noite de terça no Brasil), o pequeno arquipélago do Pacífico foi palco de uma notícia global. O australiano Julian Assange reconquistou a liberdade, depois de 12 anos de prisão e confinamento no Reino Unido.

DOCUMENTOS SECRETOS – Assange fundou o WikiLeaks para divulgar documentos secretos de interesse público. Em 2010, o site revelou milhares de papéis sobre a atuação americana no Afeganistão e no Iraque. O vazamento expôs abusos contra civis, comprovou crimes de guerra e desmontou mentiras contadas pelos porta-vozes do Império.

Alçado ao posto de celebridade, o australiano despertou desejos de vingança em Washington. Ameaçado de extradição, passou sete anos refugiado na embaixada do Equador em Londres. Depois foi recolhido a um presídio de segurança máxima, onde amargaria mais cinco anos de isolamento.

O calvário começou a terminar nesta segunda. Assange foi acordado de madrugada, algemado e transportado em sigilo até o aeroporto de Stansted. Lá iniciou a longa viagem até as ilhotas do Pacífico, oficializadas como território americano em 1986.

CONFESSOU A CULPA – Em acordo com a Casa Branca, o australiano se apresentou a um tribunal e se declarou culpado numa das 18 acusações por violação de segredos militares. Como já havia cumprido o equivalente à pena de 62 meses, o processo foi encerrado, e ele foi autorizado a voltar para casa.

A libertação encerra a batalha judicial, mas não elucida todos os mistérios que envolvem Assange. O fundador do WikiLeaks continuará a dividir opiniões apaixonadas. Defensores o veem como herói, e detratores tentam reduzi-lo a uma marionete do Kremlin.

Resta entender por que o presidente Joe Biden topou o acordo para soltá-lo agora, às vésperas da eleição americana. Bom tema para um próximo vazamento de documentos secretos.

4 thoughts on “Joe Biden usa libertação de Assange como arma eleitoral contra Donald Trump

  1. No realidade para mim o que esse cara fez foi traição. Se fosse um caso inverso de alguém divulgando dados secretos da Rússia estariam querendo a cabeça dele e correria risco de vida. Pois os russos não titubeiam em apagar adversários

    • O que levou ao fim de experimento para descriminalizar drogas pesadas nos EUA

      Alessandra Corrêa

      De Washington para a BBC News Brasil

      27 maio 2024

      Três anos atrás, o Estado do Oregon, na Costa Oeste dos Estados Unidos, embarcou em um experimento pioneiro, recebido na época como um modelo que poderia ser seguido pelo resto do país.

      Em fevereiro de 2021, após consulta popular aprovada meses antes com 58% dos votos, o Estado descriminalizou a posse para uso pessoal de pequenas quantidades de drogas ilegais, entre elas heroína, cocaína, fentanil e metanfetamina.

      O objetivo era tratar a dependência de drogas não como crime, mas como problema de saúde pública, focando em tratamento em vez de punição e prisão de usuários.

      No entanto, desde que as novas regras entraram em vigor, o Estado registrou aumento significativo nas mortes por overdose, bem acima da média nacional, e também na população em situação de rua e na taxa de crimes.

      https://www.bbc.com/portuguese/articles/cd132nwgk35o

  2. “Assange fundou o WikiLeaks para divulgar documentos secretos de interesse público.”

    Documentos secretos de interesse… público? Caramba.

    Lula alega que o Estado é ele. A conta corrente secreta do Lula em? qualquer lugar é do interesse público! Ou não?

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