Josias de Souza
do UOL
Para quem assiste a debates pelo espetáculo, seria um confronto primoroso. Teve jogo de empurra, caneladas e banho de lama. Era um prato sortido, porém requentado. A TV Record exibiu um grande replay, com Nunes e Boulos brandindo as acusações de sempre para provar que os dois são indignos da poltrona de prefeito de São Paulo.
Quem resistiu às duas horas de confronto presenciou dois instantes inusitados. Os candidatos, já meio fartos da própria mesmice, ensaiaram números para carreiras alternativas. Numa passagem, Nunes aventurou-se como comediante. Noutra, Boulos anunciou para segunda-feira sua estreia como mágico.
HUMORISMO – Um repórter perguntou se Nunes conseguiria andar pelo centro de São Paulo à noite sem ser tomado de assalto pelo medo. Foi nessa hora que o prefeito contou uma piada. Disse que esteve “outro dia” na Praça da Sé, “por volta das 22h.” Viu “crianças brincando”. Teve-se a impressão de que o mediador do debate reprimiu uma espécie de sorriso interior.
Boulos não tirou coelhos novos da cartola. Porém, na última frase das considerações finais, adiou o grand finale para esta segunda-feira:
“Às 10 horas da manhã, nós vamos fazer um pronunciamento que você nunca viu numa campanha eleitoral e que vai mudar a eleição”. Com 56% de rejeição no Datafolha, terá que tirar cartolas de dentro do coelho.
DOIS GAMBÁS – O risco que os candidatos correm quando se tratam como dois gambás é o eleitor concluir que, nesse tipo de debate, mesmo quem sai ganhando fica fedendo. Num instante em que 86% dos eleitores informam ao Datafolha que já estão decididos, é improvável o confronto da Record resulte em virada de votos. Tende a consolidar posições.
Nesse contexto, o debate foi menos ruim para Nunes, que aparece nas pesquisas muito à frente do rival.
A virada passa a depender agora da força do abracadabra prometido por Boulos para esta segunda-feira.
Sr. Newton
Até o terrorista vagabundo burguês comunista percebeu que a periferia mudou, “menas” os jornazistinhas do lixUOL, que ficam nas varandas gourmets dos Apart-Mansões, comendo caviar e tomando vinho de 80 mil euros á garrafa…
o terrorista como os jornazistas ainda estão no ano de 1.917……
Só anda pela periferia nas campanhas de quatro em quatro anos….
Vão lá, conversar com o povo da periferia …
Qual pobre que não quer ser “rico”..???
Em carta, Boulos reconhece que “periferia mudou” e acena a empreendedores
“…A periferia mudou. Você, mulher, que foi abrir seu salão, vender salgados na garagem de casa ou na porta do metrô, sabe disso. Você, jovem, que financiou uma moto e foi trabalhar sem parar e sem nenhuma proteção, sabe disso”, afirmou.
Boulos ressalta que, muitas vezes, a esquerda deixou de dialogar com esse eleitorado e que, agora, assume o compromisso de dialogar com esse eleitorado e oferecer oportunidades, “não só aparecer pra cobrar boleto”.
aquele abraço