Mario Sabino
Metrópoles
O STF foi tema de mais uma reportagem do jornal americano The New York Times. O título da matéria é “A Suprema Corte do Brasil está salvando a democracia ou ameaçando-a?”. A reportagem mostra como, depois de aumentar excepcionalmente os seus poderes sob a justificativa de conter o que seriam as ameaças bolsonaristas ao Estado de Direito, o tribunal se tornou motivo de preocupação por se recusar a voltar ao leito da normalidade democrática.
Entre as pessoas ouvidas pelo jornal, está Tom Ginsburg, professor de Direito Constitucional Comparado da Universidade de Chicago, que resumiu bem a preocupação.
DIZ O JURISTA -“Mesmo que algumas das decisões (do STF) possam ser boas e algumas possam fazer sentido, muitos veem isto como um verdadeiro excesso com efeito assustador na liberdade de expressão no Brasil”, disse Tom Ginsburg.
“Em uma democracia, você precisa poder criticar todas as instituições governamentais”, assinalou o professor da Universidade de Chicago.
A reportagem diz que “a agressão da corte agora atrai a atenção global, com a ajuda de Elon Musk”, antes de relatar a censura ao X imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, porque o dono da rede social se recusou a obedecer às ordens do ministro para suspender perfis de comentaristas de direita que supostamente atentavam contra a democracia brasileira.
CRITICAS DA PROCURADORIA – Os inquéritos sigilosos intermináveis, que nasceram no já longínquo 2019, são objeto de críticas de integrantes da Procuradoria-Geral da República. “Em entrevistas, quatro altos funcionários da Procuradoria-Geral do Brasil descreveram as ações do tribunal como uma ampla captura de poder, disseram que faltava responsabilidade ao tribunal e reclamaram que as suas investigações se arrastaram por anos sem solução”, afirma a reportagem.
O jornal diz que “no início de 2019, notícias sugeriram que um extensa investigação de corrupção, a operação Lava Jato, estava começando a investigar alguns integrantes da corte, incluindo o presidente do tribunal na época, o ministro Toffoli”.
Em seguida, a reportagem aborda o caso da revista eletrônica que criei, a Crusoé, censurada por Alexandre de Moraes por ter publicado a reportagem “O amigo do amigo do meu pai”.
AUTORITARISMO – As medidas de força impostas pelo STF estão sintetizadas a contento na reportagem: da prisão do então deputado Daniel Silveira ao encarceramento de centenas de participantes do quebra-quebra de 8 de janeiro de 2022.
O jornal também aborda as mensagens trocadas entre um funcionário da Justiça Eleitoral e juízes lotados no gabinete de Alexandre de Moraes, que sugerem a produção de provas sob encomenda para embasar decisões do ministro contra quem era considerado inimigo.
“Em meio aos protestos eleitorais (contra o resultado da eleição presidencial), um dos assistentes do ministro Moraes ordenou que outro funcionário da corte encontrasse justificativa para agir contra a (revista) Oeste, um veículo de comunicação conservador, e ‘todas essas revistas que apoiam o golpe’, de acordo com mensagens de texto vazadas publicadas pela Folha de S.Paulo, um dos principais jornais do Brasil”, diz a reportagem, para em seguida abordar como a Oeste foi desmonetizada no YouTube por ordem secreta de Alexandre de Moraes, negada pelo ministro.
DIZEM OS MINITROS – O New York Times entrevistou ministros do STF, que disseram que “a democracia no Brasil permanece sob ameaça e que “criticá-los prejudica os seus esforços para protegê-la”.
O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou: “Estamos lidando com gente perigosa, e não devemos nos esquecer disto”. O jornal, então, lhe perguntou: “Mas o que acontece se o tribunal estiver errado?”
“’Alguém deve ter o direito de cometer o último erro’, disse ele. ‘Não acho que erramos, mas a palavra final é da Suprema Corte’.”
MUITAS DÚVIDAS – Não deveria haver dúvidas sobre o papel do STF na democracia brasileira, mas elas existem e não estão apenas na boca de “golpistas”, como constata o New York Times, que está muito longe de ser um jornal de direita.
A questão não é de erros ou de acertos do tribunal, mas de errar ou de acertar fora dos limites determinados pela Constituição (se é que há mesmo acertos fora de tais limites).
Que o tribunal esteja sob escrutínio internacional, é prova de que Elon Musk perdeu, mas venceu.
O STF pensa que salva.
Já milhares de viventes tem mais dúvida.
A propósito, vivente de matriz não pode emitir opinião, ainda mais o NYT emitindo pitacos, qualquer opinião. Não tem direito de se meter na nossa democracia, vibrante e livre como um táxi ( Millôr).
“Que o tribunal esteja sob escrutínio internacional, é prova de que Elon Musk perdeu, mas venceu.”
Kkkkkk!!!!!
Esse último parágrafo me lembrou o saudoso Cláudio Coutinho.
ATENÇÃO:
O Elon Muskito, é campeão moral!
Kkkkkkk!!!!
AFFFFFFF….!!!!!!
JÁ DEU!
José Luis
Vira latice sem escrúpulos
Na Venezuela, por exemplo, com o fim da democracia, negociou a sua permanência com a ditadura que se instalou.
Acorda, Brasil!
Não há males que sempre durem.
E a esquerda farisaica vai parindo suas diatribes.
Deu no Diário do Poder do Claudio Humberto.
Cláudio Humberto
PODER, POLÍTICA E BASTIDORES
Com Tiago Vasconcelos e Rodrigo Vilela
Coluna CH / 17 de outubro
Políticos que apoiaram censura e atacaram Elon Musk não largam o ‘X’
17/10/2024 0:01 | Atualizado 16/10/2024 22:44
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Guilherme Boulos (Psol), candidato de extrema-esquerda a prefeito de São Paulo, que ficou conhecido invadindo o alheio e, claro, agora pede votos no X, cuja censura apoiou.
Cláudio Humberto
Alguns dos principais defensores da censura imposta ao “X”, ex-Twitter, adotada a pretexto de “desrespeitar a lei e a justiça”, não têm a coerência ou a decência de abandonar a rede social que acusam de “tóxica” ou “antro de fake news”. Não fosse um espaço democrático, o X teria tocado para fora oportunistas como Guilherme Boulos (Psol), candidato de extrema-esquerda a prefeito de São Paulo, que ficou conhecido invadindo o alheio e, claro, agora pede votos no X, cuja censura apoiou.
Extrema hipocrisia
Após chamar Elon Musk de “alucinado de extrema-direita”, Boulos já fez mais de 300 posts na rede do bilionário desde a suspensão da censura.
É ruim, mas é bom?
Lula (PT) é outro que se aproveita do espaço: após apoiar a censura e hostilizar Musk, desde quinta (10) não para de publicar lorotas no X.
Pregador da censura
Orlando Silva (PCdoB-SP) voltou aos posts. Sabe que no território livre do X ele pode defender até o seu Projeto da Censura. Sem censura.
Aproveitadores
Outros oportunistas de extrema-esquerda como Ivan Valente (Psol-SP) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), pró-censura, estão “tuitando” adoidados.
Interessante que nenhum dos órgãos da imprensa brazuca que está reverberando essa matéria do NYT fez a tradução exata do título: “O INIMIGO BRASILEIRO DE ELON MUSK está salvando ou ferindo a democracia?”
Na minha opinião, neste contexto, um título assim já diminui a credibilidade da matéria.
E, vamos combinar, para um país que está muito próximo de eleger novamente Trump, falar em democracia é um tanto hipócrita.
Bem, o editorial do El País fala sobre essa questão do “X” . Como deixou de ser publicado em português, já faz um tempo, a opinião do jornal está em espanhol: https://elpais.com/opinion/2024-10-14/brasil-contra-x-un-precedente-democratico.html