Inelegível, Bolsonaro força o comando da direita, mas está encontrando resistências

É bom ser útil", diz Bolsonaro em churrasco com Nunes

Bolsonaro tenta ostentar uma liderança que está se esvaindo

Bruno Boghossian
Folha

O desejo de liberar Jair Bolsonaro para disputar a eleição de 2026 começou a ser soprado por aliados assim que o TSE condenou o ex-presidente. O assunto aparecia como uma questão de fé. O objetivo era evitar que sua influência despencasse e permitir que ele mantivesse o controle da própria sucessão.

Os choques internos na direita durante as eleições municipais deste ano fizeram com que a campanha ganhasse ares de ação orquestrada.

SOBREVIVÊNCIA – Com a contestação à liderança do ex-presidente em seu campo político, a defesa da reversão da inelegibilidade passou a ser encarada como uma questão de sobrevivência.

A sensação de ameaça levou Flávio Bolsonaro a queimar a largada. Num balanço do primeiro turno, o senador escreveu que o resultado representava o endosso a um projeto conservador “liderado por Bolsonaro”.

Afirmou ainda que o “sistema político” deveria permitir que seu pai fosse testado nas urnas, “conforme o desejo da maioria do povo”.

EXAGEROS – Há muita propaganda, um pouco de torcida e quase nada de verdade nestas palavras. Se as disputas municipais contam uma história sobre a direita, elas dizem que vários eleitores não veem Bolsonaro como líder único e indispensável nesse campo.

A onda de Pablo Marçal e a disposição de Ronaldo Caiado e Ratinho Júnior para enfrentar candidatos bolsonaristas em seus estados ofereceram sinais nessa direção.

O cálculo de Bolsonaro mudou. O ex-presidente acreditava que, mesmo fora do jogo, seria capaz de determinar candidatos, alianças e compromissos da direita. Agora, ele parece considerar que só terá todos esses poderes caso consiga incluir seu nome na urna.

ÚNICO NOME? – Na semana passada, Valdemar Costa Neto fez uma correção de rota nesse sentido. Dias depois de citar possíveis sucessores na direita, o presidente do PL afirmou que Bolsonaro era o único nome para 2026. O ex-presidente disse o mesmo nesta terça (22).

Boa parte do raciocínio tem relação com o futuro de Bolsonaro nos tribunais. Seus desafiantes, incluindo Marçal, já mostraram alguma resistência a um enfrentamento radical com o STF.

O ex-presidente seria o único interessado em manter esse ponto no centro da agenda da direita.

2 thoughts on “Inelegível, Bolsonaro força o comando da direita, mas está encontrando resistências

  1. Sr. Newton

    Veja o “judiciário” do Lex Luthor e do Ladrão de Geladeira.,

    A que ponto chegou….

    “…Cinco desembargadores de MS são afastados em investigação que apura venda de sentenças
    Magistrados devem usar tornozeleira eletrônica e estão proibidos de entrar no tribunal…”

    https://www.terra.com.br/noticias/brasil/cinco-desembargadores-de-ms-sao-afastados-em-investigacao-que-apura-venda-de-sentencas,7e832e1f21df5350109caecf54894155tbhrgtux.html?utm_source=clipboard

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *