PT não tem forças para competir, mas influirá na eleição da Câmara

O jeito PT de combater a corrupção – PSDB – PE

Charge do Cabral (Arquivo Google)

Dora Kramer
Folha

Vejam vocês como a política é mesmo aquela nuvem do clichê: muda ao sabor dos ventos —e aqui já abusando do lugar-comum porque é assim que a banda toca nesse ambiente cheio de chavões.

Até outro dia a presidência da Câmara dos Deputados era uma questão a ser resolvida por obra exclusiva da vontade do deputado Arthur Lira (PP-AL), que, não se duvidava, faria o sucessor. O PT, a despeito de ocupar o posto máximo da República, estava fora do jogo.

SEM CACIFE – Minoritário na correlação de forças internas —e externas, se considerarmos o resultado do primeiro turno das eleições municipais—, o PT em tese não teria cacife para influir na disputa, muito menos para impor um nome como ocorreu no primeiro governo de Luiz Inácio da Silva.

Neste terceiro mandato estava Lula aparentemente conformado à espera da composição das peças no tabuleiro desse xadrez (outra vez o clichê), quando as coisas mudaram e o partido dele passou a ser cortejado, visto como crucial para a decisão final.

Funciona mais ou menos como o centro democrático nas eleições: não concorre, mas faz a diferença no resultado.

GANHOU PESO – Embora não tenha força para competir, o PT tem a Presidência da República e pouco mais de 100 deputados sob sua área de influência.

Num cenário em que o centrão concorre dividido entre três candidatos — Hugo Motta (Republicanos-PB), Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antônio Brito (PSD-BA) —, o PT ganhou peso para atuar como fator determinante na escolha de quem comandará o espetáculo congressual.

Lira enfrenta a discordância de Brito e Elmar, que neste segundo turno trabalham ostensivamente por candidaturas do PT na tentativa de atrair o apoio do Planalto, com empenho firme de Gilberto Kassab (PSD).

MAIS AMIGÁVEIS – A promessa é a de que seriam mais amigáveis que Motta, cuja proximidade com Ciro Nogueira (PP), tenaz adversário do governo, tem sido explorada.

O compromisso de alívio na relação, no entanto, é difícil de ser cumprido porque no frigir das composições internas prevalece o interesse coletivo de manter o poder hipertrofiado num Congresso comandado pelo centrão.

1 thoughts on “PT não tem forças para competir, mas influirá na eleição da Câmara

  1. Digamos assim: Pelo que terá que ser produzido de maldades, sob novas barbeiras e catastróficas direções, será como, dar o tapa e esconder a mão, ou digitais, incumbindo justamente o pretenso lado contrário pelas advindas futuras desgraças contra os milhões de desassemelhados “expecta-dores”!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *