Exército tenta esconder bônus de 50 milhões e lista de beneficiados

Quem é general Tomás Paiva, comandante que promete 'afastar a política do  Exército'

Comandante Tomás Paiva também tem mania de sigilo

Mateus Vargas
Folha

O Exército tentou esconder, pelo segundo ano consecutivo, informações sobre bônus que deve ser pago a mais de 2.000 servidores civis e somar R$ 49,4 milhões em 2024. A cifra foi apresentada pelo Exército à CGU (Controladoria-Geral da União) após ter sido negada à Folha em pedido baseado na Lei de Acesso à Informação (LAI).

O pagamento acompanha metas sobre quatro objetivos da Força definidos como estratégicos, que são aumentar a “efetividade na gestão do bem público”, fortalecer a “dimensão humana”, aperfeiçoar o sistema de ciência, tecnologia e inovação do Exército, além de “contribuir com o desenvolvimento sustentável e a paz social”.

HÁ DÚVIDAS – No ano passado, o Exército já havia se recusado a detalhar o pagamento do bônus e só compartilhou os dados após decisão da Controladoria. A Força, então, disse que pagou cerca de R$ 4,8 milhões. As respostas dadas via LAI não deixam claro se o valor do bônus disparou entre 2023 e 2024 ou se a Força compartilhou dados parciais no ano anterior.

Os militares também tentaram esconder a lista de servidores que recebeu o benefício no ano atual. “A divulgação de informações de caráter pessoal deve ser cuidadosamente avaliada para garantir que exista uma justificativa clara e legítima para o acesso”, disse o órgão.

Na primeira resposta, o Exército afirmou apenas que pagaria “R$ 2.203,22 per capita/mês” em gratificações de desempenho. A reportagem recorreu e argumentou que esse dado nem sequer permite calcular o valor total desembolsado no ano. O órgão, porém, praticamente repetiu a resposta nos recursos de primeira e segunda instância, sendo o último assinado pelo gabinete do comandante do Exército, Tomás Paiva.

MANIA DE SIGILO – Na contestação seguinte, o Exército disse à CGU que havia pagado R$ 34,7 milhões em gratificações até agosto e projetou que pagaria R$ 49,4 milhões no ano. A pasta também estimou que 2.185 servidores civis devem receber parte do bônus.

A Força tentou manter sob sigilo a lista dos beneficiados. “Embora a remuneração seja uma informação pública, a associação de nomes a gratificações ligadas a avaliações de desempenho pode implicar na exposição de dados pessoais de caráter sensível”, disse o Exército. A CGU recusou o argumento e determinou que o órgão detalhe os valores pagos, a lista de quem recebeu o bônus e aponte como foram analisadas as metas do ano. O prazo para a apresentação da resposta se encerra em 21 de outubro.

O órgão afirmou que a conduta do Comando do Exército não está amparada pela Lei de Acesso à Informação, “em que os princípios da máxima divulgação, da universalidade do acesso, e da celeridade e facilidade de acesso devem vigorar de modo a permitir que o cidadão tenha acesso pleno a informações de interesse universal, por instrumentos de transparência ativa, como os sites dos entes públicos, ou passiva, como no caso dos pedidos de acesso à informação”.

ÍNDICE BALIZADOR – Nas respostas já apresentadas e contestadas pela Folha, o Exército havia apontado que o resultado alcançado em 2023 havia sido de 106,36% da meta estabelecida. Esse índice baliza o pagamento do bônus em 2024. A Força também disse que as gratificações serão calculadas “multiplicando-se o somatório dos pontos auferidos nas avaliações de desempenho individual, metas intermediárias (obtidas em cada organização militar) e metas institucionais”.

“Dessa forma, o servidor civil receberá a totalidade da gratificação se a razão citada, a qual se denomina desempenho global, for maior ou igual a 81%”, disse ainda.

Em 2023, o Exército compartilhou apenas dados sobre um tipo de bônus, a GDPGPE (Gratificação de Desempenho do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo), quando afirmou que pagaria R$ 4,8 milhões durante o ano.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Sinceramente, aonde vamos parar? Até o Exército inventa uma “gratificação mandrake” para beneficiar seus servidores civis, porque os militares já estão com as burras cheias. Os fardados têm uma gratificação enorme quando se aposentam e os generais agora se tornam marechais, para ganhar mais um aumento, algo que só acontecia em tempo de guerra. Vê-se que nem em militares se pode mais confiar. Ah, Brasil… (C.N.)

6 thoughts on “Exército tenta esconder bônus de 50 milhões e lista de beneficiados

  1. Lula quer é o Nobel da Paz, e não está nem aí para o resto

    Brasil em chamas, reta final das eleições e Lula viaja à Nova York, quando poderia ter enviado um aspone para a leitura do discurso na ONU.

    Não bastando isso, viajou em seguida ao México – onde está agora – para os festejos de posse da nova presidente do país.

    Essa ânsia de estar sempre no exterior tem sua motivação: Lula ambiciona ganhar o Prêmio Nobel da Paz, custe o que custar.

    Até contratou o Celso Amorim (com dinheiro público) para trabalhar para ele com essa pretensiosa finalidade.

    Como há anos não pode andar pelas ruas no Brasil com medo de agressão, pretende depois do mandato morar no exterior; e para isso acha que seria importante ter, ao menos, um título internacional, e o Nobel da Paz seria a ‘glória eterna’ para ele.

    Mas o tempo está passando, e ele não conseguiu até agora nenhuma paz em nenhuma pacificação que – no blábláblá e na demagogia – disse que faria.

    Mas ainda tem chance de ganhar o almejado Prêmio, porque a concorrência mundial de gestores da paz, vamos dizer assim, estaria fraquíssima no momento.

    Acorda, Brasil!

  2. FFAA desmoralizadas.

    Judiciário sem honra nenhuma.

    Legislativo parasitário e voraz.

    Executivo lotado e cercado de bandidos, saindo pelo ladrão.

  3. Ranking de gastos militares de 2023 em ordem por US$ bi:

    1- EUA (905,5)
    2- China (219,5)
    3- Rússia (108,5)
    4 – Índia (73,6)
    5 – Reino Unido (73,5)
    6- Arábia Saudita (69,1)
    7- Alemanha (63,7)
    8- França (60)
    9- Japão (49)
    10- Coreia do Sul (43,8)
    11- Austrália (34,4)
    12- Itália (32,7)
    13- Ucrânia (31,1)
    14- Brasil (24,2)
    15- Canadá (24,2)

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