Carlos Newton
Reinando em Lisboa, em sua festa junina anual, o ministro Gilmar Mendes se emociona ao comandar na capital portuguesa o maior evento do país, que este ano reúne cerca de 160 autoridades brasileiras, uma façanha dificílima de ser alcançada por qualquer outro mortal.
O superevento estava marcado para esta quarta-feira, dia 26, Dia de São João, mas na verdade começou segunda-feira, quando o decano do Supremo Tribunal Federal deu entrevista à CNN Portugal e soltou balões, avisando o que vai ou não acontecer na política brasileira neste final da gestão de Lula da Silva, pois faltam dois anos e meio, mas parece que já está acabada.
SEM CLIMA – Para início de conversa, o ministro afirmou que não há clima no Brasil para anistiar os presos pelos ataques aos prédios dos Três Poderes no 8 de Janeiro. Segundo o decano da STF, pesa contra os investigados a gravidade dos fatos.
“É natural que haja esse tipo de dialogo retórico e político pela anistia. Mas não acredito que haja clima no Brasil para um debate sobre anistia diante da gravidade dos fatos que ocorreram” — disse o magistrado em entrevista à CNN Portugal.
Bem, quando ele diz que não há clima no Brasil, na verdade está dizendo que não há clima no Supremo. Há uma distância enorme entre o país e o tribunal, porque os brasileiros podem querer uma coisa e os ministros pretenderem outra. Mas como é o STF que manda, estamos conversados.
BOLSONARO DE FORA – E o internacional Gilmar Mendes foi adiante. Questionado sobre a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que sofreu duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ano passado, o superministro praticamente descartou a possibilidade de Lula ser enfrentado por Bolsonaro em 2026.
“Acho muito difícil. Vamos aguardar a deliberação do tribunal, mas tudo tende a manter a decisão que já foi tomada. Essa tem sido a rotina em casos semelhantes”, assinalou.
Gilmar Mendes realmente manda no país. Mas pode estar equivocado sobre a possibilidade de o Congresso anistiar Bolsonaro e os pés-de-chinelo envolvidos no 8 de janeiro, que foram inadequadamente transformados em terroristas, pegando 17 anos de cadeia, um rigor desnecessário que clama aos céus.
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P.S. – As possibilidades jurídicas de reverter a condenação de Bolsonaro realmente estão zeradas, mas os projetos legislativos de anistia estão avançando bem no Congresso, e o futuro a Deus pertence, como dizia Armando Falcão, o ministro da Justiça que Roberto Marinho emplacou no governo Geisel. Mas isso é outra história, de outro ministro. (C.N.)
havia um personagem de Jô Soares que sempre indagava: que rei sou eu? Aqui cabe: se não reinasse no que é seu, o rei estaria nu…
Independentemente da “boa” vontade do decano e do Xandão cabeça de ovo com o imbrochável, se o Congresso decidir anistiar o cara e os demais “golpistas” do 08 de janeiro, a anistia acontece. Deputados e senadores sabem que o eleitor não é o mesmo de 2022, as redes sociais hoje tem mais poder do que nunca.
Lembre-se que o essetefe já derrubou anistia concedida por um presidente.
Gilmar, teria como convidado André Claro Amaral Ventura, que é um jurista, professor universitário, político português e ex-comentador desportivo português? Atualmente, desempenha as funções de Presidente do Partido CHEGA, Conselheiro de Estado e Deputado à Assembleia da República Portuguesa, que por ocasião da visita de Lula, o classificou de bandido, conforme:
https://youtu.be/a1O4mWX6o7g?si=m3spyEWQMyqk_gvJ
Uma nação, um poder, uma vergonha.
“Quadrilhas mudam de lugar
Chegam mais perto só pra ver” …
Grande RC ! (Em tempo de festas juninas”