Pedro do Coutto
Em julho, a inflação registrou um aumento de 0,38%, superando os 0,21% observados em junho. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo aumento nos preços da gasolina, das passagens aéreas e da energia elétrica. Nos últimos 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo , considerado a inflação oficial do país, acumula alta de 4,5%, atingindo o limite superior da meta estabelecida pelo Banco Central. Em junho, esse acumulado era de 4,23%. Os dados foram divulgados pelo IBGE na última sexta-feira. Nos sete primeiros meses do ano, o IPCA acumula 2,87%.
Em julho, sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta. Parte da aceleração da inflação pode ser atribuída ao aumento do preço da gasolina, que subiu 3,15% no mês, representando um peso significativo no orçamento das famílias.
REAJUSTE – Esse aumento está ligado ao reajuste da Petrobras em 8 de julho, quando a estatal elevou o preço da gasolina em 7,1% após 11 meses sem mudanças. O gás de cozinha também teve um aumento de 9,8%. Além disso, durante as férias escolares, as passagens aéreas ficaram 19% mais caras. Outro fator que contribuiu para o aumento do índice foi a alta na conta de luz, com a implementação da bandeira amarela.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que já era esperado um aumento da inflação neste ano devido ao cenário internacional, mas destacou a recente queda do dólar e sugeriu cautela na análise dos números, especialmente na fixação da taxa básica de juros pelo Banco Central.
“O BC tem mandato para cuidar da inflação (…) O BC tem falado a respeito, o dólar teve uma queda significativa nos últimos dias. E a gente espera que esses números [da inflação] convirjam para patamares inferiores. Mas nós esperávamos, em função do que está acontecendo no mundo, que houvesse alguma mexida na inflação nesse ano”, disse Haddad.
CAUTELA – Ele também enfatizou a importância de acompanhar o cenário com calma, mencionando que o Banco Central já suspendeu os cortes na taxa de juros. Haddad apontou ainda que os dados do IBGE trazem “boas notícias em relação à cesta básica e aos preços dos alimentos”. Ele destacou a necessidade de acompanhar a situação sem pressa e tomar as medidas necessárias para garantir o crescimento econômico com baixa inflação.
A declaração de Haddad vem após o Banco Central afirmar, por meio da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, que “não hesitará em elevar a taxa de juros” se considerar necessário.
META– Na quinta-feira, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicado ao cargo pelo presidente Lula da Silva e cotado para assumir a presidência da instituição em 2025, afirmou que “todos os diretores [do BC, com voto na definição da taxa de juros] estão dispostos a fazer o que for necessário para cumprir a meta [de inflação]”.
No mesmo dia, o presidente Lula também se pronunciou sobre o tema, afirmando acreditar que os indicadores da economia brasileira são positivos, apesar das adversidades internacionais. “A gente se mantém numa situação boa. Emprego está crescendo, salário está crescendo, massa salarial está crescendo, desemprego está caindo e a inflação está totalmente equilibrada. Esse é um dado muito importante, porque toda vez que falam em inflação, eu fico muito preocupado”, afirmou o presidente.
4o
Só? A meta é piorar!
Se atingir a meta, vão dobrar a meta como disse a anta
4,5%…Acho que estes caras nunca entraram em um supermercado….
É o amor que chegou!
A inflação do Supermercado é muito maior.
Vão nas feiras e super-mercados para ver os 4,5%…
Peguem o tomate, cebola, batata, beterraba, alguns aumentaram mais de 100%.