Matheus Tupina
Folha
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi defendido pelo senador e ex-juiz da Operação Lava Jato, Sergio Moro (União Brasil-PR), e por outros congressistas aliados após ser indiciado pela Polícia Federal sob suspeita de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa no caso das joias recebidas de governos estrangeiros.
A base de Lula (PT), por outro lado, comemorou o indiciamento e passou a falar nas redes sociais, em tom de ironia, na proximidade da prisão do ex-mandatário. Alguns líderes mais próximos ao petista, como André Janones (Avante-MG) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), comentaram o desfecho da investigação.
MAIS PRESSÃO – O indiciamento joga mais pressão sobre o ex-presidente às vésperas de conferência conservadora que reunirá neste final de semana aliados dele e o líder da Argentina, Javier Milei, em Balneário Camboriú (litoral de Santa Catarina).
Moro comparou a situação do ex-mandatário com a de Lula e disse que o petista não foi indiciado “por se apropriar de presentes” recebidos em seus mandatos anteriores.
“Mesmo durante a Lava Jato tudo foi tratado como uma infração administrativa dada a ambiguidade da lei. Os crimes foram outros. Há uma notável diferença de tratamento entre situações similares”, disse o senador em rede social.
PERSEGUIÇÃO POLÍTICA – Já o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), uma das principais lideranças evangélicas na política, afirmou que o ex-mandatário sofre perseguição política e disse que não há dano ao erário se o presente tenha sido devolvido à União, prestando irrestrita solidariedade ao ex-presidente.
“Alguém ganha um presente, uma comissão de servidores públicos decide que ele é seu. O TCU [Tribunal de Contas da União] questiona, e o presente é devolvido à União. Não há dano ao erário! Aí vem a Polícia Federal, escolhida a dedo para a missão, indicia a um ex-presidente”, ressaltou o congressista nas redes.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho “01” do ex-mandatário, seguiu na mesma linha e alegou perseguição política a seu pai. Acompanharam-no os irmãos Eduardo e Carlos.
PEDEM PRISÃO – Já entre a base do governo, Janones, que é investigado sob suspeita de “rachadinha”, chegou a afirmar que o ex-presidente “pode ser preso a qualquer momento”. O senador Humberto Costa (PT-PE) republicou a notícia do indiciamento e comentou “tic tac”, referindo-se a uma aproximação da hora da reclusão de Bolsonaro.
Já Gleisi, presidente nacional do PT, disse que o ato é um passo na busca da verdade e que a conclusão do inquérito representa “apenas uma das muitas contas que ele terá de prestar pelos crimes que cometeu contra o país”. “Quem está a caminho do banco dos réus é você”, falou a deputada.
Outro aliado de Lula, Lindbergh Farias (PT-RJ) publicou vídeo comentando o fim das investigações e afirmou que Bolsonaro será preso “por uma série de crimes”. “Aí é comprar a pipoca e ir para a frente da televisão para assistir esse primeiro julgamento”, disse. Em texto, ele ainda escreveu o “tic tac”, como Humberto Costa.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Os petistas fazem a festa, mas na verdade ainda nem há processo. Mesmo se houver, não houve prejuízo aos cofres públicos, diferente de Lula, que teve de devolver presentes caríssimos e complementar em dinheiro o que não foi encontrado. Auditoria do TCU constatou que 568 bens recebidos por Lula, no período de 2003 a 2010, deveriam ser localizados e devolvidos à União. A maioria dos bens foi encontrada num cofre de banco. Só ficou pendente a devolução de oito itens recebidos por Lula, que somavam R$ 11.748,40. (C.N.)
Onde estão esses itens “pendentes”?
O Japones da Federal, irá localizar!?
A nota da redação só “se esqueceu” de dizer que o TCU só reformulou o decreto 4.344/2002, de 2002, que até então era ambíguo e não deixava claro quais presentes seriam da União e quais seriam do presidente, em 2016 apenas, e quando o TCU ordenou em 2016 que o Lula devolvesse, ele devolveu, com exceção de 8 itens, que ele pagou em dinheiro ao TCU.
O grande X da questão aí é que com o Lula foi possível quantificar os presentes porque haviam sido todos registrados. O bolsonaro, porém, omitiu, e ainda tentou vender na surdina pra lucrar com isso, sem que o TCU soubesse.
Caro Rafael, já coloquei isso várias vezes, mas parece que há mentes moucas.
Sobre o o ex juiz caipira que nem sabe se expressar, sem comentários, mulher de malandro total.
Se agarra vergonhosamente ao cara que te fez de otario, que afirmou ter acabado com a lava jato e alvo de varias denuncias de corrupção.
Só idiota ainda defende esse jeca.
Moro, para alguns é o impoluto, para outros, o poluído.
Estou entre os que escolheram a segunda opção. Figura com pouco caráter, demonstrando isso no seu comportamento errante, para dizer o mínimo, sempre procurando o poder, mesmo à custa de trair aliados que depositaram confiança nele.
E, sem vergonha, agora está ao lado de quem foi acusado por ele de ter cometido várias falcatruas.
E tem gente que ainda crê nesse tipo de pessoa. Se for por analfabetismo político, ainda é perdoável a ignorância. Caso contrário, o país está mal mesmo.
Lula precisa de Bolsonaro caricato, livre, leve, solto, elegível e concorrendo para ter chances em 2026.