Aumento de gasolina e diesel é mais amargo para o presidente Lula do que o apagão

Gasolina e Diesel sobem, amanhã, acima de 8%. | Jornal O Expresso

Charge do Lute (Arquivo Google)

Bruno Boghossian
Folha

A terça-feira não foi um dia de boas notícias para Lula. O petista assistiu do Paraguai ao apagão em quase todo o país, ao anúncio de um aumento salgado nos preços dos combustíveis e a mais um adiamento da votação do arcabouço fiscal na Câmara.

Qualquer queda nacional de energia incomoda o presidente de turno, mas a dor de cabeça de Lula deve ser passageira. Apagões despertam questionamentos sobre a estrutura do país e alguma desconfiança sobre quem gerencia a máquina. Governos recém-instalados, porém, recebem um bom desconto, principalmente se a falha parece pontual.

LEMBREM FHC – O eleitor e a economia respondem de forma aguda quando o problema é duradouro e está presente no dia a dia. Em 2001, Fernando Henrique Cardoso vinha recuperando popularidade após a desvalorização do real, até que o racionamento de energia entrou nas casas dos brasileiros e voltou a derrubar seus números.

O reajuste da gasolina e do diesel deve ter para Lula um gosto mais amargo do que o apagão. A alta indica que a estatal encontrou uma dificuldade precoce na promessa do petista de manter os preços dos combustíveis protegidos de flutuações internacionais.

Aponta também que o presidente não está disposto, ao menos por enquanto, a implantar uma nova política a marretadas.

MAU HUMOR E INFLAÇÃO – O aumento expõe Lula, em alguma medida, ao inevitável mau humor de caminhoneiros e motoristas com os novos preços e a uma hesitação sobre a política do governo na área. A decisão também força uma revisão para cima das expectativas de inflação no momento em que o governo celebrava o início do corte de juros.

Já o adiamento da votação do arcabouço fiscal foi um sinal de outro aumento de preços. Arthur Lira aproveitou um escorregão do ministro Fernando Haddad para fazer uma demonstração de força e obrigar o governo a melhorar sua oferta para o embarque oficial do centrão na base aliada.

Lula vinha adiando o negócio, mas pode ter que pagar mais caro para evitar que o prazo de aprovação da proposta se esgote.

11 thoughts on “Aumento de gasolina e diesel é mais amargo para o presidente Lula do que o apagão

  1. O próximo balanço da Petrobras vai responder se esse aumento foi para recompor o equilíbrio financeiro do negócio da empresa ou se foi pra atender à grita dos acionistas. Confesso que fiquei desanimado. Espero que a empresa pelo menos volte a investir pesado em obras pelo país, o que ainda não está acontecendo.

  2. O negacionismo do bem.

    https://www.cnnbrasil.com.br/economia/lula-diz-que-livros-de-economia-estao-superados-ao-criticar-teto-de-gastos/

    Os políticos institucionais encontram conforto para o seu “Mal-estar na Civilização” com seu infantil queremismo. Por isso escolhem assessores medíocres, – que não lhes mostrem quaisquer superioridades -, para dar-lhe de mamar na hora da birra.

    E, se tiverem, um mínimo de psicopatia, aí que o trem descarrilha. É o totem todo poderoso. E, mais, se conseguirem o controle dos Aparelhos Funcionais e Ideológico do Estado, assim como serem idolatrado por gente medíocre, que anulam-se ante as suas magnanimidade, aí é colocam-se como semideuses, tudo podendo. O Estado Estado sou eu.

  3. Sobre o apagão de ontem, trabalhei quatro anos na Eletrobras enquanto ainda era estatal, e posso garantir que a maioria dos apagões decorrem especificamente da dispensa, pós privatização, de funcionários antigos e experientes, que detinham grande conhecimento do sistema elétrico nacional. Isso demonstra que o foco está no lucro rápido e fácil, com investimentos em equipamentos, manutenção e formação profissional contingenciados ao máximo.
    Depois, quando falirem a empresa, assim como fizeram com as AMERICANAS e a LIGHT, devolverão para o estado. O presidente “Pinto”, que pediu dispensa um dia antes do blecaute, tinha a cara de pau de dizer que não via problemas em substituir profissionais experientes por estagiários.

  4. Bruno “Negociamos”, um petralha abjeto disfarçado de jornalista. O aumento é amargo pra quem abastece nos postos, pagando do seu próprio bolso.

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